POV RAFA-Ramires, dá pra acelerar? – Meu coração faltava sair pela boca. – Eu não posso perder o nascimento do meu filho.
-Me desculpe, Rafa. – O motorista parecia tão aflito quanto eu. – Está tudo parado.
Encarei meu celular e as mensagens não paravam de chegar, Manu já havia me chamado de todos os xingamentos possíveis. Suspirei irritada, pois eu não me perdoaria se não estivesse lá na hora que o Theo nascer.
-Calma, Rafa. – Ramires percebeu meu nervosismo no banco de trás. – Vai dar tudo certo.
O trânsito intenso fluia devagar, meu coração apertava ao saber que Gizelly estava no hospital sem mim e isso tudo por eu ter decidido ir ao atelier de última hora. Com muita oração e fé, conseguimos chegar ao hospital, Ramires mal estacionou e eu pulei do carro correndo até a entrada.
-Qual quarto Gizelly Bicalho, está? – Perguntei à recepcionista de forma afobada. – Meu filho vai nascer.
-Calma, senhora, preciso da sua identificação. – Ela pesquisava com uma lerdeza que me deixou ainda mais irritada. – Quarto treze, ala vermelha.
Ela mal fechou a boca e eu sai correndo pelos corredores do hospital, não me perdoaria se eu perdesse o nascimento do meu filho.
-Até que enfim, Rafaella. – Malvina andava de um lado para o outro. – Ela não deixou ninguém entrar, só você quando chegasse.
-Me desculpe. – Minha sogra chamou a enfermeira.
-Se troca logo, seu filho vai nascer. – Nem no parto de Sofia eu estava tão ansiosa.
A enfermeira me ajudou com a roupa e me levou até a sala de parto, assim que entrei vi minha noiva deitada na maca e meu sorriso rasgou o meu rosto com a cena.
-Cheguei, meu amor. –Beijei sua testa e ela me encarou.
-Eu ia te matar se você não chegasse a tempo. – Ela segurou minha mão.
-Eu te amo. – Seus olhos castanhos brilhavam por mim. – Me desculpe por não estar ao seu lado quando a bolsa rompeu.
- Não vamos falar sobre isso, eu não estava aqui quando nossa filha nasceu. – Eu não queria chorar, mas Gizelly tornou isso impossível.
-Prontas, mamães? – Marcela chamou nossa atenção iniciando os procedimentos.
{...}
-Oi meu principezinho. – Meus dedos passavam devagar no rostinho do meu filho enquanto ele sugava o leite. – Você é lindo, sabia?
Gizely observava a cena, sei que minha noiva está exausta, afinal foram horas de parto, porém ela não queria deixar nosso filho sozinho no berçário. Ficamos ali admirando o nosso bebê, até que uma enfermeira veio ajudar Gizelly com banho. Enquanto isso não desgrudei do meu pequeno, eu estava tão feliz que quase não conseguia parar de sorrir.
-Ele é a cara da Soso, amiga. – Manu me abraçava de lado enquanto observavam através do vidro. – Ele é lindo!
-Eu tô feliz demais amiga. – Limpei uma lágrima teimosa. –Quem iria imaginar que eu estaria aqui agora, admirando meu filho com Gizelly?
-Amiga, eu sempre soube que o destino ia dar um jeito em vocês duas. – Sorri com a sinceridade dela. – Vocês sempre serão o meu casal, mesmo que tenha me feito muita raiva, vocês duas são exclusivamente uma da outra.
-Eu amo a minha titchela. – Nós duas sorrimos como bobas.
Os dias se passaram e com isso Theo e Gizelly receberam alta da maternidade. O quarto do nosso filho já estava pronto e a decoração do safari deixou tudo muito lindo. Sofia estava feliz com a ideia de ter um irmão e dei graças a Deus que minha filha não sentiu tanto ciúmes.
-Mamãe Gi? – Gizelly estava deitada amamentando o Theo. – Tô com saudade de dormir no seu colinho.
Minha filha não tinha ciúmes, mas sempre fazia manha, querendo atenção. Gizelly fez um carinho no rostinho dela antes de responder.
-A mamãe vai colocar o Theo no berço e já venho deitar com você. – Sofia abriu um enorme sorriso. – Eu te amo minha pequena!
Gizelly fez o que disse, colocou o Theo na cama e logo em seguida pegou Sofia no colo e a fez dormir contando histórias. Fiquei ali observando a cena até que nossa filha pegou no sono e fomos pro nosso quarto. Enquanto Gizelly arrumava suas coisas para o banho, coloquei a banheira pra encher e em poucos minutos estávamos acomodadas dentro da banheira, e eu fazia uma massagem em seus ombros.
-Não podemos demorar. – Ela disse depois que eu beijei seu pescoço. – Se as crianças acordarem vamos ter que sair correndo.
-Estamos assistindo eles aqui. – As duas babás eletrônicas mostravam nossos anjinhos dormindo tranquilamente. – Você também precisa descansar, vou te fazer massagem.
-Estou exausta, não imaginei que seria tão cansativo. – Gizelly suspirou. – Mas nada me faria mais feliz do que isso.
-Eu amo a nossa familia, você não sabe o quanto me faz feliz, Gizelly. – A abracei pela cintura depositando um beijo em seu pescoço. – Obrigada por me conceder tamanha felicidade.
-Você acha mesmo que eu conseguiria compartilhar isso com outro alguém? – Ela virou o rosto. – Você é a única dona do meu coração.
-Estive pensando. – Dei uma pausa antes de continuar. – Agora que o Theo nasceu, podemos marcar a data...
-Até que enfim, né dona Rafaella. – Dei uma gargalhada. – Você me enrolou nove meses.
-Amor, eu não te enrolei. – Gizelly me olhou emburrada. – Eu queria que nosso filho nascesse antes.
-Vou nem te responder. – Passei a dar beijinhos em seu pescoço desnudo. – E nem vem, pois você não me compra com beijos.
Eu nem precisei de muito esforço, quando dei por mim Gizelly e eu, nos entregamos uma à outra em nossa cama, pouco nos importamos com nossos corpos molhados. Aquele momento só importa o nosso amor e os frutos que ele nos trouxe, depois de tudo que passamos e todo o tempo em que ficamos separadas, eu não quero perder mais nenhum um segundo longe da dona do meu coração.
-Eu prometo amar você a cada manhã, prometo o mesmo amor quando formos dormir. – Eu estava sobre o corpo de Gizelly e olhava dentro dos seus olhos. – Você é o melhor de mim, e eu sempre irei escolher nós duas, eu amo cada detalhe seu, assim como eu sei que você ama os meus, e por isso eu reforçarei todos os dias, que você é o amor da minha vida.
-Você é a mulher da minha vida, Rafaella.
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Without me
FanfictionMalvina Bicalho é um dos nomes mais temidos no meio da moda. Por onde passa deixa as pessoas de cabelo em pé, Miranda Priestly teria medo dela, a única pessoa que debatia de frente com a mulher, era sua filha Gizelly, que apesar de ser bocadura com...