•35• Carma.

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Marian Anderson 🌹

Encaro o senhor Steven, que me olhava com ternura, eu nunca havia sentido aquele olhar vindo dele sobre mim antes. Era caloroso e me fazia sentir abraçada.

Mat: Oi. Eu vim prestar meus sentimentos as fami... -O abraço, interrompendo suas palavras.

Permito que minhas lágrimas caem, enquanto sigo agarrada ao seu corpo. Ele devolveu o abraço e contornou minha cintura com seus braços longos e musculosos.

Não era o que eu planejava fazer, mas ainda não havia sentido um abraço reconfortante o suficiente, de alguém que eu realmente me sentisse a vontade nele. Senhor Steven fazia carinhos em minhas costas e aquilo servia como o consolo, capaz de superar quaisquer palavras.

Me afasto e encaro seus olhos.

Mari: Obrigada...

Ele apenas, balançou a cabeça e depois, percebi seus olhos desviarem dos meus e encararem algo atrás de mim. Foi aí, que sua feição mudou bruscamente, como se ele estivesse vendo demônios andando em sua direção.

Me viro para olhar o que o incomodava e arregalo meus olhos perplexa. Era Saulo, acompanhado por Bob e mais dois seguranças.

Meu sangue ferveu na hora. Como aquele maldito tinha a capacidade de aparecer aqui, mesmo sendo o assassino de todas aquelas pessoas?

Os olhos dele caíram sobre mim e pareciam se questionar o porquê de eu estar alí.

Saulo fez questão de cumprimentar cada família e dizer o quanto sentia pela dor delas. Obviamente, ninguém ali fazia idéia de que ele era o responsável por tudo aquilo, apenas eu e o senhor Steven. Nem a polícia havia descoberto, já que nós não contamos que sabíamos sobre o culpado.

Saulo caminhou até nós e fingindo solidariedade, ele abraçou os país de minha amiga e então, me olhou.

Saulo: Marian! Que surpresa vê-la aqui. -Disse confuso, pelo jeito ele não sabe que uma das vítimas, era minha amiga.

Mari: Sou amiga de Isabella Williams. Uma das vítimas mortas no atentado. -Falei olhando-o no fundo de seus olhos.

Ele estreitou os olhos e ficou em silêncio por um tempo, mas depois, encarou o senhor Steven que estava atrás de mim.

Saulo: Mathew, que surpresa vê-lo aqui também.

Mat: Estou prestando meu apoio, já que tudo isso aconteceu na minha boate. Não poderia fechar os olhos para tal ocorrido! -Respondeu.

Saulo: Claro, está certíssimo! É o mínimo que pode fazer. -Respondeu com um sorrisinho irritante no canto da boca.

Aquilo me fez ranger os dentes de raiva e cerrar os punhos, precisava conter minha irá ouvindo todas aquelas asneiras que ele falava, não parecia se importar nenhum pouco.

Mathew e Saulo, pareciam trocar indiretas mas camuflando, completamente, com palavras amigáveis.

Mari: Senhor Saulo, me perdoe, mas não estamos num evento para que sorria! -Minhas palavras saíram sem que eu percebesse.

Minha raiva era tão forte, que nem o sorrisinho de lado que estava presente em seu rosto, eu poderia deixar barato. Como ele ousava sorrir?

Ele me encarou e desfez o sorriso lentamente. Eu podia ouvir seus pensamentos, ele com certeza estava me repreendendo e xingando.

Quando percebi o que havia dito, engoli seco e pisquei algumas vezes.

Merda! E se ele pensar que sei sobre a verdade e de que ele é o responsável? Isso colocaria tudo a perder.

Saulo: Sinto muito! Você tem razão!

Mathew Steven 👑

O resto do funeral aconteceu normalmente. As vítimas foram homenageadas, seus corpos foram enterrados e a única coisa que era possível de ouvir, eram os choros e lamentações.

Eu estava um pouco mais afastado, em baixo de uma árvore com Max, Lerry e Gab. E de lá, eu conseguia ver perfeitamente Marian.

Ela estava de pé, ao lado dos pais e da cova da amiga. A diferença entre os três era gritante. Enquanto, o casal chorava continuamente, Marian permanecia parada, sua feição era vazia e seu olhar fixo na cova, que aos poucos era coberta pela terra. Seu rosto estava triste, mas nenhuma lágrima caia de seus olhos.

Ali eu percebi, ela havia mudado. Talvez, a perda de mais alguém que amava tivesse feito tanto estrago, que ela seria capaz de virar outra pessoa.

Max: Será que a senhorita Marian, ficará bem? -Perguntou quebrando o silêncio entre nós.

Mat: Esperamos que ela fique! -Respondo, depois de um longo suspiro.- E aquilo que pedi para vocês? -Pergunto, direcionando meu olhar para os outros dois.

Gab: Acabei de dar a ordem, senhor! Eles estão começando agora. -Respondeu, guardando o celular no bolso.

Mat: Ótimo! -Digo e encaro Saulo, que estava com seus homens do outro lado de onde eu estava.- Queimar a maior e principal lavoura de café dele, vai ser o massacre mais cruel e doloroso para Saulo Kim!

Não demorou muito, até que vimos Saulo receber uma ligação e, logo em seguida, sair às pressas do enterro.

Travo o maxilar evitando sorrir, pois já sei do que aquela ligação se tratava.

Mat: Checkmate!

(...)

Estava quase chegando em meu carro, quando ouço Marian chamar meu nome. Me viro para encara-la e a mesma, se aproxima.

Mari: Senhor, sobre aquilo que eu pedi alguns dias, vai me ajudar? -Perguntou, me fazendo lembrar do dia do atentado, quando ela me pediu que a treinasse para que se tornasse uma de nós.

Suspirei e encarei seus olhos.

Mat: Saiba que não será fácil e que se você entrar de vez nesse mundo, não tem como mais voltar! -Falei.

Marian não pareceu se importar, a escuridão em seus olhos ficaram ainda mais fortes e ela ergueu seu queixo, se mostrando confiante o bastante.

Mari: Eu não me importo. O senhor sabe, mais do que ninguém, meus objetivos. E sabe, que estou disposta a passar por qualquer coisa! -Respondeu firme.

Eu não queria envolver Marian nesse mundo. Os planos, eram ajudá-la a se vingar, mas tentando manter ela o mais longe possível dessa outra realidade. A máfia.

Fiquei um tempo fitando seus olhos e rosto, queria de alguma forma ver se haveria ali, um resquício de dúvida, se aquilo realmente era o que ela queria. Mas Marian tinha o olhar tão centrado e objetivo, que me fez concordar.

Mat: Ok! Te ajudarei a se tornar uma de nós!

INIMIGO DO MEU INIMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora