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Tinha uma vibe estranha pairando sob essa corrida

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Tinha uma vibe estranha pairando sob essa corrida. Eu não gostava da sensação de incerteza que ela me trazia, a sensação de não saber se meus amigos estariam bem ao final das 50 voltas.

Não conseguia parar de roer as unhas. O esmalte azul que eu tinha colocado antes de vir para a Arábia Saudita já estava na metade da unha.

Observei pelo canto do olho Jos Verstappen se aproximar do filho. Podia ser coisa da minha cabeça, mas pra mim a energia negativa vinha toda dele. Os dois tiveram uma breve conversa antes do mais velho começar a se afastar.

Esperei o Max entrar no cockpit para poder me afastar também, mas assim que virei as costas e dei um passo, trombei com alguém. Com a sorte que tinha, nem fiquei surpresa quando vi que era o Jos Verstappen. Ele franziu o cenho assim que o olhar encontrar com o meu.

—Qual seu nome, garota? — Me perguntou.

—Cecília — Murmurei, doida pra me mandar daqui.

—Não, não. Sobrenome — Ele disse tranquilamente e soou uma exigência. Eu ia mandar ele ir à merda quando Newey me gritou.

E não, ele não gritou um "CECÍLIA!" ele gritou um "FERRARI!". Eu gemi de frustração. Maldito o dia que Newey tinha escutado o Max me chamando assim e maldito o dia que ele acreditou que não seria nada demais fazer isso.

—Ferrari — Jos soltou uma risada — Você parece muito com seu pai — Completou, eu o encarei por um segundo antes de passar batendo meu ombro no dele.

Será que eu já podia cometer um assassinato?

Newey queria falar sobre a distribuição do combustível, mas não tivemos tempo porque a corrida começou.

Sabe aquela sensação ruim? Pois é. Descobri o porquê.

Max bateu na última volta. Ele estava sozinho, ia vencer numa boa, tinha quase 2s de diferença pro segundo colocado, mas perdeu a traseira do carro numa zebra e foi direto pra lateral da pista. Só deu pra ver o vulto do carro do Leclerc passando e cruzando a bandeira quadriculada no lugar dele.

Demorou pra chegar o safety car, então ele pulou do carro e saiu simplesmente andando. Newey me chamou pra descobrir o que tinha acontecido de errado com a traseira do carro e eu tive que desviar o olhar do monitor.

Mais tarde, ainda não tinha encontrado com ele dentro do paddock e um vídeo horroroso dele caminhando sozinho na pista vendo a reação do pai à batida estava circulando na Internet.

Assim que terminei de assistir o vídeo, me levantei e caminhei até o Horner.

—Você viu o Max? — Perguntei ao Horner.

—Não vi — Horner respondeu.

Será possível que ninguém viu aquele vídeo? Não era possível que ninguém estivesse prevendo a merda que ia acontecer.

𝐁𝐀𝐃 𝐈𝐍𝐓𝐄𝐍𝐓𝐈𝐎𝐍𝐒 • 𝐌𝐀𝐗 𝐕𝐄𝐑𝐒𝐓𝐀𝐏𝐏𝐄𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora