Sua noiva

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POV GIZELLY

-Gi? Você vai descer ou prefere que eu traga seu almoço aqui? – Kelly perguntou ao entrar no meu quarto.

-Traz até aqui, por favor? – Me acomodei melhor na cama. – Meus pés estão me matando.

-Claro, já subo. – Ela se retirou enquanto me acomodei melhor na cama.

Estou entrando no meu nono mês de gravidez, e minha única vontade por esses dias, é passar o dia deitada. Minhas costas queimavam, meus pés inchados e fora o desconforto na barriga, não imaginava que seria tão difícil, mas tem as partes boas, não há como explicar a sensação de ter meu filho chutando dentro da minha barriga.

-Mamãe, posso almoçar aqui? –Sofia entrou correndo quase derrubando a bandeja na mão de Kelly.

-Cuidado, meu amor. – Minha filha pulou na cama e Kelly deixou a bandeja na cama.

-Pode deixar ela aqui, Gi? – Assenti com a cabeça e a mulher se retirou.

Sofia e eu almoçamos em um clima gostoso, minha filha sempre me fazia companhia, me animando de todas as formas, principalmente quando Rafaella não estava em casa. Por falar na minha noiva, ultimamente ela tem trabalhado demais e isso é motivo para algumas discussões pequenas, desde que ela assumiu o lugar da minha mãe, ela mal tem tempo pra ficar em casa, até mesmo nos fins de semana.

Depois do almoço me esforcei pra descer um pouquinho, Sofia insistiu pra brincar no parquinho do condomínio. Andamos até lá, e como eu já estava cansada, me sentei e observei Sofia brincando com as outras crianças.

-Filha, fica onde a mamãe possa ver você. – Sofia acenou e continuou brincando, Kátia estava comigo e me ajudava a cuidar de Sofia.

-Daqui uns dias tem mais um pra dar trabalho. – Uma senhorinha se sentou ao meu lado e apontou pra minha barriga. –Menino ou menina?

-Menino, meu Theo. – Alisei minha barriga e ela sorriu.

-Que alegria, que Deus proteja a sua hora. – Agradeci e começamos um papo animado.

A senhorinha era uma simpatia, me deu várias dicas e ficou surpresa quando contei minha história com Rafa. A mulher me disse que meu gesto era nobre e viu como Sofia e eu tínhamos uma ligação intensa, mesmo sem termos laços sanguíneos. Acabei a convidando para um café lá em casa e ela aceitou, conversamos mais um pouco até que ela se despediu.

-Vamos tomar banho, porquinha? – Chamei Sofia, que pulava  intensamente em seu cavalinho pula-pula.

-Não "quelo", vou dormir sem tomar banho. – Ela gritou, me fazendo gargalhar.

-Credo, que nojeira. – Brinquei com ela e Kátia foi tentar pegar Sofia. – Anda porquinha, se não eu não deixo você deitar na minha cama.

-Tá bom, mas eu escolho o desenho. – Concordei e segui com elas pro banheiro.

Katia ajudou Sofia com o banho e eu desci pra ajudar Kelly com  jantar, Já se passavam das sete e meia, sei que seria mais um dia com Rafaella chegando tarde em casa. Fizemos algo rápido e nos sentamos pra jantar, desde que dona Gê e Tato se mudaram pra Goiânia, a casa fica silenciosa, exceto pela falazada de Sofia.

-Deixo o jantar da Rafa separado? – Kelly perguntou me tirando dos meus pensamentos.

-Não precisa, não sei que horas ela chega. – Suspirei chateada. – Vamos subir, até amanhã, Kellinha.

Nos despedimos e subi com Sofia até seu quarto, minha filha estava elétrica e eu sei que ela não dormiria por agora, deitamos e ela escolheu um desenho, alcancei meu celular e tentei ligar pra Rafaella, queria saber que horas ela pretendia voltar pra casa. Liguei, mas a chamada foi direto pra caixa postal, liguei no ateliê, mas me avisaram que ela estava em reunião, agradeci e bufei deixando o celular de lado.

Without meOnde histórias criam vida. Descubra agora