𝐁𝐀𝐃 𝐈𝐍𝐓𝐄𝐍𝐓𝐈𝐎𝐍𝐒 • 𝐌𝐀𝐗 𝐕𝐄𝐑𝐒𝐓𝐀𝐏𝐏𝐄𝐍

Ｐ． ０１２

Entrei no carro e mexi em todos os botões possíveis do painel até conseguir ligar o aquecedor. Max, que tinha aceitado a carona e estava sentado no banco do carona, ficou só olhando, não falou um "a".

Fiquei me perguntando se seria uma boa ligar o som, tinha conectado no meu spotify e vim do hotel até aqui escutando as músicas que gostava.

Dei uma olhadinha pra ele de lado, pensando que esse joguinho estava começando a me irritar, mesmo assim... Ele achava que só ele podia ficar me provocando? Deixa ele, então.

Liguei o rádio, me arrependendo no momento que ouvi a voz da Halsey ecoar pelas caixas num toque sensual pra caralho.

O aquecedor começou a fazer efeito e eu comecei a sentir calor. E quer saber? Ele já tinha visto meu sutiã velho mesmo, porque se importaria em ver de novo, não é mesmo?

Tirei a jaqueta.

—O que você tá fazendo? — Ele me olhou, virando o corpo no banco de couro do carro, o cenho franzido e os olhos muito, muito azuis quase me deixando cega.

—Ficou quente de repente, né? — Perguntei engolindo em seco e dando partida no carro, sem conseguir encará-lo por mais de dois segundos inteiros sem pensar besteira.

O que tava acontecendo comigo? Eu nem achava ele tão bonito assim. Quer dizer... Ele não era feio. Os olhos eram muito bonitos, coisa e tal, mas ele era chato pra caralho.

Agora tô dirigindo o carro dele, na França, só de sutiã.

A gente se mete em cada enrascada.

Não tinha trânsito, então consegui meter o pé no acelerador, só que na metade do caminho, começou a chover e eu estava precisando manter um esforço enorme pra não ficar desviando o olhar de minuto em minuto da pista pra ver se era coisa da minha cabeça ou se ele estava mesmo me olhando.

Tinha acabado de passar por um sinal quase fechando quando vi um vulto.

Era a mão dele.

Bem na minha frente.

Levei um susto achando que ele ia simplesmente meter a mão nos meus peitos e pisei com tudo no freio, parando no meio da via.

Observei a mão dele fazer outro trajeto, atrás do volante. Apertando um botão.

—Calma, é só o botão de tração — Ele falou, afastando a mão de mim e me fazendo virar para encará-lo, ainda em choque.

—Achei que você fosse... — Deixei a frase no ar.

—Você achou, não é? — Passou a língua nos lábios. Não pude deixar de perceber que as bochechas estavam ficando vermelhas por conta do aquecedor — Embora seja muito tentador... Eu não faria isso com você no volante.

Quando ele falou "volante" lembrei que tinha parado o carro no meio da via e dei partida mais uma vez, metendo a mão no botão do aquecedor pra diminuir a potência. Não era possível estar TÃO quente assim. Ou eu estava louca ou o clima estava realmente mudando entre a gente.