Marian Anderson 🌹Encaro o senhor Steven, que me olhava com ternura, eu nunca havia sentido aquele olhar vindo dele sobre mim antes. Era caloroso e me fazia sentir abraçada.
Mat: Oi. Eu vim prestar meus sentimentos as fami... -O abraço, interrompendo suas palavras.
Permito que minhas lágrimas caem, enquanto sigo agarrada ao seu corpo. Ele devolveu o abraço e contornou minha cintura com seus braços longos e musculosos.
Não era o que eu planejava fazer, mas ainda não havia sentido um abraço reconfortante o suficiente, de alguém que eu realmente me sentisse a vontade nele. Senhor Steven fazia carinhos em minhas costas e aquilo servia como o consolo, capaz de superar quaisquer palavras.
Me afasto e encaro seus olhos.
Mari: Obrigada...
Ele apenas, balançou a cabeça e depois, percebi seus olhos desviarem dos meus e encararem algo atrás de mim. Foi aí, que sua feição mudou bruscamente, como se ele estivesse vendo demônios andando em sua direção.
Me viro para olhar o que o incomodava e arregalo meus olhos perplexa. Era Saulo, acompanhado por Bob e mais dois seguranças.
Meu sangue ferveu na hora. Como aquele maldito tinha a capacidade de aparecer aqui, mesmo sendo o assassino de todas aquelas pessoas?
Os olhos dele caíram sobre mim e pareciam se questionar o porquê de eu estar alí.
Saulo fez questão de cumprimentar cada família e dizer o quanto sentia pela dor delas. Obviamente, ninguém ali fazia idéia de que ele era o responsável por tudo aquilo, apenas eu e o senhor Steven. Nem a polícia havia descoberto, já que nós não contamos que sabíamos sobre o culpado.
Saulo caminhou até nós e fingindo solidariedade, ele abraçou os país de minha amiga e então, me olhou.
Saulo: Marian! Que surpresa vê-la aqui. -Disse confuso, pelo jeito ele não sabe que uma das vítimas, era minha amiga.
Mari: Sou amiga de Isabella Williams. Uma das vítimas mortas no atentado. -Falei olhando-o no fundo de seus olhos.
Ele estreitou os olhos e ficou em silêncio por um tempo, mas depois, encarou o senhor Steven que estava atrás de mim.
Saulo: Mathew, que surpresa vê-lo aqui também.
Mat: Estou prestando meu apoio, já que tudo isso aconteceu na minha boate. Não poderia fechar os olhos para tal ocorrido! -Respondeu.
Saulo: Claro, está certíssimo! É o mínimo que pode fazer. -Respondeu com um sorrisinho irritante no canto da boca.
Aquilo me fez ranger os dentes de raiva e cerrar os punhos, precisava conter minha irá ouvindo todas aquelas asneiras que ele falava, não parecia se importar nenhum pouco.
Mathew e Saulo, pareciam trocar indiretas mas camuflando, completamente, com palavras amigáveis.
Mari: Senhor Saulo, me perdoe, mas não estamos num evento para que sorria! -Minhas palavras saíram sem que eu percebesse.
Minha raiva era tão forte, que nem o sorrisinho de lado que estava presente em seu rosto, eu poderia deixar barato. Como ele ousava sorrir?
Ele me encarou e desfez o sorriso lentamente. Eu podia ouvir seus pensamentos, ele com certeza estava me repreendendo e xingando.
Quando percebi o que havia dito, engoli seco e pisquei algumas vezes.
Merda! E se ele pensar que sei sobre a verdade e de que ele é o responsável? Isso colocaria tudo a perder.
Saulo: Sinto muito! Você tem razão!
Mathew Steven 👑
O resto do funeral aconteceu normalmente. As vítimas foram homenageadas, seus corpos foram enterrados e a única coisa que era possível de ouvir, eram os choros e lamentações.
Eu estava um pouco mais afastado, em baixo de uma árvore com Max, Lerry e Gab. E de lá, eu conseguia ver perfeitamente Marian.
Ela estava de pé, ao lado dos pais e da cova da amiga. A diferença entre os três era gritante. Enquanto, o casal chorava continuamente, Marian permanecia parada, sua feição era vazia e seu olhar fixo na cova, que aos poucos era coberta pela terra. Seu rosto estava triste, mas nenhuma lágrima caia de seus olhos.
Ali eu percebi, ela havia mudado. Talvez, a perda de mais alguém que amava tivesse feito tanto estrago, que ela seria capaz de virar outra pessoa.
Max: Será que a senhorita Marian, ficará bem? -Perguntou quebrando o silêncio entre nós.
Mat: Esperamos que ela fique! -Respondo, depois de um longo suspiro.- E aquilo que pedi para vocês? -Pergunto, direcionando meu olhar para os outros dois.
Gab: Acabei de dar a ordem, senhor! Eles estão começando agora. -Respondeu, guardando o celular no bolso.
Mat: Ótimo! -Digo e encaro Saulo, que estava com seus homens do outro lado de onde eu estava.- Queimar a maior e principal lavoura de café dele, vai ser o massacre mais cruel e doloroso para Saulo Kim!
Não demorou muito, até que vimos Saulo receber uma ligação e, logo em seguida, sair às pressas do enterro.
Travo o maxilar evitando sorrir, pois já sei do que aquela ligação se tratava.
Mat: Checkmate!
(...)
Estava quase chegando em meu carro, quando ouço Marian chamar meu nome. Me viro para encara-la e a mesma, se aproxima.
Mari: Senhor, sobre aquilo que eu pedi alguns dias, vai me ajudar? -Perguntou, me fazendo lembrar do dia do atentado, quando ela me pediu que a treinasse para que se tornasse uma de nós.
Suspirei e encarei seus olhos.
Mat: Saiba que não será fácil e que se você entrar de vez nesse mundo, não tem como mais voltar! -Falei.
Marian não pareceu se importar, a escuridão em seus olhos ficaram ainda mais fortes e ela ergueu seu queixo, se mostrando confiante o bastante.
Mari: Eu não me importo. O senhor sabe, mais do que ninguém, meus objetivos. E sabe, que estou disposta a passar por qualquer coisa! -Respondeu firme.
Eu não queria envolver Marian nesse mundo. Os planos, eram ajudá-la a se vingar, mas tentando manter ela o mais longe possível dessa outra realidade. A máfia.
Fiquei um tempo fitando seus olhos e rosto, queria de alguma forma ver se haveria ali, um resquício de dúvida, se aquilo realmente era o que ela queria. Mas Marian tinha o olhar tão centrado e objetivo, que me fez concordar.
Mat: Ok! Te ajudarei a se tornar uma de nós!
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INIMIGO DO MEU INIMIGO
Roman d'amourUma mulher destemida, que perdeu toda sua família em um trágico assassinato dentro de sua própria casa, quando ainda era uma criança, ressurge com sangue nos olhos, anos depois, para se vingar do responsável. Por coincidência do destino, ela se en...