𝐈𝐈𝐈

2.8K 399 72
                                    


— Hum... Bem, é...

— Se for me perguntar algo, seja direta, por favor. — A voz áspera/calma/aveludada do rapaz fez a menina de cabelos cacheados pular da cadeira e encarar as orbes [e/c] que a fuzilavam. — Você está me encarando a um tempo.

— Você esqueceu seu caderno, sabe? Na sala. — A menina falou baixo esticando um de seus braços. — Sou Aoi Yamazaki.

— Obrigado. — Pegando o caderno de capa preta, apenas ajeitou em sua bolsa olhando para a mais baixa. — [m.nome]...

— O que você disse? — Perguntou ajeitando a bolsa, antes de caminhar até sua casa. — Eu não escutei.

— Meu nome. — Disse voltando a caminhar, agora colocando os Fones de ouvido. — [M.Nome]

— Eu sei...

A música tocando em seu ouvido não sinalizou a pequena multidão rodeando um carro preto com uma pequena comoção de jovens ao seu redor, o jovem estalava a língua olhando para seu celular apenas vendo a mensagem de seu pai dizendo que já havia chegado.

— Ah nem fudendo! —    [m.nome] rosnou correndo em meio a multidão apenas vendo uma cabeleira [h/c] igual a sua dando autógrafos para pais e adolescentes. — Esse velho...

"Ryota-san está aqui!!"

"Eu vi os lances dele na TV ontem foram tão lindos!"

"Minha mãe disse que já foi um encontro com ele"

"Onde está o filho dele, será que estuda aqui?"

"Com certeza o filho dele é só uma criança."

— Desculpa gente, eu tenho muitas coisas para fazer. — Um tom de lamentação saiu da boca dos jovens. — Meu filho está me esperando para ir para a casa.

Aos poucos a multidão se afastava dando a visão para o jogador, de seu filho mais velho com os braços cruzados e um sorriso um tanto quanto assustador(?).

— Seu...

— Gostou da surpresa do papai, Rubizinho? — O homem sorriu tirando seu primogênito do chão e o erguendo no ar para levar até seu carro. — Vamos para a casa.

— Não me chama de Rubizinho, seu velho!

— Não me chame de velho, seu pirralho!

[...]

No carro Ryota escutava suas músicas enquanto batia os dedos contra o volante, dando algumas olhadas para seu filho que continuava a olhar o celular entretido com algo que estava vendo.

— E essa coluna aí? Tá impressionando geral com essas curvas. — O mais velho riu dando um leve tapa nas costas do mais novo, fazendo-o ajeitar a postura. — Que foi? É o charme.

— Adolescente moderno sem um apoio para coluna é normal. — O levantador esticou seus braços os escutando o estalo em seus ossos. — Pai, você ouviu?

— Homem crocante, significa que é gostoso, também meu filho, né?!

— Talvez... —  Disse saindo do carro após o automóvel ser parado em frente a casa.

— O que você quer dizer com isso, [m.nome]???

O rapaz simplesmente deu de ombros abrindo a porta da casa e retirando seus sapatos, um grito estridente veio em sua direção o fazendo o olhar de relance para o bebê deitado em sua pequena cadeirinha, caminhando em passos lentos guardando a bolsa, apenas retirou o bebê de sua cadeirinha e deu pequenos beijinhos sobre suas bochechas gordinhas.

— Cada dia que passa sinto que você cresce mais. — Brincou enquanto o pequeno apenas ria tentando puxar os fios de cabelo do primo. — Você pode me deixar careca assim.

— Ele dormiu aqui hoje, sua tia teve que ficar a noite toda no hospital. — A mulher loira saiu da cozinha limpando suas mãos, enquanto olhava para o enteado. — Ele estava com saudades.

— Eu também, mas eu tenho pouco tempo agora, eu tenho treino aqui perto... — O bebê arrulhou novamente segurando o rosto de seu primo, colocando sua boca sobre a bochecha do maior. — Você não vai desgrudar, né?

— Ele não pode ir? Claro, ficando em um lugar seguro, só pra ver você jogando. — O homem de cabelos [h/c] sugeriu gritando a chave do carro, antes de pegar a bolsa de treino de seu filho. — Eu levo vocês.

Antes de negar, uma grande ideia invadiu a cabeça do rapaz o fazendo sorrir de uma forma sarcástica, antes de erguer o bebê para cima. Assim rapidamente saindo da casa para caminhar até o carro colocando seu priminho sobre a cadeirinha.

— Pai, você acha que Shuji se parece comigo? —  Questionou assim que o jogador entrou no carro o ligando.

— Sua tia disse que ele é parecido com você, quando você era um bebê, claro. — Riu olhando para o garotinho mexendo as pernas sentado na cadeirinha. — Olhando bem, realmente parece, por que?

— Perguntas pessoais.

[m.nome] riu passando as mãos sobre os pequenos fios de cabelo [h/c] que o bebê havia acabado de ganhar, o que não eram poucos. Seus dedinhos mexiam no braço do rapaz, enquanto suas pernas pequenas não o paravam quietas. No ginásio já se podia ouvir o barulhos do tênis indicando que alguns membros do time já haviam chegado.

— Tem certeza que ele vai ficar bem? Não vão matar meu sobrinho ou algo assim? — Ryota olhou o filho tirando lentamente o bebê da cadeirinha e o deixando em outro lugar mais confortável. — Venho buscar vocês mais tarde.

— Beleza, pode se despedir do seu tio, Shuji. Lembre-se que ele é um chato.

— Também te amo, meu rubinh-

— Tchau, pai! — Rapidamente mexendo em sua bolsa e no bebê em seu colo, o ajeitou melhor sobre a cadeirinha de passeio e sorriu olhando as faces reconhecidas pelo vidro.

Ajeitando suas roupas, ele colocou o pano sobre seu ombro e abriu a porta do ginásio com uma das pernas atraindo o olhar de seus companheiros de equipe. Alguns intercalam os olhares para o bebê e o rapaz, já outro tinham um olhar confuso pela presença repentina.

— Sensei. — O [h/c] se aproximou do homem mais velho, ainda segurando a cadeirinha de passeio. — Desculpa trazer ele, é que está apertado lá em casa e a mãe dele não pode ficar porque tinha trabalho.

— Sem problemas, acabamos de chegar, isso não é tão importante. — Nekomata já reconhecendo o pequeno bebê parente de seu levantador, apenas acenou com a cabeça. — Ele ficou maior desde que o vi.

— Sim, ele está mais esperto também, só falta pousar os pés no chão com mais firmeza e tentar andar.

Enquanto os dois conversavam, a cabeça dos jogadores se enchiam cada vez mais de curiosidade, até mesmo Kenma deixou seu jogo para trás tentando ver semelhanças do bebê e do outro, achando várias, incluindo os olhos [e/c]. Uma voz salvadora finalmente disse o que todos estavam na garganta totalmente enterrada para si.

— DESDE QUANDO VOCÊ TEVE UM FILHO???

𝗇𝖾𝗄𝗈𝗆𝖺'𝗌 𝗌𝖾𝖼𝗋𝖾𝗍 𝗌𝖾𝗍𝗍𝖾𝗋 ‣ 𝗵𝗮𝗶𝗸𝘆𝘂𝘂 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora