Um Herdeiro para o Magnata

Capítulo 19

Minha vida deu um salto tão grande e em pouquíssimo tempo, que olhando para trás é difícil acreditar nessa nova realidade. Para ser franca às vezes penso estar sonhando, e tenho medo de despertar a qualquer momento. Não consigo evitar meus pensamentos, e sempre que me vejo sozinha e fico aqui nessa varanda admirando o mar sinto meu coração se apertar com receio de que a qualquer momento algo de ruim vai acontecer.

E hoje esse medo se intensificou, pois Natália me ligou contando que minha mãe entrou em contato e ameaçou chamar a polícia caso eu não aparecesse ou fizesse contato.

Estou muito aflita, pois não sei se devo ou não ligar. Natália me aconselhou a conversar com William, eu fiquei de pensar. Ele vai chegar a qualquer momento, pois hoje é o dia da minha consulta pré-natal, e eu não quero estragar seu dia com os meus problemas. Já me sinto incomodada por estar na cobertura e usufruindo do melhor. Ele é o pai do meu filho, mas nem por isso tem a obrigação de me amparar em qualquer dificuldade.

Contudo, se meus pais resolverem acionar a polícia temo que de alguma maneira possam chegar a William e isso acarretar algum problema para ele. De forma alguma posso deixar que o prejudiquem e o mínimo que posso fazer e preveni-lo, e se depois disso achar que o melhor e nos mantermos afastados, não vou julgar.

Eu fecho os olhos e inspiro forte, eu não quero me afastar do William, meus sentimentos por ele, nessas poucas semanas, se transformaram em algo muito forte e poderoso. Todas as vezes que ele está por perto eu vivencio uma sensação de felicidade que me invade a alma. Esse sentimento não tem nada a ver com o que William me oferece, ou com o conforto que ele vem me proporcionando. Ele me conquistou pelo homem que tem demonstrado ser.

É um sentimento que chega ser assustador, porque no momento que tivermos que nos afastar, eu sei que vou sofrer com sua falta. Só de imaginar minha pele se arrepia de temor. William mexe comigo de todas as maneiras possíveis e inimagináveis, e sem contar o prazer que desperta em meu corpo, não vou negar que cada toque seu me deixa louca, além de estar me transformando numa pessoa indecente, já que meus pensamentos vivem longe, lembrando-se das nossas aventuras sexuais.

— Sabia que te encontraria aqui. — Dou um sorriso e me viro.

William me observa de cima a baixo. Eu faço o mesmo com ele, que está magnífico com uma camisa social cinza escura e calça preta. As mangas da sua camisa estão dobradas até os cotovelos, jamais imaginei que um homem pudesse ser tão sexy, apenas com parte dos braços expostos.

Ele cruza os braços e me encara com um sorriso no olhar.

Eu me aproximo dele.

— O que foi? — pergunto, curiosa.

Uma de suas mãos tocam meus cabelos.

— Eu adoro te ver assim, sem medo de ficar me olhando — completa e noto sua voz enrouquecida.

Eu suspiro, e não sei se a sombra dos meus pais é a causa de estar sentindo novamente esse aperto no peito. Se ele soubesse o pavor que estou sentindo no momento não falaria isso, pois tenho muito medo de que alguma coisa ou alguém possa estragar essa proximidade entre mim e ele.

Envolvo meus braços em sua cintura, o pegando de surpresa.

— Nunca tive medo de você ou de olhar você, eu só ficava constrangida — confesso, inspirando seu cheiro tão maravilhoso.

Sinto suas mãos deslizarem por minhas costas.

— Está acontecendo alguma coisa, Emilly? — questiona me deixando paralisada.

Tenho certeza que não falei nada comprometedor. E desconfio que possa ter descoberto algo.

Retiro meus braços do seu corpo e com um passo para trás olho para seu rosto.