A Puro-Sangue

Capítulo 2.

Acordo no meio da noite com uma criatura pulando sobre mim, me viro resmungando e olho para a criatura. É uma garotinha de aparência de sete anos, de pijama cheio de babados, cabelos soltos loiros e uma expressão de choro. 

-O que houve, pequena? Por que está chorando?
-Tive um pesadelo... Sonhei que o meu pai estava de volta e que me menosprezava... 

Ela começou a chorar de volta, a abracei gentilmente, a aconchegando em meu colo. Fico fazendo carinho em sua cabeça enquanto a acalmava, alguém bateu na porta e ela se encolheu em meu colo.

-Posso entrar? 

Era a voz de um garoto, mas não era nem de Drogo ou Nicolae, não conheço essa voz. 

-Não... Ele vai me levar daqui... 
-Ei acalme-se, você está segura. Está em casa.

Levanto a voz para que ele ouvisse.

-Pode sim.

Ele abre a porta no mesmo instante em que a garotinha se enfiava de baixo da minha coberta. Um garoto de cabelos escuros, quase azul apareceu, olhos azuis e uma estatura perfeita. Ele está sem camisa, o que só fez ele parecer mais lindo. O garoto olhou diretamente para o embrulhinho deitada do meu lado, veio até nos e fez menção de pegá-la. 

-Deixe-a aqui.

Ele me olhou sem entender e quando foi falar a sua voz saiu irritada e fria. 

-Você não é nada nosso, apenas a babá dela. Então é melhor não se intrometer na minha família. 
-Você tem noção de com quem está falando?

Digo me sentando na cama, a pequena se joga em meu colo e olha para o irmão. Ela está com os olhos vermelhos e as presas, ela está com o rostinho todo marcado pelas lágrimas. 

-Deixa ela em paz, Peter!
-Pelo visto o Peter e a Lorie chegaram primeiro que eu na princesinha. A Lorie tudo bem que é uma criança, mas você Peter? Qual é o seu joguinho?

Olhei para a porta e vi Drogo, com um sorriso insuportável e maravilhoso. Ele está encostado no batente da porta nos olhando de braços cruzados. Essa família é maluca, mas também com um pai que eles tem. 

-Eu não sei quem deu permissão para que entrassem no meu quarto desse modo? Então, por favor, saiam do meu quarto que eu quero dormir! 
-Olha a princesinha tem garras.
-Tenho e você quer vê-las? Se quiser é só me falar que eu te coloco para fora daqui no tapa, Drogo!

Pronto, perdi a paciência com eles. A Lorie apenas veio aqui porque teve um pesadelo, já os outros dois vieram para me atormentar. Ninguém merece.

-Saiam daqui, anda! 

Meus olhos ficam vermelhos e sinto minhas presas aparecerem, pela cara de espanto deles, Nicolae não disse nada a eles o que eu sou e quem eu sou. Lorie foi a única que não ficou espantada ou em choque, ela me disse alguma coisa no ouvido e depois sorriu diabólica. Ergui uma sobrancelha sorrindo também e dei um beijinho nela antes dela sair correndo do meu quarto. Os dois me olharam assustados, me levantei da cama e coloquei o meu hobby e os olhei atentamente. Hora do show começar.