Frio, duro, imóvel.

430 56 12
                                    


ALEC

Magnus não ficou feliz quando descobriu toda a história sórdida sobre Lydia.

Se ele pudesse, eu tinha certeza que ele a entregaria para o próprio Kazimir pelo que ela fez comigo. Não importava que tivesse sido uma década atrás. Ele estava furioso.

Eu não poderia dizer que o culpava. Eu também estava. Sem mencionar o fato de que os trabalhadores ainda estavam cobrindo buracos de bala no Idris Theatre por causa daquela cadela.

Mas por mais que eu a odiasse, por mais que eu não confiasse nela, eu finalmente tinha uma resposta para a pergunta que Jack fez há muito tempo – eu confiava em Azriel.

Eu confiava em sua raiva. Em sua sede de sangue. Assim como ele confiava na minha.

Então, quando ele me fez prometer não matar Lydia, eu concordei. De má vontade.

Foi uma promessa que me arrependi imediatamente, sentado em frente a ela em um bar vazio no lado norte da cidade. Ela tamborilou as unhas perfeitamente cuidadas no topo do joelho cruzado, a cabeça erguida.

— Está vendo? Eu estava dizendo a verdade. — ela fungou, provavelmente esperando que eu caísse a seus pés com gratidão.

— Não fale comigo. — eu retruquei. — Eu prometi não te matar, mas eu ainda posso quebrar a porra do seu maxilar.

Azriel parou de andar o tempo suficiente para me enviar um olhar de advertência.

— Você sabe, seria mais fácil se o resto da equipe estivesse aqui. — eu disse, rastreando Azriel enquanto ele circulava o perímetro da área de estar principal.

— Ninguém pode saber que ela está viva. — respondeu Azriel, mastigando o dedo indicador enquanto se movia, mantendo um olho no relógio acima do bar.

— Você realmente acha que ele vai apenas entrar aqui? — Lydia perguntou, voltando sua atenção para Azriel, já que ela não chegou a lugar nenhum comigo. — Ele é mau. Ele não é estúpido.

— Daí o território neutro. — Azriel respondeu altivamente. Ele trocou um aceno de cabeça com Tag, que levantou um copo de uísque em troca antes de beber.

Lydia revirou os olhos.

— Então qual é o plano? Sentar e ficar bêbado enquanto esperam para ter seus crânios esmagados?

— Não se preocupe com isso. — respondeu Azriel bruscamente.

Qualquer pessoa normal teria parado de falar depois de ser encarada por alguém como Azriel, mas ela continuou falando como a princesa mimada que era.

— Me desculpe se eu gostaria de saber o que vai acontecer, já que é minha vida que está em jogo.

— Preocupada que vamos te foder? — Eu perguntei, me inclinando para frente. — Quer que eu diga pra você qual é a sensação?

— Velhos hábitos, Alec. — disse ela com um sorriso de escárnio. — E considerando o fato de que você disse que me mataria na próxima vez que me visse, eu diria que tenho o direito de me preocupar.

— Posso pegar algo para vocês enquanto esperamos? — Tag perguntou, servindo outra dose de uísque e deslizando pelo bar. Scott o pegou e o jogou de volta com uma careta.

— Vodka. — Azriel e eu respondemos ao mesmo tempo.

Tag riu.

— Esse é o espírito. — Ele serviu dois copos e os serviu para nós antes de voltar sua atenção para Lydia. — E você, querida?

De Joelhos (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora