Capítulo 7.

132 22 0
                                        

Um barulho ensurdecedor me acordou, abri os olhos irritada e cansada pela noite mal dormida. Me levanto da cama, o desligo e vou para o banheiro tomar o meu banho e ver se consigo fazer essa dor e exaustão sumirem. 
Desço as escadas vestida com o meu uniforme e minha bolsa, Lorie está me esperando no fim da escada com os cabelos ainda para fazer. Abri um sorriso a ela e estiquei a mão para ela que a aceitou e fomos para a sala de jantar juntas, coloquei um copo de sangue e um pedaço do bolo que fizemos, para ela e enquanto ela comia eu arrumava o seu cabelo.

-Prontinho, Lorie. Você terminou?

Ela se levantou da cadeira e saiu da cozinha dizendo um "sim" bem audível, o que me fez fazer uma leve careta.

-O que você tem, princesinha?

Viro o rosto um pouco e o olho de canto, minha cabeça está explodindo e meu corpo grita pela cama. Expulso essa sensação de cansaço e com um suspiro volto a andar em direção da porta.
Esperei Lorie no hall e alguns segundos depois ela chega, abri a porta e fomos para a escola primária onde a deixaria e de lá eu iria para a faculdade, já que é caminho.

-Boa aula, Lorie e se comporte.
-Ta. Boa aula para você também, Sarah.
-Tchau loirinha.

Ela me deu um beijo na bochecha e entrou, dei meia volta e fui para a faculdade.

"Será que é uma boa ideia eu voltar a aula?" pergunto e logo em seguida me repreendo "É claro que é!"

Chegando na universidade já dou de cara com uma loira oxigenada e um sem cérebro.

"Definitivamente não é meu dia hoje."

-Olha quem deu a cara, a gótica vadia.
-Me deixa em paz Samantha, não estou de bom humor.

Ela me olhou com nojo e eu passei por ela batendo nossos ombros um no outro, ela deu um passo para trás e eu entrei e fui para a minha primeira aula, a de Mitos e Lendas.
O professor dessa aula é um pouco estranho, ele tem o cheiro diferente dos outros mas não sei dizer de que. A sala vai se enchendo de pouco em pouco e quando ele finalmente entra, mas o que me deixa surpresa não são os seus olhos ou a presença de Sara Osborne, mas a de Drogo e Peter.
Pego meu material e finjo que não os vi e muito menos a Osborne, minha família tinha algo contra a dela mas não sei o motivo e nem pretendo saber, já tenho problemas demais.

-Senhorita Bittencourt? Sarah Bittencourt?

Ergo os olhos para o ser que me chama e encontro os olhos dourados de Sebastian Jones me encarando.

-Pois não, Sr. Jones?
-Poderia me dizer algo sobre os puro-sangue?

Concordo sem entender a intenção dele.

-Os sangue-puros são a classe dos vampiros mais altas, eles chegam a se comparar a um original pela força que eles possuem e às vezes eles se tornam as presas dos originais, por se sentirem ameaçados por essa classe que pode fazer com que as outras classes a baixo deles o obedeçam.
-Mas qual o motivo dos Originais terem medo dos Puro-Sangue?
-A habilidade de controlar os outros e sua linhagem. Os poderes dos originais são inferiores dos de sangue-puros. Mas apenas aos adultos, pois aos adolescentes que ainda não tem controle absoluto sobre suas habilidades, são mortos facilmente pelos originais.

Franzo a testa ao sentir uma pontada de dor, mas não sou a única a sentir essa pressão. Os irmãos Bartholy, o Sr. Jones e a Osborne também sentiram, mas não igual a mim pois ela é dirigida a mim, para me achar. 
Coloco as mãos nas têmporas e as aperto na tentativa de fazer esse ataque psíquico passar.
Sinto olhares sobre mim, abro os olhos e encontro os de Drogo e Peter sobre mim, preocupados.

-Como licença, Sr. Jones eu poderia ir para a enfermaria? Não estou me sentindo bem.

Após um instante ele volta a si e esquece a pressão psíquica que assola a universidade.

-Claro, está liberada.
-Obrigada.

Assim que me levantei senti uma pontada na cabeça e uma voz rouca e tenebrosa.

"Te achei pirralha."

Paralisei apavorada e só não cai por que alguém me segurou no último instante, tudo escureceu se uma hora para outra.

"O que está acontecendo? Ainda estou consciente."

-Fica quieta e não se mexa. Feche os olhos, vou te levar para a mansão.

Apenas concordei com a cabeça e me deixei ser levada pelo Drogo.

A Puro-SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora