Mas ele é meu idiota

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MAGNUS

— Estou tão entediada. — Catarina lamentou, a cabeça pendida para baixo na cama. — Vocês dois vão terminar em breve?

— Os flanqueie! — Raphael gritou, polegares se movendo rapidamente sobre o controle enquanto nosso esquadrão se espalhava na TV.

— Em um minuto... vamos! — Eu joguei uma mão para cima quando a cabeça do meu soldado explodiu. — Você deveria estar olhando para os atiradores!

— Desculpe, cara. — Raphael riu, dirigindo seu personagem em uma direção completamente diferente de onde o meu tinha morrido. — Então você já ouviu alguma coisa dele?

Catarina deu um tapa na cabeça do irmão. Ele a virou por cima do ombro e continuou jogando.

— Não. — eu murmurei, apertando a sequência de botões necessária para mover meu personagem para cima de uma parede e me agachar ao longo de um prédio.

Eu já estava com os Loss há três dias sem qualquer contato de Alexander. Por mais que eu tentasse não pensar nisso, era tudo que eu pensava.

— Você está preocupado? — Raphael perguntou enquanto seu personagem lançava uma granada em um ninho de atiradores.

Catarina caiu de bruços, abrindo um buraco na cabeça do irmão com os olhos.

— Meu Deus! Por que você está falando sobre esse idiota?

— Cala a boca, Catarina. — Raphael parou o jogo e se virou para mim, seus olhos castanhos suaves e livres de julgamento, ao contrário de sua irmã.

— Quer dizer... — O que eu deveria dizer? Sim, eu estava fodidamente aterrorizado. Alec estava lá fora, fazendo Deus sabe o quê. Ele seria preso? Será que ele sairia vivo? Se ele o fizesse, ele voltaria? Talvez uma vez que ele terminasse, ele desaparecesse. Talvez ele precisasse, para evitar os policiais. — Eu não sei. Ele é, hum, bom em seu trabalho. Eu acho.

— Em ser um criminoso? — Catarina perguntou, enfiando sua cabeça entre Raphael e eu para ser parte da conversa.

— Não seja assim. Ele realmente não tinha escolha. — eu respondi calmamente.

— O que isso significa?

— Ele não fala sobre isso, mas acho que ele foi vendido quando criança. É por isso que ele é tão... duro. Não é sobre ser um criminoso, é sobre sobreviver. Era ele ou eles, sabe? Eu não sei... Isso faz sentido?

Raphael assentiu.

— Totalmente. Ele foi condicionado para isso, e você não pode desaprender isso, cara. Não sem uma tonelada de terapia e realmente querer mudar.

— Não é quem ele é, é apenas o que ele faz para se manter vivo. — resmunguei, olhando para o controle. — Uma vez que você o conhece, ele é...

— O quê? Uma pessoa completamente diferente? Um grande e velho ursinho de pelúcia? — Catarina bufou.

— Não, ele ainda é um idiota. — eu rebati, mas um sorriso apareceu no canto da minha boca. — Mas ele é o meu idiota. Ele é realmente engraçado. Ele se importa, em sua maneira intensa e superprotetora. E ele entende as pessoas muito mais do que eu originalmente lhe dei crédito, mesmo que ele pense que os sentimentos são besteira.

— Eu não gosto disso. — disse Catarina sem rodeios. — Ele sequestrou você, Magnus. Ele bateu em você. Ele te manteve preso pela porra de um resgate. Essas não são as ações de um cara que 'se importa'.

— Nós dissemos alguma coisa quando você namorou aquele idiota do time de futebol? — Raphael interveio, olhando por cima do ombro para sua irmã. — Não. Nós dissemos alguma coisa quando você namorou a porra do 'fotógrafo'? Não. Então cale a boca. Magnus é um homem adulto. Ele pode tomar suas próprias decisões sem você entrar na conversa como uma esposa irritante. Sinto muito, ele é gay, ele não pode ser seu namorado emocional pelo resto da vida dele.

De Joelhos (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora