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A floresta não é bem meu lugar favorito e muito menos o meu cardápio favorito, mas já estou acostumada com ele. Ando por ela tranquilamente e pensando no que fazer para não dormir.

Subo em um galho e lá fico, olho ao redor e franzo as sobrancelhas ao ver uma cabana um pouco mais afastada da mansão. Desço da árvore e vou na direção da cabana, tomando cuidado com as raízes e troncos caídos.

Paro em frente a cabana e a admiro, ela é toda feita de madeira e possui dois andares. As janelas são baixas e compridas com cortinas as tapando, na entrada tem três degraus de pedra.

Abri a porta e entrei, o interior é bem aconchegante. Tem velas espalhadas pelos cantos, em pontos estratégicos, deixando o ar mais romântico e belo; um sofá de couro vermelho e uma poltrona; uma lareira que estava acesa e uma mesa com duas cadeiras, e do lado direito, a escada que leva para o andar superior.

Ao dar um passo na direção da escada ouvi vozes do lado de fora, me virei para a porta ao reconhecer as vozes. Me dirijo até a lareira e fico olhando para o fogo que crepitava ali e fiquei a observar ele até que a porta foi aberta e as vozes cessaram.

— O que faz aqui?
— Nada, apenas vim ver a cabana. Já que a vi de um galho.

O respondi enquanto olhava para as chamas em minha frente e no instante seguinte me virei e fui até eles, parei ao lado de Drogo e ficando na ponta dos pés lhe dei um beijo na bochecha e saí.

— Estou indo ahora, tchau Drogo.

Assim que sai da vista da Camilly, corri para a mansão e me tranquei no banheiro de meu quarto. Ouvi passos e questionamentos a mim durante o caminho, mas não dei atenção a ninguém e apenas fui para o meu quarto e lá me tranquei no banheiro. Entrei de roupa mesmo na banheira, não querendo dar tempo para minha mente raciocinar com o que tinha visto e o que significaría aquilo e do porque dele ter feito a cabana para ela. A água gelada me fez me manter a pensar apenas no frio que sentia, me afundei na água fazendo meu cabelo ficar a boiar na água e ao ouvir baterem na porta, me levantei e fui até ela molhando o quarto todo no caminho. Abri a porta dando de cara com Drogo do outro lado, vou para fechar a porta de volta e voltar assim para a banheira de água gelada, nas sou impedida por ele, que entra logo em seguida, a fechando atrás de si.

— Por que foi até lá?

Me afastei dele voltando para o banheiro, dando as costas a ele, ouvindo seus passos atrás de mim.

— Sarah.
— Por que construiu aquela cabana?

Parei de costas a ele na porta do banheiro e nessa hora foi graças a Deus por não termos reflexo, se não ele estaria a ver tudo o que eu nao queria que ele visse pelo espelho do banheiro e espero pela sua resposta, mas não a recebo, então volto a andar e entro na banheira de volta.

— Por que você foi lá, Sarah?

Fecho meus olhos e me afasto dele, afundando na água um pouco e abafando assim os sons com ela. Sinto suas mãos em meus braços me puxando para cima de volta e me fazendo engasgar com a surpresa e abrir os olhos.

— Por que?! Responde.

Mantenho a boca fechada i olhando tão perto de mim e tão irritado, "não devia ter entrado na cabana, não deveria ter saído para a floresta".

— Estava apenas curiosa, pois nunca tinha a visto lá antes. Sai, me deixa em paz. Sai, Drogo. Vai embora.

Uma expressão amarga aparece em seu rosto ao ouvir minhas palavras sem qualquer emoção, e sem esperar por isso, ele me larga me fazendo afundar na água de uma vez e me fazendo engasgar com a água da banheira e quando consegui voltar a superfície, ele já não estava no banheiro. Me abracei e lá fiquei pelo resto da noite e o começo da manhã.

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