De Joelhos (Malec)

Rezei pela morte.

MAGNUS

— Meu deus. Você está fazendo xixi? — Catarina bufou no telefone.

— Não, eu não estou fazendo xixi. É uma longa história. — eu respondi, deslocando meu peso na borda da banheira.

Eu poderia ter pensado que Alec estava exagerando um pouco com as medidas de segurança, e ainda assim eu estava me escondendo no banheiro com a água aberta apenas para fazer um telefonema.

— Onde você está, afinal? A polícia esteve em sua casa por horas ontem. Sua mãe está enlouquecendo.

Gemendo, passei a mão pelo meu cabelo, bagunçando tudo ainda mais.

— Essa é outra longa história.

— É aquele cara, não é?

— Mamãe contou para você o que a polícia disse?

Ela se calou novamente, apenas respondendo depois de um prolongado silêncio.

— Eu não acho que eles disseram nada a ela. Raphael disse que viu agentes do FBI por lá, mas ele é um idiota, então não sei se acredito nisso. Por que você não vem? — ela continuou, soando mais animada do que um minuto atrás. — Vou pedir comida. Podemos fazer uma maratona do Senhor dos Anéis.

Meu estômago roncou ao pensar no jantar, mas a ordem direta de Alec interrompeu esse plano.

— Pode ser amanhã à noite. — eu menti.

— É aquele cara! Você está me dispensando por ele!

— Não é desse jeito.

— Então como é?

Eu não tive uma resposta porque eu não tinha ideia. Meu relacionamento com Alec era... complicado, para dizer o mínimo.

Bem, era complicado para mim. Ele, como sempre, sabia o que queria e declarou isso nos termos mais descomplicados possíveis.

"De agora em diante, você é meu."

O que quer que isso significasse.

— Estou preocupada com você. — disse Catarina calmamente. — Você passou por muita coisa, Mags. E já que você parece ter esquecido, esse cara foi o motivo.

— Não, meu pai foi o motivo.

— Não, Magnus. Alec foi. Ele fez lavagem cerebral em você e agora você tem Síndrome de Estocolmo ou algo assim. Você precisa se afastar dele e ir falar com alguém.

— Eu tenho que ir.

— Magnus, espere!

Eu desliguei na cara dela. Fechando a torneira, eu saí do banheiro. Fiz uma pausa longa o suficiente para enfiar minha carteira no bolso de trás e marchei direto para a porta da frente.

Além de estar com fome, agora eu estava puto graças ao sermão de Catarina.

Eu sabia que ela tinha boas intenções, mas também não queria ouvir isso.

Já cansei de pessoas ditando o que devia e não devia fazer. Mesmo que Alexander fosse a pior decisão da minha vida, era minha.

Como eu não estava com disposição para vodka ou as sobras de rolo de repolho que Alec tinha feito, desci o conjunto principal de escadas, emergindo na calçada. Havia uma cervejaria ao virar da esquina que chamou minha atenção.

Eu estava quase no meu destino quando avistei um rosto familiar andando pela calçada, vindo direto para mim.

Imasu.