Capítulo 12

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Antes de despertar por completo sinto seu perfume no ar, eu inspiro com mais vigor e sorrio, aproveitando a sensação que causa em meu ser. Abro os olhos devagar, e vejo através da fresta da cortina que é quase noite. Percebo então que estou coberta, e me sinto sensibilizada, pois tenho certeza que foi ele a me cobrir.

Olho para o lado e vejo sobre a mesinha uma sacola plástica, eu a pego e dentro encontro as vitaminas que a doutora Bruna prescreveu. Devolvo a sacola para o mesmo lugar, me levanto vou ao banheiro lavar o rosto. Estou um pouco abalada pelos últimos acontecimentos, não tem nem uma semana eu me encontrava na casa dos meus pais, vivendo sob suas condições e sem muita perspectiva.

Agora estou aqui morando na cobertura luxuosa de um homem que mexe com minhas emoções e grávida dele. Jamais me imaginaria nesta situação.

Não esperava que ao descobrir que tinha engravidado uma estranha ele fosse agir com tanto zelo e tão consciente. William, em nenhum momento vacilou e desde o inicio deixou claro suas pretensões. Ele simplesmente me acolheu, porém quer ter suas respostas.

Poderia ter contado para ele toda a minha história, sobre como vivi praticamente numa bolha de vidro por toda a minha vida, mas eu tenho medo que ele, assim como a maioria, passe a me tratar diferente, como se a qualquer momento eu fosse quebrar. Tenho medo que a minha gravidez gere nele uma preocupação sem lógica, ou pior: que se afaste.

Volto para o quarto e ando até a janela, abro a cortina e só então percebo a beleza que tem a minha frente, não acredito que perdi tempo em dormir. E como estou tão perto do mar e não percebi? Tenho vontade de chorar, pois meu maior sonho sempre foi conhecer o mar, lembro que cheguei a pedir minha irmã, para que convencesse nossos pais a me trazer para sua casa e assim ela me levar à praia, mas a resposta que recebi, além de um sonoro não, foi ela contar como passava dias e dias passeando na areia e que eu deveria me conformar, pois eu nunca sentiria tal prazer.

Olho para cima e procuro uma forma de abrir a janela, mas não consigo enxergar nada, então encosto a testa no vidro e vislumbro o mar, a sensação que tenho é de que a água está no mesmo nível que meus pés, o que é curioso, pois me lembro de pegar um elevador, e mesmo não sendo um prédio tão alto ainda é uma boa distância até o térreo.

Olho a esquerda, e o sol se põe no horizonte deixando o céu com um misto de cores vibrantes enquanto ele parece cair em câmera lenta para dentro do mar diante dos meus olhos. A água também recebe uma coloração rica e brilhante. Não sei especificar o que é mais lindo, o céu com um degrade da cor que vai do amarelo ao vermelho, ou o mar dourado. É um espetáculo.

Fico muito tempo olhando, até que o sol se ponha por completo e a noite tome conta da atmosfera.

Saio da janela e olho para a porta. Não sei o que devo fazer agora. Eu me sinto um pouco faminta, mas ainda não estou a vontade. Nem sei se posso chegar a cozinha sem me perder. E quanto ao William? Onde será que está?

Minha barriga ronca, eu mordo o lábio, encarando a porta fechada. Não posso ficar aqui para sempre, e mais cedo ou mais tarde eu e William iremos nos esbarrar. Respiro fundo e decidida marcho até a porta e abro. Levo um susto, pois esbarro com ele, mais cedo do que esperava.

— Oi — cumprimenta ele e seus olhos me analisam de cima a baixo, enquanto eu baixo o olhar até seu peito. — Já ia bater na porta para saber se está tudo bem.

Seguro a maçaneta com força, pois ele está maravilhoso usando uma camisa cinza e com os primeiros botões abertos expondo parte das suas tatuagens. Levanto os olhos e tento a todo custo fixar meus olhos em seu rosto, mas está sendo difícil, pois quero muito apreciar seu corpo.

Um Herdeiro para o MagnataOnde histórias criam vida. Descubra agora