Capítulo 14

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Estou aqui deitada na cama, olhando para o teto e me lembrando de cada detalhe do meu dia, em como foi fácil conversar e se abrir para William. A principio me sentia intimidada com sua presença, mas ele tem o dom de me deixar à vontade e desinibida. Nosso diálogo fluiu tão bem, que não percebemos as horas passar e se a fome não apertasse continuaria ali com ele por muito mais tempo.

Suspiro, sonhadora e me viro de lado abraçando o travesseiro. William é um homem, que aparentemente é sombrio, mas basta alguns minutos perto dele para se enxergar um homem atencioso, com uma generosidade impar. É impossível não se sentir seduzida. Em alguns momentos durante o dia tinha uma vontade louca de me aconchegar ao seu corpo, e cada vez que ele me olhava daquela maneira tão penetrante, eu sentia como se ele fosse capaz de desvendar minha alma.

Cheguei a ficar um pouco frustrada, pois gostaria que ele me tocasse, mesmo sabendo que isso seria perigoso, pois William tem um poder sobre mim, que me sinto incapaz de negar qualquer coisa a ele. E se alguma coisa acontecer entre nós, eu sei que posso me ferir, afinal sou a garota simples do interior, que atravessou seu caminho e, por acidente, engravidou dele.

Se não fosse minha gravidez, e toda a situação que envolve minha vida, nossos caminhos jamais teriam se cruzado. Nós não frequentamos o mesmo meio, não conhecemos as mesmas pessoas. Nossos mundos são completamente opostos. E se aconteceu de nos encontrarmos naquela festa, é porque eu, uma sonhadora, resolveu se aventurar em um mundo desconhecido.

Alguém bate a porta e me levanto muito rápido para atender. Então fico tonta e esbarro, sem querer no copo que está na mesinha de cabeceira e o mesmo cai, se espatifando no chão. Volto a me sentar e fecho os olhos, respirando fundo. Noto a porta abrir e os passos pesados pelo assoalho.

— Emilly? O que aconteceu? — reconheço a voz do William e ele me segura com delicadeza pelos ombros.

Abro os olhos, e os seus estão grudados em meu rosto. Ele está assustado e sua grande mão sobe até o meu rosto.

Eu tendo sorri.

— Eu me levantei apressada demais e fiquei tonta — respondo, num murmúrio. — Estou bem, apenas esbarrei no copo.

Ele analisa meu rosto com precisão.

— Ainda se sente tonta?

Eu nego.

— Não, aconteceu porque fui muito rápida ao me levantar. Já passou — digo, e me sinto tonta com sua proximidade e toque.

Ele desvia o olhar para o chão.

— Não saia daqui, ou poderá se cortar — alerta e começa a catar os cacos.

— Deixa que faço isso, não precisa se incomodar — pronuncio, olhando os músculos dos seus braços.

Eu me abano e passo a língua pelos meus lábios e sou pega em flagra, pois ele se vira de repente.

William estreita os olhos.

— Tem certeza de que está tudo bem? — indaga.

Solto uma risada.

— Ótima, estou ótima. Pode deixar que limpo isso — proponho e tento me levantar.

Porém ele estica os braços, e suas mãos seguram minhas pernas, fazendo com que eu permaneça no lugar, sinto o arrepio viajar por toda a minha pele e seguro um gemido.

— Fique aí, quietinha. Deixe que eu faça isso — completa com olhar intenso.

Eu sacudo a cabeça, concordando.

Um Herdeiro para o MagnataOnde histórias criam vida. Descubra agora