•20• Borboletas no estômago.

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Marian Anderson 🌹

Eu ouvia tudo atentamente.

Max: Isso! -Fala, me mostrando um objeto preto e pequenino- É um microfone! Você consegue rastrea-lo pelo celular e ouvir tudo que ele registrar. Use quando achar que deve. -Ele me entrega o mini microfone e eu analiso.

Mat: Mas tome cuidado! Coloque em um lugar bem escondido. Saulo, não pode nem desconfiar! -Fala me olhando sério.

Mari: Pode deixar! -Respondo convicta.

Mat: Você tem acesso a agenda dele, né?!

Mari: Sim!

Mat: Fique esperta com isso também. Com as visitas que ele recebe! É ai que surge as conversas mais interessantes! -Me aconselha e, eu aceno positivamente.

Max: Mas nos conte, o que você já tem descoberto sobre ele? -Pergunta.

Mari: Além, do assassinato da minha família, corrupção, trabalho abusivo e roubo. Tenho minhas suspeitas sobre ele se envolver com tráfico de drogas, mas ISSO, é só uma suspeita. -Digo e os encaro.

Mat: Dele, podemos esperar qualquer coisa. Saulo faz de tudo por dinheiro e poder! -Mathew desceu os olhos para fitar a taça em sua frente e respirou fundo, parecia pensativo.- Eu espero que saiba o terreno que está pisando, senhorita Marian. -Falou sério.- Mais do que ninguém, você o conhece. Presenciou o que ele fez com sua família, sabe do que ele é capaz.

Meus olhos permaneceram pousados aos seus, que me prendiam em sua imensidão castanha escura. Seu olhar era sério e fixo em mim, me lembravam o por do sol em um fim de dia na praia. Eram lindos e intimidadores.

Mari: Eu o conheço. Sei do que ele é capaz, mas isso só me faz querer acabar com ele, ainda mais. -Afirmo séria- Eu não posso deixa-lo viver mais alguns anos na vida mansa, mesmo depois de tudo o que ele fez e faz. -Sinto meus olhos marejados, mas pisco algumas vezes e respiro fundo, não me permitindo chorar.- Tem idéia do que passei por 12 anos? O que sofri por causa desse maldito? Isso porquê eu, com certeza, não sou a única a sofrer por culpa dele. Senhor Steven, estou disposta a fazer qualquer coisa para destruí-lo. -Confesso com clareza, enquanto ele e Max, me encaravam atentos e sérios.

Mat: Nós te entendemos. Eu posso ler em seus olhos, o quão, ciente está sobre essa situação e, confesso, gostar da sua determinação. Mas antes de tudo, preciso saber se está pronta pro que vier. -Diz me olhando.

Mari: Eu estou! -Digo convicta.

Mat: Ótimo!

Meu peito subia e descia rápido, por conta das emoções causadas pela conversa. Definitivamente, falar sobre minha família, lembrar do que aconteceu e associar tudo isso ao Saulo, me deixa irritada.

Bebo mais um gole do vinho e me encolho na cadeira.

Mathew Steven👑

Vê-la desabafar e sentir o sentimento de ira em suas palavras e tom de voz, me deixou muito ansioso e curioso, para saber do que ela é capaz.

Até onde iria para vingar sua família?

Até onde iria para vingar ela mesma?

Apesar de alerta-la, confesso, querer muito atingir esse objetivo e, esse gostinho, estou disposto a ajudar para dar a ela.

Marian se aconchegou na cadeira e bebeu o vinho. Continuei a olhando e analisando-a.

Encarar seu olhar, enquanto ela falava sobre Saulo, foi admirável. Ver neles a fome por justiça, a autoconfiança, a força que ela transmitiu para as palavras, me fez querer conhece-la ainda mais.

Marian se mostra ser forte cada dia que passa. E eu adoro sua personalidade, é o que torna ela ser tão atraente e interessante.

Sua beleza com certeza colabora muito mais para que me atraia tanto, porém, seu gênio ganha meu respeito a cada conversa que temos.

A sensação esquisita que sinto quando estou perto dela só vem ganhando mais força, depois de hoje então...

Ela é diferente do que estou acostumado a ver. Provavelmente, é isso que me faz ficar tão intrigado.

Desde que começou essa reunião, estou me mantendo focado, mas, sinceramente? Já me imaginei umas 30 vezes beijando essa boca e borrando seu batom. Ela é linda e sexy em tudo que faz, isso me deixa louco.

(...)

O jantar estava ótimo, comi muito bem. Chamei o garçom e pedi a conta.

Mari: Eu ajudo a pagar! -Fala mexendo na bolsa.

Mat: Faço questão de pagar! -Digo, pegando meu cartão.

Mari: Não, eu posso ajudar! -Insiste teimosa

Mat: Você paga o próximo! -Digo e ela suspira derrotada.

O celular de Max toca e ele sai para atender, ficando eu e Marian sozinhos. Ficou um clima esquisito e, um silêncio desconfortável por um tempo.

Mari: A quanto tempo conhece o Max? -Pergunta me olhando, quebrando o silêncio.

Mat: Antes do meu pai falecer, ele contratou Max para me ajudar. Ele já sabia que morreria e que eu precisaria de alguém para ser meu braço direito! -Respondo encarando a taça a minha frente, em cima da mesa.- Desde então, estamos juntos. Ele me ajuda em tudo. É um grande parceiro.

Mari: Deve ter um carinho muito grande por ele! -A olho. Ela tinha um sorriso doce e aconchegante no rosto.

Uau!

Mat: Carinho? -Indago franzindo o cenho- Não costumo ter carinho pelas pessoas. -Digo sério.

Mari: Talvez, porque goste de ser o malvado da história. -Disse dando de ombros.

A encarei sério questionando mentalmente sua audácia.

Marian soltou uma risada gostosa, ao ver, a cara que fiz com o que ela havia dito. Novamente nos encaramos e aquele sentimento voltou. Toda vez eu fico preso nesse olhar. É como se ela fosse um ímã.

INIMIGO DO MEU INIMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora