Capítulo 9

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Eu sinto sua presença, finjo estar concentrado no porta-retratos em minhas mãos. Decido esperar que ela dê o primeiro passo, não quero assustá-la novamente, então dessa vez procuro ser paciente e deixar que ela dite o seu tempo.

Passam-se alguns minutos, e finalmente posso ouvir sua voz, suave e rouca.

— Oi — esboça, timidamente.

Devagar devolvo o porta-retratos ao lugar e me viro. Finalmente fico frente a frente com a minha ruiva.

Em seus olhos, azuis como o céu num dia verão, enxergo suas incertezas. Ela me observa com cautela e dá um passo vacilante até o centro da sala. Meus olhos viajam por seu corpo. Que mesmo com um vestido simples não esconde suas suaves curvas.

Ela tenta sorri, eu apenas dou um leve aceno.

— Então você é a ruiva misteriosa — declaro.

Ela abre seu sorriso e um rubor atinge sua face. Ela é ainda mais linda do que o quadro pintado pela minha memória.

— E você, o mascarado tatuado — responde, então aponta para o sofá. — Você não quer se sentar?

Com dois passos chego ao sofá e me sento, em seguida ela senta-se de frente para mim.

— Emilly, é esse o seu nome não é mesmo? — pergunto, e sinto como se minha voz saísse arrastada.

Ela me olha.

— Sim, porém ainda não sei o seu nome. Natália não disse. — aponta.

— William — e chego para a frente estendendo a mão. — Prazer te conhecer formalmente, Emilly — cumprimento-a.

Ela olha minha mão e com um sorriso singelo também estende a sua. Quando nos tocamos, percebo o arrepio que passa em seus braços. Eu sinto como se levasse um choque, e todo o meu corpo reage, até meu coração dá um pulo em meu peito.

— Bom te conhecer — declara e levanta o olhar. — William — sopra com a voz enrouquecida.

Meu nome saindo de seus lábios, faz com que a satisfação e o prazer me envolvam, dando uma sensação de bem estar. Prendo seus olhos nos meus sem soltar sua mão.

Sua pele é macia, meu desejo é tocar e sentir toda a sua textura. Porém antes que eu faça alguma besteira, ela retira sua mão e sua expressão constrangida mostra que seus pensamentos não são tão diferentes dos meus.

Eu respiro fundo e chego para trás, encostando-me no encosto no sofá. E sem tirar meus olhos dela, início nosso dialogo.

— Você deve saber o motivo de eu estar aqui — digo e ela me olha, indecisa. — O que sua amiga contou é verdade? Você está grávida?

Seu olhar desvia do meu, com certeza não se sente confortável com minha pergunta.

Ela acena, sem me encarar.

— Sim, é verdade — confirma.

— Esse filho é meu? — Vou logo ao ponto, não gosto de rodeios e embora eu saiba a resposta quero ouvir essa confirmação de sua boca.

Emilly aperta os lábios, ela volta a me olhar e noto em seu olhar o quanto minha pergunta a deixa incômoda.

— S-sim — gagueja.

Meu coração se aperta diante a sua confirmação de que serei pai. Eu sinto em todo o meu ser que ela diz a verdade, não por eu ter sido o seu primeiro homem, talvez o único, mas Emilly tem o olhar expressivo, cheio de verdades.

Um Herdeiro para o MagnataOnde histórias criam vida. Descubra agora