Suas respirações estavam pesadas assim como seus corpos se encontravam exaustos, haviam rodeado o primeiro andar da base, espalhando bombas por todos os cômodos possíveis e nas áreas mais frágeis para que a construção inteira viesse abaixo com o acionamento.
As dores das feridas da queda pareciam arder ainda mais e caminhar era um desafio gritante. As máscaras em seus rostos esquentavam e sentiam o suor escorrer por cada poro.
Haviam perdido completamente a noção do tempo ali dentro e a quantidade de pessoas que haviam matado ou desmaiado no percurso já não fazia diferença alguma. Estavam em busca de uma entrada para a parte subterrânea que descobriram que realmente existia após ameaçar um dos seguranças para que lhes contasse sua localização.
Agora seguiam quase se arrastando para o local que ficava o elevador para o subsolo.
— Acha que ele terá concluído a missão? — questionou a mulher ofegando baixo, sua mão pressionando a ferida mais aberta e dolorida em sua perna, estancando o sangramento da melhor forma que podia naquele momento.
— Talvez... Ele tem força para isso... E o corpo dele é extremamente resistente a ataques ofensivos... — pontuou o moreno, seus dedos pressionando a pequena tela encostada na parede, acionando o elevador totalmente camuflado. — Será que consigo colocar um desses em casa?
— Não inventa... Capaz da estrutura não suportar e cair o prédio inteiro... Vamos logo que eu já me cansei daqui — afirmou Eva se dirigindo para o interior do elevador, seu corpo se apoiando contra a lateral fria.
— Já quer ir embora? A festa está só começando — provocou o maior com leve cinismo em sua voz, seguido de seus passos arrastados para o interior do cubículo, pressionando o botão para o subsolo.
— Uma festa sem salgadinho não merece tanto assim a minha atenção.
O moreno deu um riso cansado e se encostou contra a parede, fechando os olhos por alguns segundos. Assim que a porta se abriu, os dois ouviram o som de uma arma destravando e tensioaram o corpo, ficando atentos a tudo ao redor.
— Abaixa isso aí, Bakeneko. Somos nós — comentou Matteo ao notar que a pessoa que estava com a arma era Gael, a pele escura sem um único resquício de feridas ou suor.
— Certo. Achei que fosse algum deles — disse abaixando a arma e a guardando, em seguida se virou para sala e abriu espaço para que os dois saíssem do elevador.
— Você... Fez tudo isso sozinho? — perguntou Eva ao notar os diversos seguranças amarrados e largados no chão, as bocas tampadas para que não fizessem nenhum som.
— Foi... Disseram para enrolá-los caso eu não conseguisse fazer sozinho... Não sabia o que fazer com eles então segui para a ideia de enrolar.
— Ele realmente levou ao pé da letra... Deveria ter me tocado disso... Olha, Bakeneko, quando a gente diz "enrolar" não significa necessariamente enrolar com uma corda... Mas esqueça — comentou o moreno dando uma risada alta daquilo, sua mão erguendo levemente a máscara para ventilar sua face.
— Não? O que significa?
— Depois arranjamos um dicionário de expressões para você. Conseguiu encontrar Ushi-oni? — cortou a mulher um tanto apressada.
— Ali — respondeu o maior apontando mais para o fundo da sala onde havia o corpo decapitado em uma cadeira e a cabeça sobre seu colo.
Os três se aproximaram de onde o corpo estava, os olhos ainda arregalados na cabeça decapitada. Matteo a segurou com sua mão robótica sem quaisquer cuidados e a manteve ao lado de sua perna.
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inafetivo
Science FictionNaquele mundo em que sobreviver era a lei, os afetos são esquecidos e abandonados desde o berço. Amar se torna um peso, algo difícil de se carregar, uma cruz a qual poucos conseguem lidar. A guerra, a morte e a violência se encontram em cada esquin...