O desfile

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POV GIZELLY

Os dias passaram voando, quando dei por mim já era véspera do lançamento da coleção. Novamente eu quase não vi Rafaella, ela não estava indo à faculdade, e eu sempre enviava a matéria pra ela, não queria que ela perdesse nada, apesar de achar Rafa muito inteligente. Eu estava morrendo de saudades dela, outro dia até tentei marcar um encontro, pra pelo menos tomar um sorvete, mas ela se recusou dizendo estar muito cansada, eu entendia, mas não deixava de ficar com mais saudades, eu não sei o que essa garota fez, mas eu estou completamente apaixonada por ela.

Era madrugada de sexta, quase três da manhã e minha mãe ainda não havia voltado pra casa, eu estava até preocupada e Luiza foi ficar comigo. Estávamos jogando um jogo de tabuleiro na sala quando ouvimos os saltos de Malvina pelo piso.

-Nossa, hoje você demorou. – Me levantei indo próximo a ela. – Está tarde.

-Muitos detalhes para resolver. – Ela disse suspirando cansada. – E o que você faz acordada a essa hora?

-Estava esperando você chegar, estava preocupada. – Respondi abraçando meus próprios braços e minha mãe encarava Luiza. – A Lu veio ficar comigo.

-Não precisava se preocupar, e o Ramires pode levar sua amiga para casa. – Minha mãe pegou a bolsa e deu as costas. 

-Eu estou de bicicleta, não precisa se incomodar, Tia Mal. – Luiza amava irritar minha mãe.

-Está tarde Lu, dorme aqui. – Minha mãe se virou e observava a cena.

-Melhor eu ir, amanhã a gente se fala. – Luiza guardou o jogo e guardou na mochila.

Luiza saiu e minha mãe subiu pro quarto, bufei irritada e subi atrás dela, minha mãe não perdia a oportunidade de destratar Luiza.

-O que você tem contra a Lu? – Perguntei antes dela entrar em seu quarto.

-Acho ela espaçosa! – Ela respondeu de forma arrogante. – Gizelly, eu estou cansada, amanhã o dia vai ser importante, e eu preciso descansar.

Ela me deu boa noite e nem me deu chances de argumentar, entrei em meu quarto e me joguei na cama. Eu até tento ser simpática, mas minha mãe consegue sugar minhas energias. Eu sei que ela estava estressada, mas não precisa tratar as pessoas assim, acho que estou carente, a falta de Rafaella está me afetando. Decidi não ficar pensando muito e fui dormir.

A manhã de sábado já começou agitada, desci para o café e a equipe da minha mãe já corria de uma lado para o outro, sempre era essa loucura, mas hoje tinha algo diferente, eu acordei com um sentimento estranho. Me sentei e Claudia me serviu o café.

-Senhorita Gizelly, seu pai pediu que retornasse a ligação assim que acordasse. – Claudia sempre me tratava com formalidades, quando minha mãe estava em casa.

-Obrigada Claudia. – Agradeci e disquei o número do meu pai pelo telefone fixo.

Meu pai queria apenas perguntar como eu estava e desejar boa sorte para a minha mãe, e me contou que os dois se desentenderam novamente. Encerrei a ligação quando vi minha mãe se aproximando.

-Era o palerma do seu pai? – Revirei os olhos e ela se sentou. – Olha o que chegou.

-O que é isso? – Minha mãe me entregou um envelope pardo.

-Abre. – Rasguei o papel e vi minha cara estampada. -Olha como você está linda!

 -Olha como você está linda!

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Without meOnde histórias criam vida. Descubra agora