POV RAFADepois de um longo banho, respondi várias mensagens que estavam pendentes, marquei de almoçar com Manu amanhã, estava morrendo de saudades da minha baixinha, mas precisava passar no ateliê pela manhã. Estava em dúvidas se voltaria ao hospital, então decidi ligar e ver como Malvina estava, mais cedo deixei ordens explícitas para que ninguém que não fosse da família recebesse noticias ou visitasse ela, quando perguntei quem estava com Malvina, meu coração parou de bater por alguns segundos.
-A senhora Malvina passou o dia bem e está na companhia de sua filha, Gizelly Bicalho.
É oficial, Gizelly estava no Brasil, encerrei a ligação e tentei me recompor eu não sei por qual motivo ela ainda me deixa tão abalada, já se passaram oito anos, eu segui minha vida, porém o simples fato de ouvir seu nome, me deixava com uma sensação estranha no peito.
-Filha, vai descer pro jantar? – Minha mãe bateu em minha porta me despertando do transe.
-Já estou indo. – Respondi rapidamente e tratei de me vestir.
Desci pro jantar e minha mãe estava sentada à minha espera, Sofia estava em sua cadeirinha de alimentação assistindo algo em seu tablet, com certeza minha mãe era a responsável por isso.
-Katia, você sabe que Sofia tem horário, e esse não é o horário dela usar o Tablet. – A minha funcionária ficou pálida, pois sabia que eu era rígida com as regras da minha casa.
-Me desculpe, senhora Rafa. – Katia respondeu com a voz trêmula.
-Foi eu quem deixei. – Sabia que dona Genilda estava por trás disso. – Sofia tem apenas dois anos, ela tem mais regras a cumprir do que em um quartel.
-Eu não vou começar essa discussão, não quero que minha filha cresça largada e fazendo o que bem entende.
Minha mãe rolou os olhos e o jantar foi servido, eu sei que minha mãe não concorda muito com o meu jeito de educar minha filha, mas é a forma que eu acho certo e isso não vai mudar. Jantamos em silêncio, eu não gostava desse clima pesado com a minha mãe, as vezes sinto falta da nossa cumplicidade de quando morávamos naquela casinha pequena do subúrbio, mas eu cresci e mudei, sou Rafa Kalimann e preciso me portar como tal.
-Vai dormir no hospital novamente? – Minha mãe quebrou o silêncio.
-Malvina está acompanhada dos familiares. – Meu estômago revirou ao me lembrar que Gizelly estava no Brasil. – Ela acordou e parece estar bem.
-Graças a Deus. – Eu não queria falar sobre Gizelly, sei que minha mãe daria um jeito de visitá-la, e eu não quero isso. – Rezei pra ela sair dessa, Malvina é uma pessoa fria, mas não merecia ter esse fim.
-Suas orações foram fortes, ela está fora de perigo. – Minha mãe sorriu. – Vou colocar a Sofia na cama e vou me recolher também.
-Eu "quelo" a vovó. – Sofia falou emburrada.
-A vovó coloca, meu amor. – Revirei os olhos, mas eu estava cansada demais pra discutir.
-Tudo bem, vou subir. – Me levantei e deixei um beijo na minha filha. – Boa noite mãe, boa noite Kátia.
Elas responderam um uníssono e eu parti para o meu quarto, minha cabeça estava cheia, e eu precisava descansar, amanhã teria um dia cheio. Me deitei e minha mente vagou lá no passado.
Flash back on:
-Manu, isso não pode ser real. – Eu chorava incontrolável. – Como eu vou ter essa criança?
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Without me
FanfictionMalvina Bicalho é um dos nomes mais temidos no meio da moda. Por onde passa deixa as pessoas de cabelo em pé, Miranda Priestly teria medo dela, a única pessoa que debatia de frente com a mulher, era sua filha Gizelly, que apesar de ser bocadura com...