Capítulo 4

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Passei a noite toda me virando de um lado para o outro na cama, dizer que estou perdida é pouco, nem sei definir meus sentimentos nesse momento, e para piorar minha situação não consegui conversar com a Natália, pois logo após descobrir aquelas du...

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Passei a noite toda me virando de um lado para o outro na cama, dizer que estou perdida é pouco, nem sei definir meus sentimentos nesse momento, e para piorar minha situação não consegui conversar com a Natália, pois logo após descobrir aquelas duas linhas rosas no teste que fiz, fiquei letárgica e tudo só piorou com a visita repentina do meu irmão e sua esposa.

Não pude me encontrar com Natália na casa do seu pai, e quando ela me mandou uma mensagem perguntando se tudo estava bem, eu sabia o que ela queria saber. No entanto não tive coragem de contar sobre o resultado positivo, e menti, dizendo que não tinha conseguido fazer o teste.

Vi o dia amanhecer do meu quarto, e eu tinha consciência de que precisava fazer alguma coisa, ficar parada, vendo o tempo passar, não me ajudaria em nada. Como fui me meter nessa confusão? A única vez, da minha vida medíocre, que decido me aventurar, cometer uma loucura, e acontece isso.

Vou para o banheiro antes que todos acordem. Assim que entro, sigo em direção ao espelho e olho meu reflexo. É possível perceber minhas olheiras. E é nítida a minha expressão melancólica. Estou me sentindo sem chão, não sei o que fazer, essa é a verdade.

Eu fecho os olhos diante minha imagem, respiro fundo e levo minhas mãos até minha barriga. E pensar que ali existe um ser, e que esse ser depende completamente de mim para viver. Logo de mim, uma mulher que não tem ideia do que vai fazer no futuro, por que será que isso, dentre tantas pessoas, foi acontecer logo comigo?

Isso sem contar que, lá fora, em algum lugar desse planeta, existe um desconhecido, ele me engravidou, e nem tem ideia desse fato. Eu não tenho, nem mesmo como recorrer a ele. Abro os olhos e volto a olhar meu reflexo e minhas mãos ainda pousam em minha barriga. Dou um sorriso, triste. Também não tenho certeza de que encontraria coragem para procurá-lo e contar o que aconteceu, caso soubesse qualquer informação sobre o meu mascarado.

Desço o olhar até onde minha mão está, posso sentir as lágrimas encherem meus olhos, e apesar do desespero e de saber que minha jornada será, no mínimo complicada, de uma coisa tenho certeza: lutarei por esse bebê, ele faz parte de mim, e eu o protegerei e o amarei. Eu sorrio em meio as minhas lágrimas.

— Na verdade, eu já te amo — sussurro para minha barriga.

Escuto passos no corredor, em seguida vejo a maçaneta se mover. Com rapidez me movo até o Box e ligo o chuveiro.

As batidas na porta soam.

— Emilly, é você? — É minha mãe, perguntando.

— Sim — respondo, antes que ela comece a dramatizar meu silêncio.

— Ainda é cedo, está sentindo alguma coisa? — Essa pergunta, vinda da minha mãe, tem me deixado furiosa.

— Estou ótima — digo tirando meu pijama e me enfio debaixo do chuveiro. Ela diz mais alguma coisa, porém não entendo e nem quero saber do que se trata.

Um Herdeiro para o MagnataOnde histórias criam vida. Descubra agora