Capítulo 11.

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Os digo uma coisa: Nunca tentem ir a faculdade, escola ou qualquer outro lugar sem sua visão, é um horror.
Eu perdi a conta de quantas vezes que tropecei e bate de cara com um poste, no final um carro parou ao meu lado e ouvi o vidro baixando.

-Entra logo, princesinha. Não tenho o dia inteiro.
-Ta, mas... Onde você está?

Pergunto com o cenho franzido, tentando achar o carro com as mãos. Sério, quando eu me encontrar com o Viktor vou fazer ele pagar por todo esse mico que ele me está fazendo passar.
A porta é aberta e depois fechada.

-Você é um saco quando não enxerga. Por que quis vir a faculdade desse jeito?

Ele me pergunta irritado me ajudando a entrar no carro, fecha a porta enquanto eu ponho o cinto e ele dá a volta.

-Porque eu não posso perder as aulas e tecnicamente, a faculdade é o local mais seguro no momento. – lhe respondo assim que ele dá partida – Longe da casa de vocês e de vocês. Então se for possível, fique longe de mim. Não sei onde ele está e não quero os colocar em mais risco do que já coloquei.
-Ele vai saber de qualquer jeito, já que você tem o nosso cheiro em você. Ou você não pensou nisso?

Tem um pingo de sarcasmo em sua voz o que me faz virar em sua direção irritada.

-É claro que eu sei e é por isso que estou indo a faculdade, onde se bruxa e lobo para tapar o cheiro de vocês, imbecil.

Assim que ele para o carro na faculdade, eu abro a porta e saio só para logo em seguida tropeçar no meio fio.

-Droga.

Me cento no chão e lá fico, cansei de ser humilhada e é isso que está acontecendo comigo. Me encolho e me abraço de cabeça baixa e me sinto ser envolvida por braços.

-Levanta daí e para de chorar. Ele não vai conseguir te manter assim por muito mais tempo, ainda mais agora que ele está vindo a cidade e tem que lugar contra as bruxas daqui.

Drogo me levanta e me puxa contra seu peito, onde lágrimas minha molham seu uniforme. Uma dor me faz encolher em seus braços, o infeliz não cansa e toda vez que estou a ponto de me livrar dele, ele reforça seu poder e quase me faz desmaiar. Ele me segura mais firme assim que minhas pernas cedem.

-Droga, Sarah. Se controla, se não vou te levar de volta para casa.

Concordo e me forço a ficar de pé de volta e me solto dele, limpo meu rosto e olho na direção da faculdade, a minha direita mas assim que comecei a andar ele me segurou e me virou para a esquerda.

-Quase que você vai de cara em um carro. Vamos, vou te levar a aula de Mitos e Lendas.

Ele me leva até a sala e me senta ao seu lado, não sinto a presença de Peter e nem a do professor, o que quer dizer que eles ainda não chegaram. Mas tem olhares sobre mim, olhares se questionando o motivo de eu ter chegado com o Drogo e ter me sentado ao seu lado.
Uma aura que conheço da aula de ontem, para ao meu lado e eu mantenho o olhar na mesa.

-O que faz sentada aqui com ele? Vem se sentar comigo, assim conversamos um pouco antes do professor chegar.

Pânico me atinge assim que ela segura minha mão e me puxa para o seu lado, na sua bancada. Tento olhar para Drogo pedindo socorro, mas nem sei onde ele está.

-Solte-a, Osborne.
-Fique fora disso, Bartholy. Ela não é nada sua.
-Eu mandei solta-la.
-E desde quando eu faço algo que você mandou?

Mesmo estando cega consigo ver uma guerra sendo formada nesse momento, e não será bom eu estar no meio de uma bruxa e um vampiro.

-Drogo, está tudo bem. Vou ficar bem, só... fica atento. Qualquer coisa eu te chamo.

Ele resmunga e volta para o seu lugar, pois ouço sua cadeira e seu mal humor daqui. A Osborne se senta e eu fico parada, em pé que nem uma idiota sem saber onde devo me sentar.

-Sente-se, o professor já vai chegar.
-Sara...

Não tenho resposta dela então a procuro, tento a encontrar pelo seu batimento cardíaco, mas são muitos na sala e não sei qual é o seu. Ouço ela suspirar.

-Meu Deus! Você não está enxergando.
-Fala baixo, pelo amor de Deus.

Ela me segura pela mão e me puxa devagar até a cadeira, onde a chuto primeiro e depois me sento.

-O que aconteceu a sua visão? Desde quando está assim?
-Foi ontem... Aqui na sala, naquela hora...
-Quem te fez isso?

Fico de boca calada, pois não pretendo contar a ninguém o quer sou e muito menos que sou o alvo de um vampiro original de mil anos. Não obrigada.

-Me diz, Sarah.
-Eu não sei. Agora chega, vamos prestar atenção, pois ele chegou.

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