Ele falhou em proteger Magnus

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ALEC

Eu passei horas procurando Magnus, medo e raiva apertando meu peito a cada minuto que passava.

Jace monitorou os scanners da polícia enquanto esperava na casa com Imasu. Tudo para nada.

Magnus se foi. Eu perdi ele.

Furioso e derrotado, voltei para a casa para obter algumas respostas de merda.

Jace estava no porão com Imasu quando cheguei. O garoto estava amarrado a uma cadeira, sangrando e suando profusamente.

Jace havia começado sem mim, o que era bom. Ele não tinha descoberto nada útil e Imasu provavelmente estava mais seguro nas mãos de Jace do que nas minhas no momento.

— Comece do início. — disse Jace quando me aproximei, os punhos cerrados ao lado do corpo.

Imasu balançou da cabeça aos pés. O sangue escorria do canto da sua boca e seu olho estava inchado e fechado.

— Eu limpei a bagunça, subi as escadas. Fui dizer a Alec que o cara queria um banho e comida, mas não consegui encontrá-lo. Seu carro havia sumido. Então fui assistir TV. Essa foi a última vez que o vi.

Eu cruzei meus braços sobre o peito.

— Você não ligou para me perguntar nada.

— Eu pensei que talvez você tivesse ido buscar comida. Não era importante.

— E depois o que aconteceu? — Jace perguntou.

Imasu engoliu em seco.

— Eu não sei...

— O que você quer dizer com não sabe? — Eu perguntei com os olhos estreitos. — Você estava assistindo TV e o quê? Ele convocou um par de alicates por magia? Ele não é um feiticeiro! — Desdobrando meus braços, me abaixei e peguei o alicate em questão. — Ele parece real. Real o suficiente para cortar a fechadura e deixá-lo escapar. Eu me pergunto o que mais ele pode cortar.

Mesmo que o pulso de Imasu estivesse preso com fita adesiva ao braço de sua cadeira, Jace jogou seu peso em cima dela, achatando a mão esquerda do garoto.

— Não! Alec, por favor! — Imasu tentou puxar sua mão. Quando isso falhou, ele tentou enrolar os dedos, mas Jace os manteve abertos.

Ignorando a súplica de Imasu, prendi uma das lâminas entre o seu dedo mínimo e o anelar. Com toda a sua luta, ele começou a sangrar bem antes que eu batesse as alças uma na outra.

Imasu gritou. Seu dedo mindinho caiu no chão e rolou como um elo de salsicha... a ferida espirrou sangue por todas as minhas botas.

— Quem fez isso? Quem o ajudou? Foi você? — Eu gritei por cima de seu uivo e da sacudida vigorosa de sua cabeça. — Se não foi você, quem foi? Você deixou alguém entrar em casa? Me diga!

— Eu não deixei! Alec, por favor! Eu não deixei!

— Quem bateu em você então? — Jace perguntou, agarrando um punhado de seu cabelo suado e puxando a cabeça para trás. — Quem nos traiu?

— Eu não sei!

Jace e eu trocamos olhares. Ele deu um leve aceno de cabeça, em concordância com a minha avaliação. Posicionando os alicates de cada lado do dedo anelar de Imasu, levantei uma sobrancelha escura para ele.

Gotas de suor escorreram para o único olho que estava aberto, o fazendo piscar como um louco.

— Deus não. Não, por favor! Alec! Não!

Corte.

Os gritos de Imasu diminuíram para um soluço. Sufocando com as lágrimas, ele ofegou por ar, seus dedos restantes agarrando o braço da cadeira.

— Eu pensei ter ouvido algo. — ele lamentou. — Eu fui olhar. Então eu vi você. Você estava de pé sobre mim.

Eu agarrei sua mandíbula, apertando com força.

— Você está dizendo que eu fiz isso?

— Não! Não! Eu não sei! Nunca vi mais ninguém! Mas eu os ouvi!

— Por que você não disse nada disso antes?

— Porque, porque eu falhei com você... — A cabeça de Imasu caiu para frente, sustentada apenas pelo meu aperto e pela fita que o prendia.

Assim que o soltei, seu queixo caiu sobre o peito e os soluços renovaram.

Exalando, passei a mão pelo rosto com força.

— Limpe-o. — murmurei para Jace. — E tire-o da minha frente.

Jace acenou com a cabeça e caminhou até sua bolsa de lona aberta, puxando uma pequena tocha de butano e uma faca.

Deixei cair a alicate ensanguentado no chão e dei a Imasu um último olhar de desgosto antes de me virar para as escadas.

Ele falhou em proteger Magnus. Ele falhou em resistir durante o interrogatório. Para todos os efeitos, eu deveria colocar uma bala em sua cabeça e cortar minhas perdas. Ele teve sorte de eu ter coisas mais importantes para fazer — ou seja, trazer Magnus de volta.

A tocha acendeu atrás de mim. Um segundo depois, o grito de Imasu reverberou pelo porão. O cheiro de carne queimando subiu as escadas.

— Onde você está indo? — Jace gritou atrás de mim por cima das lamentações de Imasu.

— Recuperar o que é meu.

Eu o encontrei uma vez antes. Eu o encontraria novamente. E desta vez, eu iria garantir que ele não escapasse. 

De Joelhos (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora