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Eu sentia que a ponta dos meus dedos ia congelar a qualquer momento e eu estava de luva

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Eu sentia que a ponta dos meus dedos ia congelar a qualquer momento e eu estava de luva. Caía uma chuva torrencial do lado de fora do paddock, pela garagem eu não conseguia enxergar meio metro a frente. A névoa tomava conta de tudo.

Eu apostaria tudo que essa corrida não aconteceria.

Nem a classificação no dia anterior deveria ter ocorrido, Lando que foi o primeiro a entrar na pista para o Q3, bateu o carro feio por conta da névoa e da chuva, que caiam forte.

Os mecânicos corriam de um lado para o outro dentro da garagem da Red Bull, ninguém queria que nada desse errado, afinal, apesar de correr pela Holanda, Max tinha nascido na Bélgica.

Eu não o via desde ontem, depois da Pole Position que ele tinha garantido. A família dele já estava por aí, era o que se comentava pelos corredores.

Os comentários eram de que o pai, a mulher dele e o filho que tiveram juntos estavam aí desde o final do Q3 ontem, mas eu não tinha os visto na garagem. Além disso a irmã dele também viria, com o marido e o filhinho. Eu não fazia ideia se estavam aí, mas vi quando entraram na garagem.

Max estava mais para trás, agarrado na mão de menino loirinho com cabelos lisos, que andava apontando pra tudo.

Senti uma pontadinha no meu coração. Homens com crianças deveria ser um conteúdo sensível, desviei meu olhar dele para não ficar pensando besteira e encarei a irmã.

Era uma mulher muito bonita, cabelos loiros, olhos bem azuis como o de Max, um sorriso largo no rosto... O marido ao lado dela também era bonito e carregava um bebê tão bonito quanto no colo. E apesar de estar usando roupas largas, dava pra perceber a barriguinha de grávida. Muitos olhos azuis pra uma família só.

Jos Verstappen, que estava mais a frente, largou a mão da mulher e entrou na área dos mecânicos, sempre muito intrometido. Acho que não me viu, graças a Deus.

Mas não consegui fugir do filho, que caminhou em minha direção com um sorriso no rosto enquanto pegava o menino no colo.

—Oi tia Ceci, eu sou o Jason — Ele disse, todo fofo, balançando a mão do menino pra mim.

—Tia Ceci? — A irmã dele perguntou mais atrás — Essa é nova — Soltou uma risada.

—Não me enche, Victoria — Max revirou os olhos, o menino no colo do marido da loira pareceu gostar de mim, ficou apontando pra jaqueta da RBR que eu estava usando — Essa é a Cecília.

—Sua amiga? — A mulher continuou sorrindo enquanto me estendia a mão, eu aceitei.

—Sim — Max respondeu, a fuzilando com o olhar e deixando de fora o fato de que também sou sua engenheira, resolvi não me intrometer.

—Adorei seu cabelo, é dessa cor mesmo ou você fez algum procedimento? — A mulher perguntou.

—É natural — Lhe mostrei um sorriso.

𝐁𝐀𝐃 𝐈𝐍𝐓𝐄𝐍𝐓𝐈𝐎𝐍𝐒 • 𝐌𝐀𝐗 𝐕𝐄𝐑𝐒𝐓𝐀𝐏𝐏𝐄𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora