𝗇𝖾𝗄𝗈𝗆𝖺'𝗌 𝗌𝖾𝖼𝗋𝖾𝗍 𝗌𝖾𝗍𝗍𝖾𝗋 ‣ 𝗵𝗮𝗶𝗸𝘆𝘂𝘂 ✓

𝐗𝐗𝐈𝐈

Em 1994 poderia ser uma vida diferente para dois jovens, porém foi totalmente decaído a cada segundo, principalmente para ela que segurava em seus braços um pequeno garotinho piscando seus olhos e choramingando. Aquilo seria um pesadelo em sua vida? Ela se sentia em um completo pesadelo, e não tratava de demonstrar isso durante os dezoito anos da vida deste menino.

Os pensamentos do rapaz voltavam exatamente para todos os momentos de sua vida, algo faltava em seu coração, aos poucos isso iria se fechando dando espaço para novos pensamentos... Infelizmente, ele havia desistido de tentar qualquer conexão com a mulher que havia o colocado no mundo.

Era tarde... Para ela.

Yachi após finalmente conseguir achar os tais copos que Eri havia pedido, caminhava alegremente para iniciarem a arrumação enquanto os meninos pareciam montar as mesas para o começo do tão falado churrasco. A loira parando seus movimentos na frente de um dos ginásios, franziu a testa olhando para dentro na expectativa de encontrar um dos membros de seu clube, porém não tendo sucesso. 

As madeixas claras/escuras caem sobre o rosto do rapaz com a respiração desregulada que no momento batia a bola no chão e tomava distância, aquilo poderia deixar alguém anestesiado ou até mesmo cansado no máximo. 

— Tudo bem? — Yachi tomou um susto quase derrubando suas coisas, o rapaz não a olhava, porém notava sua presença. — Você está me encarando a um tempo.

— Desculpa! Eu pensei... Achei! DESCULPA! — A loira gritou mexendo as mãos rapidamente, pegando as coisas que haviam caído no chão. — Eu pensei que era o Kageyama. 

Virando seu corpo na direção do primeiro ano, o rapaz piscou lentamente seus olhos parando um pouco seus movimentos após ver a figura loira a sua frente. Yachi havia entrado em um estado estático enquanto [m.nome] a ajudou a pegar os copos, os olhos [e/c] pareciam cansados e "sonolentos".

— Ele já deve estar no churrasco. — Comentou, colocando agora os copos em cima das outras coisas que a loira segurava. — Cuidado.

A mão esquerda do [h/c] aterrissou nos fios claros da mais nova bagunçando-os, deixando a pequena Hitoka com as bochechas em um tom avermelhado pela ação, em um ato de desespero correndo após isso. Vendo finalmente o churrasco dar início, o rapaz caminhou lentamente na direção onde Kai e Yaku conversavam com um jogador da Karasuno de fios acinzentados, do que havia lembrado seu nome parecia ser Sugawara.

— Eles estão agindo como mães tentando alimentar suas crianças? — Nobuyuki riu agora notando a presença do rapaz segurando um prato com as coisas que havia pego. — E você? Onde estava?

— Treinando. — Falou colocando um bolinho em sua boca começando a mastigar devagar, apenas respondendo com poucas palavras.

— Você e Kageyama parecem que dividem a mesma perspectiva de vôlei. — O acinzentado sorriu esticando um pouco a mão, cumprimentando o levantador do terceiro ano. — Sugawara Koshi.

— [Sobrenome] [m.nome]. — Apertando a mão do outro deixou um sorriso de lado sair de seus lábios, antes de virar a cabeça na direção dos churrasco. — Mas, por que a mesma perspectiva?

— Kageyama-kun é um pouco difícil de lidar, ele não sabe a hora de parar no vôlei e treina até mesmo quando não é a hora. — Começou a explicar sorrindo ao ver o primeiro ano comer um pouco mais devagar que antes, provavelmente por ter engasgado. — Ele e Hinata dão um certo trabalho quando se trata de vôlei. 

— Kenma é o contrário. — Yaku entrou na conversa olhando para onde o meio loiro estava sentado comendo, ou melhor, sendo obrigado por Kuroo. — Mas ele é alguém importante, principalmente em raciocínio. 

— Por que isso se tornou uma conversa de reuniões de mães? — Nobuyuki riu sendo acompanhado pelos outros terceiros anos presentes na roda. — Bem, [m.nome] você pretende continuar aqui, certo?

— Mesmo que o barulho me incomoda, acho que posso ficar um pouco.

— Ah sim, Suga-kun. — O líbero começou tomando um pouco de suco, deixando apoiado na mesa um pouco próxima. — Vocês estão com grande esperança para as nacionais?

— Acho que apenas indo as nacionais seria um marco para meu terceiro ano. — Continuou o acinzentado, antes de olhar para o céu em reflexão. — As nacionais pode ser um sonho proibido, mas se a gente "voar" seria mais fácil. 

— Corvos vão voar... — [m.nome] sussurrou, deixando o prato no lixo próximo limpando os lábios com o guardanapo. — Bem, eu vou descansar.

Caminhando para um canto não tão barulhento enquanto a roda central de pessoas energéticas — Também conhecidas como Kuroo, Hinata e Bokuto. — Trocando palavras poucas com os membros de seu time e apenas continuando a refletir sobre a situação anterior do início do dia.

Em um canto de "descanso" o rapaz deitou-se no lugar deixando os braços para trás na forma de simular um travesseiro com a massa muscular que estava aos poucos crescendo durante a adolescência. 

— O que você pensa?

Abrindo os olhos do "descanso" pode ver a figura familiar de Azumane o encarando com um sorriso e um prato com algumas carnes, durante a convivência com seu sobrinho sabia o quanto o levantador provavelmente não iria mover um músculo para socializar com a equipe, Asahi preparou mais um prato para [m.nome].

— Pensamentos ruins não são bons quando compartilhados. — Sentando-se esticou os braços sentindo suas articulações estalarem. — Minha vó diz isso.

— Mas guardar pode explodir ao máximo quando são guardados.  — O moreno continuou sentando ao lado de seu sobrinho, esticando o prato de comida que havia pego. — Como eu não vou estar muito perto, feliz aniversário adiantado.

[M.nome] arregalou os olhos confusos olhando a data em seu celular, antes de bufar deixando que um beicinho torna-se aparente em seus lábios por alguns segundos.

— É amanhã... — Sussurrou vendo o evento marcado em seu celular, provavelmente alguém havia colocado, já que o rapaz provavelmente iria o ignorar o dia todo. — Não é muito importante, mas obrigado. 

— Como não é importante? — Asahi quase gritou como se o [h/c] houvesse ofendido até mesmo a sua terceira geração. — Foi o dia que você nasc-

— Nasceu e seus pais te receberam como filho amado e pipipopo. — Gesticulou com as mãos fazendo uma careta colocando um pequeno pedaço de carne em sua boca. — Infelizmente eu acabei crescendo sabendo a mentira nessa frase. — Sua voz parecia quase se perder em um silêncio enquanto soltava um suspiro baixo. — Eu não fui recebido de bom grado. 

O silêncio novamente se fez presente, antes do Ace deixar seu braço cair nos ombros do mais baixo para o deixar mais confortável durante aquele ambiente barulhento e agitado, não que não estava gostando de seus amigos se divertindo, apenas queria ficar sozinho, uma escolha terrível para sua mente conturbada. 

Dando início a arrumação após o churrasco, os times estavam prontos para a organização de cada um de seus pertences para ir embora, sendo os primeiros Karasuno que ficaram muito bem animados após o reencontro com amigos. 

A viagem de acampamento para o treino de verão, está oficialmente terminada!

O arco das eliminatórias de primavera...

Começa.