A Puro-Sangue

Capítulo 8.

Assim que saímos da faculdade, falei para ele baixinho com a cabeça latejando de dor.

-Não posso voltar para a mansão, ele vai descobrir que vocês me ajudaram.
-Ele quem?

"Mas como pode ser tão burro?"

-Seu pai idiota. Pensa um pouco.

Ouço o barulho da porta do carro sendo aberta, ele me coloca sentado nele e da a volta. Depois de entrar e ligar o carro, ele se pronuncia.

-O que ele quer com você? E ele não é meu pai, Sarah.
-Ele te criou, você querendo ou não ele é seu pai.
-O que ele quer com você?

Nao o respondi e nem pretendo responder, não sou obrigada a nada.

-Tenho que sair da cidade, aqui não é mais seguro para mim e muito menos para vocês se eu ficar.

Não sei para onde estamos indo, minha visão não voltou ainda. Estreito os olhos tentando fazê-la voltar, nas inútil.

-O que você tem? Você está bem?
-Nao consigo enxergar. Ele tirou a minha visão, com o ataque psíquico na sala.
-O que?! Então foi por isso que você caiu primeiro? Por não estar enxergando?
-Não. Foi porque perdi minhas forças mesmo, ele é perspicaz.

"Mas do que eu pensava."

Ele deve ter concordado, pois não ouvi resposta dele. Ele está agitado e não sei o motivo, tento falar com ele mas quando senti a presença resolvi ficar calada e fechar os olhos de volta.
O carro parou de andar e o vidro foi baixado.

-Onde estão indo?
-Para casa, ela passou mal na faculdade. Então estamos voltando.

Um toque em mim, tiraram o meu cinto, mas para que? Não ouso me mexer, pois em qualquer caso estou desmaiada.
Tento mandar uma mensagem psíquica a Nicolae, mas estou muito fraca e o poder de Viktor ainda está em mim, me impedindo.

-Ela está fria e quase nada de pulso, temos que leva-la ao hospital local.

Prendo a respiração assustada, pelo menos Drogo pensa rápido.

-Não é preciso, temos o nosso médico particular e ela não gosta de ser atendida por outro. Vai por mim, ela é chata e não gosta de ser desobedecida.

Ele suspira.

-Já a desobedeci uma vez e me arrependi amargamente.
-Você tem medo dessa garotinha?

A voz do homem saiu debochada e a minha vontade agora foi de estrangula-lo.

-Ela fica muito assustadora quando fica brava.

O sinto se debruçar sobre mim e fechar a porta e colocar o cinto de volta em mim.
Ele ligou o carro e deu partida com um "licença", um tempinho depois me viro para ele e pergunto achando graça.

-Você tem medo de mim? Interessante, Drogo Bartholy.
-Não enche, Sarah Bittencourt.

Ri dele e continuamos a viagem até sei lá onde.
Ouço a voz de Nicolae abrindo a porta do carro enquanto Drogo me soltava do cinto.

-O que houve com ela?
-Papaizinho querido. Foi o que ela me disse.
-Não acredito que você me trouxe para cá! Você é idiota ou o que Drogo?! Ele vai matar vocês!

Sinto braços ao meu redor, sou tirada do carro.

-Não vou te levar para outro lugar que nem sei onde!

Bufo irritada com ele e sinto o mais velho rindo, dou um tapa nele que o faz parar já mesma hora.