A Puro-Sangue

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"Quer dizer então que você conseguiu se livrar de mim, más por quando tempo? Estarei te esperando de braços abertos, Sarah."

Acordo suando frio e com a respiração acelerada, olho para minhas mãos trêmulas e viro meu rosto para a janela que deixa alguns raios de sol passarem pela cortina e me sento na cama.

— Foi só um sonho. Nada mais que un sonho.

Me levanto da cama com as pernas bambas e me dirijo ao banheiro, fecho a porta e tomo un banho longo para me acalmar e relaxar, sem falar que eu nem sei se me davam banho enquanto estava inconsciente. Sai enrolada no meu roupão e voltei para o quarto, onde encontrei Lorie sentada na minha cama, balançando as perninhas.

— O que foi, princesa?
— Eu sou um monstro e não preciso de uma babá.

Me aproximo dela e me agacho em sua frente.

— Você não é um monstro, você é uma princesa linda e que precisa sim de uma babá. Eu não ligo para o que aquela bruxa disse e nem você deveria.
— Mas nem meu pai gosta de mim, ele prefere a concubina dele do que a mim.

Franzo o cenho e sibilo por um segundo ao ouvir ela falando sobre o Viktor, aperto as suas pernas com minhas mãos.

— Que se dane ele e a concubina, ele que fique com ela e não volte para cá tão cedo. E outra, você não precisa dele, você tem a mim, seus irmãos e seus amiguinhos da escola. Okay?

Ela sorri feliz e me abraça, me levanto com ela no colo e vou até o meu guarda-roupa e assim começamos nosso dia. Deixei ela escolher minha roupa e depois fomos para o seu quarto, para a arrumar para a escola.

De uniforme posto e cabelo penteado, descemos para a sala de jantar onde se encontravam todos os três irmãos Bartholy: Nicolae, Peter e Drogo.

— Bom dia, Lorie. Bom dia, Sarah.
— Bom dia, meninos.

Drogo e Peter apenas ficaram me olhando e deram um pequeno sorriso, ajudei a Lorie sentar, deixar sua bolsa na encosto da cadeira e me sentei também. Estico minha mão e pego o cadê do Drogo que me olha frio, bebo um gole do café e o devolvo. Pego um pedaço de bolo a Lorie e um para mim e comemos.

— Esse bolo ficou ótimo! Quem fez?

Lorie exclamou depois de comer o seu bolo, com os olhos brilhando e já se esticando para mais um pedaço.

— Achei a receita da Sarah e achei que vocês poderiam gostar, só não tem O-.

Ele diz olhando diretamente para mim em um tom zombeteiro, encolhi os ombros e Lorie paralisou a alguns centímetros do bolo e falamos juntas.

— Ops.

Todos riram de nossa cara de culpadas e após o café os dois foram para a faculdade e nós duas fomos a elementar. Me despedi de Lorie que correu para se encontrar com suas amigas e eu voltei para a mansão, pelo menos achei que voltaria em paz sem ninguém me incomodar.

— Quanto tempo que não a vejo, senhora. Esteve mal? Pois apenas o pai a trazia, fiquei preocupada com a senhora.

A olho confusa, tentando me lembrar quem era mas sem solução, Lorie ou Nicolae saberia quem é.

— Desculpa?
— Óh, céus. Esqueci de me apresentar. Sou a inspetora da elementar e sempre a via trazendo a Lorie pela porta do pátio e quando um tempo para cá, a senhora parou de trazê-la, fiquei preocupada. Lhe aconteceu algo?
— Ah, sim. Prazer em lhe conhecer. Fiquei se cama por um tempo, mas agora estou bem de novo. Obrigada pela preocupação e por da Lorie, mas agora tenho que ir. A tarde eu volto para buscá-la.
— Tudo bem, até mais tarde, Sra. Bartholy.

Me virei para ir embora confusa por ela me chamar de senhora Bartholy e um arrepio me perpassa ao me lembrar o que Viktor me disse a muito tempo.

Fui sireto para a biblioteca encontrar o Nicolae, mas para o meu azar ele não estava. Olhei em cada canto dela e nada.

"Onde ele se enfiou?"

— Nicolae?

Minha voz sai baixa e me sento e um canto com a cabeça rodando com tudo que me aconteceu durante o coma. Minha respiração fica pesada e entrecortada, tento chamar por ele de novo mas dessa ela sai em um fiapo. A porta do hall é aberta e uma sensação ruim me abate, me encolhi no canto e tento chamar Nicolae pela onda psíquica.

— Encontre-a.
— O que fazem aqui? Vocês dois não deveriam estar na faculdade?

Fecho os olhos ao ouvir a voz do Nicolae, mas para o meu espanto não estava vindo de dentro de casa, mas sim do lado de fora.

"Calma, fique calma. Respire."

A voz dele me alcança na mente e concordo com ele, tento respirar devagar e baixo para que não me ouçam do hall. Estou tão concentrada em mim que nem ouço mais a conversa do hall e nem quando alguém para em minha frente.

— Está tudo bem, respire. Isso, assim mesmo. Calma, Sarah. Olhe para mim.

Abri os olhos e vi o mais velhos dos irmãos Bartholy em minha frente e com as mãos em meu rosto, focando meu olhar no dele.

— O que houve?

Engoli em seco e comecei a lhe contar tudo o que me aconteceu e como que tudo me voltou do nada, ele ficou intrigado com o que a inspetora disse e zangado com o que o Viktor me fez e falou. Aí ele me falou que era o Loan e a Samantha no hall, lhe falei que senti uma presença ruim quando entraram e que estavam atrás de mim.

Quando dei por mim, já estava caindo para frente sonolenta ao ouvir o comando mental dele "durma, te fará bem e se sentirá melhor quando acordar."