Capítulo 18

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Eu nunca concordei em esconder as coisas, seja de quem for. Porém agora me vejo numa situação muito complicada. Tenho ciência de que devo revelara para Emilly que conheço sua irmã, que ela é a pessoa que é responsável por minhas redes sociais, também uma amiga, ou era, pois já não estou certo de que a amizade entre mim e Lene vá em frente.

O fato de não querer contar nada para Emilly, ao menos por enquanto, é para protegê-la, eu não quero que a minha ruiva se sinta ameaçada, ou algo do tipo. Ela não me disse nada, mas eu sei que ela está apavorada com o fato de seus pais a encontrarem. Não que ela precise se preocupar, pois não vou permitir que eles, ou qualquer outra pessoa a prejudique ou ameace.

Aos poucos Emilly vem se desabrochando, mostra a cada dia que passa, uma autoconfiança admirável, e isso em muito pouco tempo. Receio que ao descobrir que sua irmã está por perto e é próxima a mim, possa deixá-la desconfiada. E é exatamente por isso que ainda não contei sobre sua irmã, assim como não revelei a Lene quem é a mulher que espera um filho meu.

Constatar que Emilly é a irmã que Lene despreza, faz com que eu me sinta mal por não defender a ruiva, afinal eu, mais do que ninguém sabe a verdade de que ela realmente nunca se envolveu com ninguém. Precisei de muita força de vontade para não confrontar Lene, por sorte Gustavo chegou e assim tive tempo de me conter.

E depois de chegar em casa, ainda com a cabeça confusa e ver o sorriso confiante de Emilly, me faltou coragem, então beijei minha ruiva com gana, para expurgar minha inquietação.

— Você está com os pensamentos longe — aponta Emilly, deitada ao meu lado na cama, um dia após meu diálogo com Lene.

Eu a aperto em meus braços e beijo sua cabeça.

— Sim, mas não se preocupe, é algo que logo será resolvido — avalio.

Seus dedos passeiam em meu peito, contornando os desenhos de minhas tatuagens.

— Tenho certeza que sim, você é um homem sagaz, pode resolver qualquer coisa.

Meu coração bate com força, não quero decepcioná-la, visto que deposita toda a sua confiança em mim.

Eu me viro de lado, Emilly sorri e percebo seus cabelos ruivos espalhados pelo travesseiro branco. Meus olhos vão de encontro aos seus e acaricio seu rosto.

— Infelizmente não posso resolver tudo, mas faço o melhor parar fazer o que acredito ser certo, assim como faço de tudo para deixar você e nosso filho protegidos.

Emilly me olha com intensidade, enxergo através do seu olhar a segurança que sente em minhas palavras.

Ela dá um sorriso doce, que mexe com algo dentro de mim, fazendo com que eu perca a respiração.

— Eu sei — sussurra, simplesmente.

Eu beijo, demoradamente, sua testa e inspiro.

— Melhor dormir, minha ruiva. Amanhã teremos um dia longo — digo e a aconchego em meus braços. O único lugar onde ela deve sempre estar.

***

Alguma coisa está estranha, é a primeira coisa que penso antes de despertar completamente. Abro os olhos e não vejo Emilly deitada ao meu lado. O quarto ainda está escuro, mas posso ver, através de uma brecha da cortina que o dia está amanhecendo. Sento-me, olho em direção ao banheiro, não vejo nada, então ao passar os olhos por todo o quarto percebo a porta semiaberta.

No mesmo instante me levanto e vou atrás dela, pois Emilly nunca acorda mais cedo que eu, então estranho sua ausência. Sigo pelo corredor pensando em ir até a cozinha e paro ao ver a porta da suíte, onde ela costumava dormir antes de passar a ficar comigo, aberta. Assim entro no quarto e vejo Emilly, pálida encostada a parede ao lado da porta do banheiro.

Um Herdeiro para o MagnataOnde histórias criam vida. Descubra agora