A Puro-Sangue

02x03

Mal entro na sala e a Osborne já está em minha frente me perguntando se Sarah veio junto e o porquê de a estarmos mantendo presa na mansão, finjo que não a ouvi como sempre e fui para o meu lugar. Ela vem até mim querendo respostas e até se senta ao meu lado, me olhando.
Suspiro derrotado e a olho.

-O que você quer Sara?
-Você sabe. Por que Sarah não veio com você?
-Porque ela não pode. Ela não acordou ainda.

Minha voz sai baixa como todas as vezes e logo me viro para frente e pego meu caderno e caneca e começo a rabiscar melodias no papel, quando o professor Jones entra.
Ele começa a aula dele e pergunta o motivo de Sarah Bittencourt não ter vindo hoje e vários olhares caíram em mim, mas não liguei e apenas disse que ainda estava doente e que não queria vir a faculdade. Logo os olhares voltaram para ele, mas Jones não desviou os olhos de mim e por estar cheio dele, me fiquei totalmente em minha melodia.

O quarto está iluminado, com as cortinas abertas e um belo jovem loiro sentado na poltrona me olhando melancólico. Eu não sei o motivo e nem tento saber ele, pois já estou cansada e logo deixo minha mente vagar de volta para a escuridão e palavras de Viktor Bartholy.

"–Esse foi o seu castigo por ter tentado fugir de mim. Você poderia ter sido minha."

Eu sei que não são verdadeiras essas palavras, meus pais nunca me entregariam a esse monstro e por culpa dele eles estão mortos e eu estou nesse estado, um estado que eu tampouco sei qual é.
Me levanto do sofá e vou andando distraída até que me bato contra alguém, mãos firmes me seguram pelos braços e ao erguer minha cabeça meu sangue gela.
Tento me soltar, mas é em vão. Ele sempre foi mais forte que eu e eu não chego nem a metade de seus poderes, pois se fosse não teria sido pega em sua armadilha ardilosa.

-Onde pensa que vai? Quero me alimentar.
-Não, por favor. Eu já estou fraca e inconsciente, por favor. Você vai me matar assim...

Um sorriso diabólico aparece em seus lábios e um calafrio me perpassa, uma mão dele me solta e passa em meu rosto tirando meu cabelo de lá, deixando meu pescoço livre.

-Por mais que eu te queria morta, não posso. Você é minha e fará tudo o que eu quiser, Sarah. Não te farei mal, pelo menos não muita.

E com isso sinto suas língua em meu pescoço e logo suas presas, me fazendo estremecer e soltar um grito de dor que logo é silenciado por sua mão. Sinto minhas pernas fraquejarem e eu ser sustentada por seus braços.

-Vik...tor...

Minha voz sai em um fiapo e meus olhos se fecham, mas não antes de ver seus olhos vermelhos e sua boca suja de sangue, meu sangue, me olhando.