Eu queria que ele sofresse

438 61 23
                                    

MAGNUS

— Vamos. — Empurrando o lado de Alexander, olhei para ele com a expressão mais séria que pude. — O que você achou?

— Você não quer saber. — Ele nem olhou para mim enquanto pegava a tigela de pipoca e se retirava para a cozinha.

— Alexander! — Peguei as latas de Coca vazias e fui atrás dele. — É um clássico! Bem, um novo clássico de qualquer maneira. E havia apenas um anão desta vez.

— Toda a missão foi uma gigantesca perda de tempo. Por que o velho não subiu em um pássaro no começo e jogou o anel no vulcão? Em vez disso, ele deu para a pessoa mais fraca do grupo. É ilógico.

— É sobre a jornada, não apenas destruir o anel. E Frodo teve a força emocional para realizar a tarefa. Ninguém mais tinha.

— Prefiro ter força física do que força emocional. Você não viu nenhum dos humanos sendo pegos por uma aranha gigante e quase comidos.

— Não podemos todos ser assassinos durões, ok? Alguns de nós, meros mortais, precisam confiar em nossos outros talentos. — Eu me aproximei dele e beijei a parte inferior de sua mandíbula, a barba áspera contra meus lábios. — Você pelo menos gostou da música?

— Você e sua maldita música. É só nisso que você pensa?

— Existe algo melhor? — Fingi um sorriso inocente.

Ele me deu um sorriso predatório antes de cobrir minha boca com a dele, chupando meu lábio inferior suavemente antes de mordê-lo.

— Você nunca vai me contar sobre seu apelido? — Eu soltei a pergunta antes que o filtro na minha boca pudesse impedi-la.

Ele inclinou a cabeça.

— "Alec"?

— Não. O outro. Seu nome de rua, ou o que é.

Dessa vez, suas sobrancelhas se ergueram.

— "O lobo?" — Ele perguntou e eu balancei a cabeça. — Você vai me dizer como conseguiu os alicates para fugir de mim? — ele jogou de volta com um sorriso.

— Se você me contar primeiro.

Sua cabeça rolou para trás com um gemido.

— É uma piada. A coisa toda. Não tem sentido.

— Uma piada? — eu não acreditava. — As pessoas ficam literalmente assustadas apenas pelo seu nome. Isso não soa como uma piada para mim.

Em vez de responder, ele tirou o telefone do bolso e começou a digitar. Encontrando o que queria, ele me entregou com um suspiro resignado.

Era uma manchete de notícias de 2010.

"400 LOBOS TERRORIZAM CIDADE RUSSA"

— Que porra é essa? Mataram trinta cavalos em quatro dias? — Continuei lendo, os olhos se arregalando quando cheguei à parte sobre o quão completamente remota Yakutsk era, e quão fria. — Sério? Foi aí que você cresceu? Com supermatilhas de lobos correndo em um dos lugares mais frios da Terra? — Ele assentiu, imperturbável pela descrição aterrorizante de sua pitoresca cidade natal. — Ok, mas o que isso tem a ver com o seu apelido?

— Jace. — Ele sorriu e balançou a cabeça. — Aquele idiota começou a me chamar de Lobo como uma piada depois que a notícia saiu. Então, quando as pessoas viram o que eu fiz pelos Morgenstein... — Suas sobrancelhas negras se juntaram. — Bem, não era mais uma piada. Os humanos não foram feitos para fazer isso uns com os outros. Então o nome meio que pegou.

De Joelhos (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora