Capítulo 17

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Tem mais de uma semana que trouxe Emilly para a minha vida, a convivência com ela está sendo uma grata experiência, pois a ruiva consegue provocar em mim um sentimento forte, que não sou capaz de explicar ainda.

O que sinto, vem do momento em que pus os olhos nela na primeira vez, quando parecia fora do lugar na Mansão Eros. Foi ali, naquele instante que passei a ser tão protetor da minha ruiva. E depois que voltamos a nos encontrar, e a descoberta de que ela carrega meu filho em seu ventre, essa emoção em meu peito vem aumentando.

Todas as vezes que meus olhos caem sobre a Emilly, eu só penso em apoderar-me dela. E não sei ao certo se esse sentimento de posse é em razão de eu ter sido seu primeiro homem e ainda a ter engravidado, afinal nunca senti algo parecido por outra mulher. Até quando estou longe, meus pensamentos vagam até ela. Eu deveria me preocupar com isso, ou me desesperar, afinal, segundo meus amigos, quando uma mulher começa a invadir muito seus pensamentos, devemos fugir.

No meu caso eu só quero fugir para cima da Emilly. E não é somente por conta do sexo fenomenal, embora eu ame um bom sexo. Eu tenho gostado cada vez mais de estar na companhia da ruiva, eu me sinto inteiro perto dela e saber que em alguns meses ela me dará um filho me deixa com um sentimento de euforia.

Agora mesmo estou empolgado e dirijo com um sorriso bobo mos lábios até a casa da minha mãe, que precisa saber que será avó, e tenho certeza de que ela, assim como eu, vai ficar feliz com a notícia.

Ao pensar na minha mãe, não há como evitar as lembranças, da trajetória da nossa vida. Eu sou um vencedor, minha mãe me criou com muita dificuldade. Foi abandonada grávida e sozinha num país onde não conhecia ninguém, ela não se lamenta em nenhum momento. Diz que teve sorte, pois mesmo grávida conseguiu arrumar um trabalho de empregada doméstica, onde a família permitiu que ela morasse e cuidasse do bebê após o nascimento.

Não foi nada fácil, ela se esforçou muito para não perder o emprego, e com isso trabalhava além do normal, tudo para provar que era capaz. Alguns meses após o meu nascimento essa família decidiu se mudar para o exterior, eles dispensaram minha mãe e a indenizaram. Ela então comprou uma casa simples, num bairro do subúrbio, arrumou uma creche para mim e conseguiu um trabalho de garçonete. Assim foi sua vida, trabalhando para me sustentar.

Em um dos seus trabalhos, conheceu uma senhora que me arrumou uma bolsa de estudos numa ótima escola, e eu, vendo sua luta, me esforcei sendo o melhor aluno, não apenas da classe, mas da escola.

Fui capaz de me destacar, e alguns anos depois, conquistei outra bolsa de estudos, desta vez fora do Brasil, com apenas dezoito anos agarrei a oportunidade com unhas e dentes, me formei em uma das melhores universidades da área de engenharia, na University of Surrey, na Inglaterra. Depois de formado, já estagiando na Rolls-Royce, não parei de estudar e segui até o doutorado, nessa época já mandava dinheiro para minha mãe. Não podia permitir que ela persistisse se matando de trabalhar.

Acompanhei de perto como a vida foi difícil para minha mãe, como criar um filho requer não apenas habilidade, mas muita paciência, energia e um estado emocional equilibrado. Via a tristeza nos olhos da minha mãe quando não podia comprar algo que eu precisava, muitas vezes me vi numa situação de ficar com fome e não falar nada para que ela não ficasse arrasada.

E essa é uma das razões pela qual faço questão de estar ao lado da Emilly, não quero que ela e nem meu filho passe por qualquer dificuldade, quero que eles contem comigo, não apenas com o financeiro, para mim essa é a parte mais fácil, mas quero cuidar do meu filho, quero ser um pai presente, conversar com ele, ou ela, quando for preciso. Educar e participar de todas as fases de sua vida.

Um Herdeiro para o MagnataOnde histórias criam vida. Descubra agora