Without me

Eu amo vocês!

POV GIZELLY

Desde o dia que Ivy nos pegou no flagra eu ando querendo contar pra Luiza sobre minha volta com Rafaella, não tem mais motivos para escondermos isso, somos duas mulheres adultas e minhas amigas precisam entender isso.

Acordei cedo, tomei café com Rafa e Sofia, e segui para a casa de Marcela e Luiza, ia resolver isso logo de manhã, e depois só faltaria minha mãe, que é o nosso maior receio, na verdade de Rafa, pois eu não dou permissão pra minha mãe se intrometer na minha vida mais.

-Bom dia Fufu. – Luiza abriu a porta com um abraço apertado. – Já tomou café?

-Bom dia, Lu. – Demos dois beijinhos de comdre. – Já tomei, obrigada.

-Oi Gigi. – Marcela se aproximou beijando meu rosto. –Tudo bem?

-Tô bem, sereia. – Me acomodei no sofá. – Eu vim, pois tenho algo pra falar.

-Solta a fofoca. – Luiza bateu palma e se sentou também.

-Então, eu não sei como vocês vão receber a noticia. – Suspirei e Luiza me encarou. – Espero que me entendam, Ivy não gostou muito da notícia, mas Rafaella e eu voltamos.

-O QUE? – Luiza deu um grito assustando Marcela e eu. – Gizelly, eu não acredito nisso, isso é sério?

-Lu, calma. – Marcela colocou a mão no ombro da esposa. —Escuta primeiro.

-Calma? Você lembra que ficamos oito anos sem nos falar, por culpa da Rafaella? – Me levantei também.

-Não foi bem assim. – Tentei defender. – Ficamos sem nos falar por infantilidade nossa.

-Mas tudo começou por culpa dela, Gizelly. – Luiza tentava controlar a voz.

-Lu, a gente não manda no coração, você sabe disso. – Marcela tentava controlar a esposa. – Elas se amam, a Gi já sofreu tanto por isso, e agora elas estão tentando se acertar, tentando viver esse amor.

-A Rafa teve os motivos dela, Luiza. – Me aproximei da minha amiga. –  E eu já perdoei, garanto se fosse a Marcela, você também entenderia.

-Não tente inverter as coisas. – Luiza estava irredutível.

-Luza, eu a amo, eu a amo como eu nunca vou amar outra pessoa, Rafaella é a única mulher no mundo todo que entrou no meu coração, não vou falar que não tentei tirar ela daqui. – Apontei pro meu peito e continuei. – Passei oito anos da minha vida imaginando como seria se ela me amasse igual eu a amo, e hoje eu sei que ela me ama, que ela me quer, eu não posso e nem quero privar de viver isso, mas gostaria que você e a Ivy respeitassem isso.

-Eu só não quero que você sofra. – Ela disse em um fio de voz. – Como sua amiga, foi de partir o coração te ver daquela forma, eu achei que te perderia, Gizelly, achei que você iria morrer de amor, esse é o motivo pelo qual eu não estou feliz, eu não quero te ver daquele jeito novamente, e sei que a Ivy pensa do mesmo jeito.

-Hoje eu sei me cuidar, eu confio no sentimento dela, eu sinto que é verdadeiro. – Segurei as mãos dela. – Dê uma chance a ela?

-Se você está feliz, eu não posso ser contra isso. – Luiza me puxou pra um abraço. – Eu estaria sendo hipócrita, não posso ditar o que é felicidade pra você, mas saiba que eu terei uma conversa séria com ela, e quando o Enzo voltar de Los Angeles ele também vai querer ter essa conversa. 

Gargalhei alto e Marcela se juntou ao abraço, era menos um peso nas costas, agora só preciso fazer as pazes com Ivy, sei que minha amiga também entenderia. Acabei ficando para o almoço, contei desde o início como nos reaproximamos, Luiza ficou brava com Marcela quando descobriu que ela já sabia, defendi a loira e continuamos o papo, contei das provocações de Rafaella e Luiza disse que eu era uma safada. Depois de muito bater papo, fui pro meu loft e avisei ao meu pai que iriamos jantar mais tarde, ele amou a ideia e confirmamos a hora.