Capítulo 4: Mansão do vale

95 9 84
                                    


Susanna não sabia o motivo de ter sido deixada naquela mansão, com aquela gente estranha, no entanto, de algum modo, a rainha de seus pesadelos tinha uma estátua no hall principal, meio aos vários quadros, as paredes de pedra verde que davam um cl...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Susanna não sabia o motivo de ter sido deixada naquela mansão, com aquela gente estranha, no entanto, de algum modo, a rainha de seus pesadelos tinha uma estátua no hall principal, meio aos vários quadros, as paredes de pedra verde que davam um clima ameno. Ao lado, um elevador de serviço que funcionava à base de correias, tecnologia que ela não conhecia. Em seguida, ouviu o som de algo se estilhaçando. Ela olhou por uma porta de madeira e vidro que levava a outro cômodo. Parecia vir dali. A fim de saber o que era, foi até lá.

O novo local possuía belos sofás vermelhos ornados em madeira em torno de uma lareira. Acima dela, um painel rústico exibindo o que, para Susanna, pareciam armas de humanos. Nas paredes, luminárias de vidro e ferro; de onde saíam tubulações finas de metal que se ocultavam atrás dos revestimentos das paredes. Era algo bem estranho.

Em cima de uma mesinha de vidro, Susanna acabou por encontrar o que havia caído e se quebrado. Um pequeno porta retrato. Ela o ajeitou junto as outras fotos, não se limitando a observar que, numa delas, havia a foto de Eric, Klaus e uma mulher. No outro retrato, a mesma mulher e Leonor. Em ambas as fotos todos sorriam. A mulher em questão tinha pele parda, assim como a de Eric e Leonor. Cabelo longo escuro, um lindo sorriso.

Susanna olhou cada canto daquele lugar, surpreendendo-se com o primor e cuidado na decoração. Apreciava os artesanatos de bronze sobre a bancada da lareira, até que, num vislumbre, encontrou seu malote próximo às cortinas. Finalmente o tinha encontrado. Abrindo-o, a garota se deparou com suas roupas dobradas, e, sobre elas, alguns de seus pertences.

— Que bom que mamãe lembrou de trazer você! — ela pegou seu diário e o abraçou. Ficou feliz por saber que teria algo familiar por perto. Aquele caderno possuía sentimentos anotados, lembranças que ela costumava revisitar. Por isso o chamava de "caderno de memórias".

Também pegou o pingente de mariposa ao lado e o prendeu ao pescoço. Ao tocar na prata, fechando os olhos, pôde imaginar-se voando sobre o mar e o som das ondas como uma bonita mariposa. Cada segundo ali a afastava continuamente de Helonys, o que lhe trazia saudades.

Ela se questionava sobre sua nova realidade. Ainda não se conformava. Olhava para as cicatrizes de suas palmas queimadas. Sentia-se azarada.

A garota teve seu momento interrompido ao ouvir som de passos na escada. Então se ajeitou, levantando-se prudentemente.

— Com licença... — Era uma empregada. Vestia uma túnica branca e uma máscara sobre metade do rosto, deixando à mostra seus olhos expressivos e suas sobrancelhas intensas. Via-se ao lado do rosto, atrás das mechas negras, que ela possuía cicatrizes na pele clara. — Meu nome é Nayoung, minha senhora. Serei sua criada a partir de hoje — disse com mansidão.

— Eu não sou uma "senhora" — respondeu Susanna, sem jeito.

— Todos que moram na Mansão do Vale são senhores — respondeu a mulher. — Vim avisá-la sobre as notícias no mural. Klaus pediu que eu fizesse isso.

O Rancor da Mariposa (Saga Kaedra - Lembrança)Onde histórias criam vida. Descubra agora