Capítulo 8: Festividade Anual

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Kaedra era um planeta imenso, com uma rotação ao redor de sua estrela levando 410 dias anuais

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Kaedra era um planeta imenso, com uma rotação ao redor de sua estrela levando 410 dias anuais. O calendário se dividia em quatro períodos designados pelas estações. Um inverno de 101 dias, seguido da Primavera, Verão e Outono de 103 dias cada.

Em 99 de outono, o frio iniciava a soprar das montanhas do Vale, trazendo consigo o prenúncio da chegada do inverno de um novo ano. Logo cedo naquele dia, Susanna se preparou para as aulas e o treino. Já com seu braço totalmente recuperado, ela esteve sozinha enquanto se alimentou de frutas silvestres pela manhã; ainda tentava manter distância de todos. Ela foi a sala de aula, mas estranhamente não havia ninguém. Somente na área norte da mansão, pôde encontrá-los.

— Olá, garota. Esquecemos de te avisar... Hoje é um dia comemorativo, então iremos fazer um passeio — Klaus a recebeu.

Havia um bom tempo que ela não o via, pois o senhor místico sempre se mantinha ocupado com as caçadas matinais. Algo naquele dia havia mudado; via-se pelas roupas que cobriam. Uma pele acizentada nos ombros e um sobretudo escuro aparentemente mais refinado do que seus trajes costumeiros. O rosto do senhor místico parecia igualmente garboso e rústico quanto suas vestes. Klaus era alto e esguio, tinha um olhar orgulhoso que Susanna via claramente em Eric; um bigode grisalho, cabelo penteado para trás.

— Passeio?! — Susanna se alegrou. Ela não considerava que essa seria uma prática comum na família Bornot. Na verdade, tendia a imaginar que ficaria presa à mansão para sempre. Seja lá que comemoração fosse, parecia ótima contanto que lhe desse novos ares.

— Hoje é dia do Marco Zero... ou melhor, o dia em que comemoramos essa data — respondeu Klaus com atenciosidade. — Sua tia Lia nunca te viu. Acho que é uma boa oportunidade de conhecê-la, já que ela não mora longe daqui.

"Lia...", refletiu Susanna. Não se lembrava de ter ouvido de seus pais que tinha uma tia naquele país.

Em seguida, Nayoung, sua criada, apareceu por ali, vestida de cinza, com seu longo cabelo escuro amarrado em um elaborado coque detrás da máscara branca. Sob ordens de Klaus, ela levou a garota para o vestuário em busca de roupas adequadas.

— Nayoung, você sabe que tia é essa? Você já a viu? — A máscara da criada podia ser enigmática, mas Susanna não se assustava nem um pouco. Algo na aura de Nayoung dizia que ela era gentil, mesmo atrás de toda cerimonialidade obrigatória para sua função.

— Não, eu nunca a vi, minha senhora. Mas se é uma parente sua, tenho certeza que é uma boa pessoa — respondeu calma. Em seguida, recomendou à garota um casaco de pele que havia tecido dias antes para ela; cor camurça, coberta por uma pelagem parda em volta do pescoço, aliado a uma calça de couro escuro e botas reforçadas. Susanna se sentiu estranha vestindo aquilo, afinal a pele já havia pertencido a algum animal e agora a cobria. Soava tão... macabro.

— Por que você é a única que está trabalhando? Os empregados estão de folga, não estão? — Susanna questionou enquanto tinha seus longos cabelos alaranjados sendo penteados.

O Rancor da Mariposa (Saga Kaedra - Lembrança)Onde histórias criam vida. Descubra agora