A Puro-Sangue

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Ouvir tudo o que minha neta me diz, toda vez que volta da faculdade e da mansão daqueles vampiros, me sinto cada vez mais na obrigação de tirar aquela garota daquela casa. Ela não pertence aquele mundo e a manter presa em deu quarto, não é algo aceitável, nem mesmo a eles.

Me ergo de minha cadeira ao ouvir baterem na porta de meu quarto, vou até lá e a abro, dando de frente com Sara. Ela está abatida desde que sua amiga, foi mantida presa dentro da mansão. A morena não quis me dizer o que houve na sala de aula, mas só pelo estado que ela chegou aqui a quase um mês atrás, já dava para perceber que algo sério tinha acontecido e agora o clã Osborne sabe. Era o príncipe Bartholy que tinha atacado a cidade mais uma vez, atrás de algo e por ter cessado o ataque, se diz que tenha conseguido o que queria. Mas o que, agora?

– E então? Qual é o relatório de hoje? A garota ainda continua presa?
– Vó, a senhora sabe que ela não está presa mas inconsciente. Eles não lhe fizeram nada, e a pequena Lorie não é ela mesma desde que Sarah caiu de cama.

Apenas faço um movimento de mão, deixando de lado esse assunto, pois não me importava em saber o que aquela criatura estava a fazer.

– Nada dela acordar? Temos de a tirar daquela casa, só assim ela acordará.

Minha neta nega a minha pergunta e eu solto o ar que tinha prendido, frustrada e me viro voltando a minha cadeira e me sentando de volta.

Sara se senta em minha cama e fica a me olhar preocupada, tanto comigo quanto com a amiga que não deu nenhum sinal de acordar ainda.

Tivemos a nossa janta em silêncio, apenas mantendo os pensamentos longe daquela mansão e sobre o que Viktor Bartholy queria nessa cidade.

Minha avó não cansa de dizer que os Bartholy estão mantendo Sarah em cativeiro, apesar de não dizer nessas palavras, sei o que ela está pensando. Eu vou praticamente todos os dias a mansão para saber como ela está mas nada de novo ocorreu, apenas a aura daquele lugar que ficou mais melancólico.

Já perguntei ao Peter o que seu criador queria, mas ele apenas se manteve calado e não disse nenhuma palavra sobre o assunto, apenas desviou do assunto e saiu da sala quando Loan mais uma vez se meteu no assunto.

Me ajeito em minha cama com a toalha presa no cabelo, e com um movimento de minha mão e um pouco de concentração trago meu grimório até mim e o folheio, na esperança de encontrar algo que possa ajudar a loira. Mas assim como todas as outras vezes que o folheei, não encontro nada.

Suspiro derrotada e o deixo sobre meu criado-mudo e tiro a toalha de meu cabelo, o secando e logo em seguida me deito para ir dormir.

– Acorde logo, Sarah. Por favor. Está todo mundo preocupado com você.