𝐁𝐀𝐃 𝐈𝐍𝐓𝐄𝐍𝐓𝐈𝐎𝐍𝐒 • 𝐌𝐀𝐗 𝐕𝐄𝐑𝐒𝐓𝐀𝐏𝐏𝐄𝐍

Ｐ． ０３８

Quando era pequena minha mãe me matriculou numa aula de Yoga que uma amiga dela dava de graça em Beaconsfield, o motivo? Eu tinha problemas com temperamento.

Bom, isso era o que minha mãe dizia, a verdade é que eu estava sempre no tédio. Imagina uma criança sozinha dentro de casa, sem o que fazer e sem seu brinquedo favorito? —— que era um carrinho de corrida, mas não vem ao caso.

O Yoga não ajudou na época, esse negócio de exercícios não era comigo, mesmo assim eu me tranquei no primeiro banheiro que encontrei no paddock e comecei uma meditação que não sei nem como me lembrei, só então, puxei meu celular e disquei o número da Camila.

Pra quem mais eu ia ligar? Pro Max? Daí eu ia falar pra ele que coloquei um terçol no Gasly e ele ia me olhar como se eu fosse uma louca desvairada?

A camila disse que ia me encontrar em instantes e dois minutos depois abriu a porta do banheiro, se espremendo no pequeno espaço comigo.

—O que aconteceu? Você tá pálida — Ela me encarou, parecendo preocupada — Te procurei em todos os banheiros, quase não te achei.

—Camila... Tem a porra de um terçol no olho do Gasly — Sussurrei pra ela, como se fosse segredo.

—Oi? — Ela franziu o cenho, parecendo não entender.

—Eu juro! O Gasly acabou de me mostrar um terçol do tamanho do mundo no olho dele — Segurei a vontade de chorar.

—Eu não acredito que você tá toda pilhada por causa de um terçol — A engenheira gargalhou — Tem alguma chance de você estar grávida? Porque daí, se tiver, aí sim vamos nos preocupar.

Tinha? Sempre tinha.

Camisinha não era o método mais seguro e muito menos anticoncepcional. A gente tinha vacilando na Holanda, mas eu estava tomando as pílulas direitinho então não tinha ficado neurada por causa disso.

Meu ciclo estava previsto para uns dias atrás, já estava uns dias atrasado, mas isso não queria dizer nada... Né? Era comum atrasar alguns dias, o negócio é que agora a paranoia já tinha se instalado na minha cabeça.

—Sei lá! Agora tô apavorada — Comecei a hiperventilar.

—Respira. Meu Deus, mulher! Respira! — Camila me chacoalhou — Tá. Vamos fazer um teste então, é bom que já tiramos as dúvidas. Você tem algum compromisso agora? Porque eu tenho uma reunião com a equipe, mas posso me encontrar com você depois.

—Eu tenho uma reunião também — Consegui falar.

—Você... Falou disso pro Max? — Quis saber, balancei a cabeça negativamente como resposta — Eu comprei uma porrada de testes aquele dia e guardei um por precaução, você vai embora comigo e fazemos no meu quarto, tá bom?

—Tá. Tá bom — Eu balancei a cabeça.

—Não fica maluca antes do tempo, não dá pra gente saber se você tá grávida ou não por causa de uma brincadeira — Soltou uma risada, mas pareceu nervosa também — Você vai ficar bem?