Um pequeno raio de sol

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ALEXANDER

— QUAL É A PORRA DO SEU PROBLEMA? – Jonathan gritou em russo, batendo na porta deslizante da van enquanto Hodge pisava no acelerador e saía do estacionamento em alta velocidade.

— Reféns não faziam parte do plano! – gritei de volta, arrancando a máscara preta que tapava meu rosto.

— Ele sabia sobre a chave! Ele poderia ter nos dado o que queríamos!

O fixando com um olhar não impressionado, mordi minha língua para não responder.

Eu dava ordens, não explicações. E em nossa cadeia de comando, minhas ordens não vinham de um idiota como Jonathan.

— Gregor. – Voltei minha atenção para o homem atrás. – Abra as portas.

— Para quê? – Jonathan exigiu.

Gregor foi inteligente o suficiente para acenar com a cabeça e rastejar para a porta, destrancando um lado e depois o outro.

Sem perder mais um segundo, tirei minha arma do coldre e dei um tiro no centro de seu rosto. Sangue respingou em uma das portas, junto com pedaços irregulares de seu cérebro. O impacto da bala o jogou para trás e a gravidade cuidou do resto.

O carro atrás de nós tocou a buzina quando seu corpo caiu para fora. Os pneus guincharam quando outros veículos desviaram para tentar evitá-lo. Em algum lugar na parte de trás, dois veículos colidiram.

— Por que você fez isso?! – Jonathan gritou.

Eu o encarei por um momento, tentando decidir se ele realmente era tão estúpido ou se ele estava apenas bravo por eu ter matado um de seus lacaios.

— As informações dele estavam erradas.

— Você está brincando comigo?!

— Ele falhou. – Eu inclinei meu cotovelo na minha coxa, apontando a arma na direção de Jonathan. – Isso significa que você falhou. Quer contar ao seu tio o que aconteceu, ou eu devo?

Jonathan arrancou a máscara e a jogou na parte de trás da van.

— Você é a porra de um animal.

— Isso foi o que eu pensei.

Devolvi a arma ao coldre na parte inferior das minhas costas, desapontado por ele não me ter dado um motivo para usá-la nele.

Jace bufou e balançou a cabeça.

— Valentim vai ficar puto.

Corri a mão pela parte mais longa do meu cabelo, o colocando de volta no lugar.

Puto era um eufemismo. Valentim me trouxe para que essa merda não acontecesse, para que ele conseguisse o que queria daquela porra de cofre e mantivesse seu sobrinho idiota na linha. E agora olhe.

Eu disse a ele que não cometia assaltos a banco. Eles eram bagunçados e caóticos e propensos a dar merda, como este deu.

O fato de Jonathan ser o mentor por trás disso não ajudou.

Por que ele pensou que poderia dar o salto de prostituição e drogas para assaltos a bancos estava além da minha compreensão, mas esta foi a primeira e a última vez que eu fiz um trabalho com ele.

Agora minha bunda estava em jogo graças às informações de merda de Gregor. Se eu não encontrasse uma maneira de compensar o erro, todos enfrentaríamos o pelotão de fuzilamento.

Jace, enquanto isso, vasculhou sua mochila, separando os bens roubados em diferentes pilhas... chaves de carro, celulares, carteiras.

Ele folheou as carteiras, pegando todo o dinheiro que encontrou e jogando em uma pilha separada dos cartões de crédito e identidades.

— Merda... Alec. – Ele deu um tapa no meu bíceps e enfiou uma carteira embaixo do meu nariz. – Veja!

— O quê? – Eu fiz uma careta e peguei a carteira da mão dele, lendo o nome na carteira de motorista.

Magnus Bane.

Era o garoto que Jonathan tentou sequestrar – aquele que sabia sobre a chave.

— Bane... – Meus lábios franziram enquanto os nomes passavam pela minha cabeça.

Homens que eu matei, homens que torturei, homens que persegui. Homens como Asmodeus Bane, aquele que, para todos os efeitos, era dono do Bane Bank & Trust.

Os olhos de Jace se iluminaram e ele acenou com a cabeça, um sorriso se esticando em seu rosto.

Tirando a licença, encarei a pequena imagem por um momento.

Magnus Bane. Asiático de olhos dourados, com um sorriso que sem dúvida conseguia tudo o que ele queria. Um pequeno raio de sol, se é que já vi um.

O endereço do garoto era o mesmo de seu pai, mas depois de toda a vigilância que fiz na mansão, eu sabia que ele não morava lá.

Vasculhar o resto de sua carteira rendeu poucos insights. Alguns cartões de crédito, recibos de uma cafeteria em uma cidade da qual nunca tinha ouvido falar, um cartão de trânsito de Nova York.

Não havia nada de notável até que eu encontrei uma carteira de estudante para a Braeburn University.

Perfeito.

— Consiga toda a informação que poder sobre Magnus Bane e Braeburn University. – disse eu, devolvendo a carteira para Jace. – Podemos ser capazes de salvar essa merda, afinal. 

De Joelhos (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora