Meus olhos passam pelo rosto dele, cada centímetro e para em seus lábios por um segundo. Lábios esses sujos de sangue, seu sangue. Me sento na cama no mesmo instante em que tranco a porta e as janelas, fechando as cortinas e subindo uma barreira de som, tendo de volta minha audição que foi tomada por ele.
Viktor observa cada movimento meu, em alerta para qualquer risco ou recaída que eu possa ter. Sentir os furos se fechar não é agradável, ainda mais lento como está se curando. Ajeito minhas pernas, as dobrando para cada lado de meu corpo e levando minhas mãos até o rosto dele, o segurando e hipnotizada por aquele sangue, levo minha boca até a dele e passo a língua no canto de seus lábios, pegando a pequena gota que tinha ali e estremecendo no processo. Sem nem dar tempo de eu pensar direito, ouvi suas palavras em minha mente segundos antes de ter meus lábios presos pelo dele em um beijo.
"Não me provoque, bonequinha. Você ainda não está cem por cento."
Um sorrisinho travesso passou pelo meu rosto, no meio do beijo o que apenas serviu para fazer ele rosnar em aprovação e deitar nós dois na cama de volta, sem nunca quebrar o beijo. Sua mão destra passeia pela minha perna, subindo por ela e parando em minha coxa, a apertando.
"O que tem aqui?"
"Nada."Outro rosnado mas dessa vez sua mão não se mexeu em minha perna, e com muita relutância e pesar, ele quebrou o beijo observando por fim meu pescoço que já não tinha ferimento nenhum. Passou a mão esquerda ali, as pontas dos dedos, me fazendo estremecer com tal toque leve.
— Pequena travessa, seus ferimentos já se fecharam. Onde você ia?
Me mantenho calada o olhando com os braços na cama e erguidos na lateral de minha cabeça, sentindo sua carícia com o polegar em minha coxa. Sua mão esquerda pega um fio de meu cabelo sujo de sangue, o cheirando e sentindo o meu cheiro ali, o cheiro que ele já conhecia a muito tempo.
— Está toda suja. Vem, vamos limpar isso.
Ele se levanta da cama me deixando alí, sem vontade de levantar e me fazer me questionar o que tinha acontecido comigo, mas esses pensamentos somem no segundo seguinte. O olhar dele sobre mim me faz estremecer, me lembrando que estou de roupão e que não tenho nada por baixo. Levo a mão destra até meus lábios, apoiando o dorso dela sobre os lábios, tapando um sorrisinho travesso. Vejo os olhos dele se fecharem levemente, vendo o que eu estava fazendo.
"Levanta, Sarah. Não vou lhe tocar, se levante ou vou embora."
"Pode tentar. Seu sangue me trouxe energia de volta, meus poderes não estão fracos como antes."
"Garotinha travessa e irritante. Da próxima te deixo aí morrendo!"Dou uma risada ao ouvir o que ele diz, achando graça daquela ameaça sem fundamento e negando a ele o chamo com o indicador direito.
— Você sabe muito bem e eu também, que você não me deixaria morrer. Então não adianta fazer essas ameaças, meu caro Bartholy.
Ele rosnou ameaçador a mim, o que apenas me fez abrir um sorriso deixando a mostra minhas presas, demostrando toda a diversão que sentia no momento. Ele chegou perto de mim novamente e antes que ele pudesse fazer algo, entrelacei minhas pernas em sua cintura e meus braços em seu pescoço, o fazendo se firmar na cama com as duas mãos para não cair sobre mim.
"Quer brincar? Tudo bem, vamos brincar e ver quem resiste mais, mas não venha reclamar amanhã."
"Assim que eu gosto."
"Desça a barreira. Vamos para o meu quarto, lá vamos ter mais privacidade."Com um sorrisinho, tudo caiu. Os poderes cessaram e a barreira de som não existia mais. Comigo presa em si, Viktor se levantou me mantendo firme em seu colo, me segurando pelas coxas e saiu de meu quarto e indo para o dele em questão de segundos.
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A Puro-Sangue
VampirgeschichtenSarah Bittencourt é uma vampira Puro-Sangue, a última de sua espécie e por ser a única está sendo perseguida e ameaçada por um vampiro original que quer tomar seu poder. Sarah está morando em Mistery Spell, uma cidade no interior da França e está tr...