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Já faz uns dias e nada ainda me aconteceu e estou agradecendo a isso todo final de dia e início de um novo dia, mas pelo visto nem sempre agradecer antes é bom. Acordei com o pé esquerdo e faminta, meu humor não está dos melhores e tenho a sensação de que ele apenas irá piorar com o passar do dia e com a universidade, as aulas, apenas me dará mais chances de acabar com alguém. "Boa garota", ouvi a voz de quem conhecia a muito tempo e muito bem por sinal, enquanto me dirigia para a cozinha trajando meu pijama e descalça.

Procurei pela cozinha alguma coisa para comer ou beber e assim que abri a geladeira a procura de algo ali dentro, acabei me pegando sendo deitada sobre a bancada de uma vez o que me fez perder o fôlego e ao abrir os olhos novamente, me deparo com um par de olhos dourados me olhando, custei um pouco para voltar a respirar e fazer o ar voltar aos meus pulmões, mas consegui no final.

— O que pensa que está fazendo, Drogo? Me solta!
— O que você pensa que estava fazendo?

Meus olhos foram semicerrados em um humor negro a ele enquanto lhe mostrava as presas em um rosnado.

— Eu estava procurando alguma coisa para comer, mas como sempre você me interrompeu. Já se cansou da vadia lá ou será que prefere ser minha refeição?

Lhe perguntei com um brilho perverso nos olhos esperando pela sua reação a minha pergunta e ao ver o seu sorrisinho de lado e olhar injetado em luxúria e um pingo de raiva pela minha alfinetada a vadia morena dele, e ao tê-lo inclinando a cabeça levemente para o lado me dando liberdade, foi exatamente o que eu fiz. Puxei seu rosto para perto do meu, senti o seu cheiro enquanto nossos olhos se encontraram, e no segundo seguinte minhas presas estavam cravadas na jugular dele me alimentando. Senti o sabor agridoce de seu sangue, me esbanjando em seu sabor delicioso mas esse gosto foi transformado para um ácido e nojento, que me fez arregalar os olhos ao mesmo instante em que sentia minha garganta arder e minha respiração falhando, me fazendo engasgar com o seu sangue. E foi só então que entendi o que ele quis dizer com aquilo, ele está me levando a morte aos poucos se não for até ele.

— Bastardo...

Sussurrei em um fio se voz, fazendo Drogo sair de cima de mim e me ajudar a sentar enquanto cada vez mais minha respiração vai travando e vejo o sangue tentador escorrer pelo seu pescoço, até que não escorresse mais.

— O que está havendo? Responde, Sarah.
— Veneno... ele fez isso... É o fim para mim... apenas o dele agora...

O loiro acabou confuso com o meu quebra-cabeça que lhe falei e sendo apenas o possível pelo momento que estou, mas logo entendeu o que eu disse e ficou furioso com o seu criador. Drogo me puxou para o seu colo e me levou para a pia, onde me entregou um copo d'água que me fez beber. Engasguei algumas vezes com a água, mas pelo menos minha respiração foi voltando aos poucos. Apoiei a minha cabeça em seu peito de olhos fechados, enquanto sua mão me acaricia-vam em minhas costas e nuca.

— Se eu soubesse, não teria te deixado tomar de meu sangue.
— Não tinha como a gente saber,as agora sabemos... Como vamos fazer? Não temos um estoque de sangue dele ou temos?
— Vamos dar um jeito. Não se preocupe.

Ele me manteve em seu abraço apertado e eu acabei retribuindo esse abraço, sem saber o que fazer no momento e tanto porque ainda estou faminta.

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