Prólogo

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No alto da parede, o grande relógio carrilhão toca. O som lembra as notas de um sino de igreja, o que é uma heresia, pois tudo aqui nos remete ao pecado.

O portal se abre e permite que nós, a nata da sociedade, entre no salão, ainda mais ostentoso do que a última vez em que estive aqui. Homens e mulheres vestidos como se estivessem participando de um evento luxuoso. Tudo aqui grita dinheiro e poder. É uma festa altamente secreta, tudo é permitido, mas respeitando a vontade do outro, ninguém é obrigado a nada, mas não pode se ofender com o que vai ver.

Pessoas se espalham e iniciam conversas, olhando de longe parece uma conversa banal, eu dou um sorriso de lado enquanto observo dois casais trocando algumas palavras e assisto quando os quatro se afastam e entram no corredor roxo. Já vim aqui tantas vezes que sei exatamente o que acontece.

Alguém toca em meu ombro e me viro. Uma mulher alta, com os seios expostos me oferece champanhe, dou uma olhada nela e pego a taça, apenas aceno e ela se afasta. Assim como os convidados usa máscara, é uma maneira de esconder a identidade, o que é uma piada, pois a maioria se conhece e a máscara não esconde muita coisa.

Passo os olhos por toda a sala. Num canto, percebo um trio se beijando e trocando carícias. Em uma época, esse tipo de cena despertava meu desejo. Porém, não sei o que me acontece, mas já não vejo graça em todo esse jogo sexual. Talvez esteja ficando velho.

Olho para um determinado ponto, na sala, e observo uma ruiva, ela está parada, olhando para o corredor rosa, onde pode-se adentrar em um dos quartos para fazer sexo sem que os outros observem. Devagar, ando entre as pessoas, em sua direção. É como se um imã me atraísse até ela.

Quando estou perto de tocá-la ela entra no corredor, não perco tempo, deixo minha taça no aparador, e a sigo, sem que perceba. A ruiva segura o longo vestido, a fim de suspendê-lo para facilitar seu andar. Mesmo com a luz fraca, noto seu corpo formidável, meus olhos se fixam em sua bunda arrebitada e posso sentir minha ereção elevar-se dentro das minhas calças.

Ela entra na única porta que se encontra aberta. Em dois passos paro no portal e a vejo de costas para mim, o ambiente está iluminado com um abajur, e posso vislumbrá-la, sem deixar nada de fora. Não perco tempo. Entro no quarto e fecho a porta.

A ruiva, se vira para mim. Sua máscara é incapaz de esconder tamanha beleza e seus olhos azuis se sobressaem. Sua boca, rosada, é um convite silencioso para tomá-la em um beijo.

Ela dá um passo para trás e noto que ainda segura o seu vestido, que é mais comprido do que deveria ser.

Nossos olhares se encontram, ela me analisa, mas não fala nada, sinto que está intimidada, afinal sou um desconhecido, com muitos centímetros a mais que ela, e algo me diz que não está acostumada com esse ambiente.

Eu esboço um sorriso.

— Você é muito linda — digo sem pensar.

Ela levanta uma das mãos que segurava o vestido e leva até o rosto, tocando sua máscara.

— Como pode ter tanta certeza? — pergunta com voz rouca e baixa.

Porra, eu preciso dessa mulher. Eu tenho que tê-la.

— Eu apenas sei disso — respondo e desço meus olhos até seu decote. Passo minha língua por meus lábios. — Você sabe para que serve este quarto? — questiono e volto a encará-la.

Ela morde os lábios e meu pau se agita.

— Claro que sei — responde, arrebitando o nariz.

Eu sorrio de lado, acho graça de sua atitude.

Um Herdeiro para o MagnataOnde histórias criam vida. Descubra agora