A cama é confortável, mas sei que não posso ficar nela para sempre. Tento me levantar ou abrir os olhos mas não consigo, estou fraca e no instante seguinte sinto uma mão em minha testa e um suspiro.
— Quando foi que ficou doente pela última vez? Deveria ter o que? Cinco anos?
Abri os olhos lentamente e sob o protesto deles, vendo ele em minha frente, tentei o responder mas minha voz não saiu. Sua mão tirou meu cabelo do rosto e se sentou do meu lado na cama, mantendo uma mão minha na sua e a outra em meu rosto, me mantendo o olhando.
— O que houve para você ficar doente, Sarah?
Tentei lhe dizer a palavra água, lhe explicar o que aconteceu mas não consegui então neguei sem saber como achar minha voz de volta. Ele suspirou derrotado e se debruçou sobre meu corpo, se deitando sobre mim.
Fechei os olhos de volta, sentindo o cheiro de seu sangue mas nem me importei mais, apenas me foquei no peso dele sobre mim e apenas os abri os olhos ao sentir o sabor do sangue em meu paladar. Tentei me soltar dele, me livrar e cuspir o seu sangue mas o infeliz me manteve presa até que engasguei e fui forçada a engoli-lo.
— Você ficará bem agora, minha bonequinha.
Sua voz me chegou aos meus ouvidos revestida se perversão e nada de bom me veio, nem quando voltei a dormir com o sabor nojento de seu sangue.
— Graças a Deus você acordou. Está se sentindo bem?
Olhei ao redor procurando pelo dono da voz, segui meu olhar e encontrei um garoto, um homem mais velho me olhando preocupado e aliviado por eu ter acordado, mas aonde estou?
— Quem é você? E onde estou?
Ele me olhou desacreditado, preocupado e chocado pela pergunta que fiz, e logo foi conferir a minha temperatura, coisa que não entendi.
— Sua febre ainda está aí, logo deve passar e você se lembrará de nós e de onde está. Não se preocupe, Sarah.
"Febre? Mas não me sinto doente... O que houve comigo? E como ele sabe o meu nome?"
Estranhei quando vi um sorriso triste em seu rosto e ao ter a resposta para as minhas perguntas que não tornei verbal, me incomodou um pouco, mas o ouvi calada.
— De acordo com Drogo, você encontrou a cabana que ele fez e depois passou a noite inteira na banheira com água gelada. Desculpe-me por ele.
"Banheira? Cabana? Drogo?"
"Então foi ele o culpado."Tentei me lembrar do que ele estava falando e o motivo de tanta preocupação, eu não passo mão desde os meus cinco anos, não faz sentido eu estar doe... Meus olhos se arregalaram ao me lembrar do que tinha acontecido comigo e se encheram de lágrima reprimidas a um bom tempo, o que me fez virar o rosto para a direção oposta dele e me forcei a voltar a raciocinar enquanto ouvia a ele "está tudo bem, Sarah. Você ficará bem, isso te garanto." e respondi a Nicolae, escondendo meus sentimentos novamente.
— Desculpa, me descontrole-i e acabei os preocupando. Não vai se repetir mais. Desculpa, Nicolae.
— Tudo bem, todo mundo tem recaídas e se te fizer sentir melhor, foi o Drogo que te encontrou e te trouxe. Ele estava preocupado com você.Concordei sem proferir uma palavra sequer e me encolhi un pouco na cama ouvindo suas palavras e sem as ouvir realmente, pelo menos meu corpo não está mais dolorido e nem pesado. Pensei em seriamente não mostrar a ele o que tinha me feito, ainda mais depois de que foi culpa do irmão dele que me fez ficar assim, mas acabei o chamando e o mostrando tudo o que tinha passado durante esse tempo que passei inconsciente e tinha me lembrado, ele ficou com uma expressão neutra ao ouvir e ver o que lhe tinha mostrado, não queria os ferir caso algo acontecesse, então preferi o prevenir antes que algo acontecesse e assim poderiam ficar de olho em mim também.
— Obrigado por me mostrar, Sarah. Tentarei achar alguma coisa pra te ajudar, pode ficar tranquila.
— Obrigada, Nicolae.

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A Puro-Sangue
Про вампировSarah Bittencourt é uma vampira Puro-Sangue, a última de sua espécie e por ser a única está sendo perseguida e ameaçada por um vampiro original que quer tomar seu poder. Sarah está morando em Mistery Spell, uma cidade no interior da França e está tr...