Capítulo 12.

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Ela começa a dizer que ele não tinha chegado, mas parou assim que ele entrou na sala.

-Como...?
-Apenas senti o cheiro dele, deve ser por eu ter perdido a visão. Não sei.

Não ouço sua resposta, mas nem ouviria mesmo já que o Sebastian começou a falar sobre a aula.
Sarah me ajuda a pegar minhas coisas, abre o livro na página para mim e me entrega uma caneta. E para o meu azar e desespero, o infeliz do lobo me chamou para ler, senti a mão dela segurando a minha e a preocupação de Drogo e Peter, que chegou um pouco antes do professor.

-Poderia ler, Srta. Bittencourt?
-Eu...

Engulo em seco olhando para frente, mas nem sei onde ele está para olhar diretamente a ele. Sabia que devia ter ficado em casa, mas como sou teimosa deu nisso.

-Eu leio, professor.
-Srta. Osborne?

Me encolho um pouco apertando a mão dela em agradecimento e ouço a risadinha irritante da Samantha. Me controlo para não rosnar com ódio dela e apenas deixo meu olhar frio na direção que veio o som de sua voz.

-A esquisita nem quer ler, então o que ela veio fazer aqui? Ficar babando no professor?

Sua voz é ouvida por todos da sala e minha respiração fica descontrolada, seguro na mesa com força, um pouquinho demais, já que minhas unhas cravaram na madeira. Sara arca ao ver e eu solto na mesma hora a mesa e ouço o livro para tapar, me levanto da cadeira e tento sair mas tropeço em um degrau.

"Isso não é hora de tropeçar, Sarah."

-Fique sabendo Samantha, que essa que você acabou de descrever é você mesma. Eu venho a faculdade E a aula para aprender e ser alguém na vida, ao contrário de você que vem apenas para transar com o Loan e os outros garotos.

Digo tudo com um tom ameaçador e irritado, essa loira oxigenada me tirou do sério. Nem mesmo o Drogo consegue essa proeza.

-Quem você acha que é para falar assim comigo, hein sua loira oxigenada?!
-Oxigenada é você! Eu sou loira natural e eu sou...

Paro de falar ao ter uma pontada na cabeça, me agacho no chão com as mãos na mesma e arfando. Tenho mãos em meus ombros tentando erguer minha cabeça, para ver se estou bem, mas me recuso a erguer a cabeça.

-Droga. Peter, temos que ir.
-Eu sei. Sara você pode arrumar as coisas dela e levar lá depois?
-Claro, cuidem dela.

A dor é agonizante, sinto como se minha mente estivesse sendo estraçalhada por mil facas. Deixo as lágrimas saírem para não gritar, ouço mais ou menos eles falando com o professor.
Sou tirada do chão e levada para fora da sala, assim que sinto o vento frio em meu rosto acabo dando um grito de pura dor.

-O quê está havendo, Drogo? Por que ela está assim?
-É o Viktor. Está a atacando de novo.
-Assim ele vai matar ela.
-Esse é o plano dele, assim ele consegue o que quer.

Me encolho em seu colo gritando e chorando, com as mãos na cabeça.

-Faz parar... Por favor... Isso dói...

Peço entre lágrimas e apertando minha cabeça com força.

-Se acalma. Respira fundo e tente erguer uma barreira em sua mente, assim como fez com Nicolae.
-Eu não consigo... Ele está me impedindo... Drogo... Me ajuda...

Ele entra comigo em seu colo e Peter da partida no carro em direção da Mansão, estou sentindo minha mente se quebrando de pouco em pouco e não é nem um pouco bom ou agradável.
Viktor está querendo me matar antes mesmo de chegar aqui, ele me quer e vai conseguir se não me afastar dessa cidade o quanto antes. Minha respiração está entrecortada e fraca, minhas mãos não largam meus cabelos e os braços de Drogo não me largam.
O carro para e a porta é aberta, ouço o portão de entrada sendo aberta e depois a porta. Sou colocada em um sofá, mas não toco nele e já dou um grito de agonia, sinto mãos em meus ombros me forçando para baixo e as palavras de Nicolae.

-O quê está havendo?
-Faz parar!

Grito pedindo ajuda, chorando em desespero e dor.

-Peter a firme para mim, eu já volto.

As mãos são trocadas e logo ouço a voz dele me dizendo que tudo ficaria bem, mais eu sei que não vai. Tudo vai acabar aqui e depois de centenas de anos fugindo dele, ele vai conseguir o que quer de mim.

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