INIMIGO DO MEU INIMIGO

•43• Rendidos um pelo outro.

Mathew Steven 👑

Estava sentado em minha cadeira, enquanto olhava distraído para a janela. O sol se escondia em meio as nuvens, avisando que o fim do dia era próximo.

Meus pensamentos vagavam por Marian. Me questionava sobre essa relação que viemos tendo nesses últimos tempos.

Começo a ter flashbacks dos momentos que tive com ela até agora e, a pensar em como me senti diferente em todos eles.

A primeira vez que a vi, ela me olhou de uma forma tão penetrante, que meus olhos não conseguiram desviar dela, ficando grudados e imersos na beleza estonteante. Aquele dia, em casa, não parava de pensar em como estranha e diferente foi sentir aquela sensação, como se tivesse sido domado.

A segunda vez, foi na boate. O jeito que ela dançava lindamente no meio daquela multidão e, a forma como me atraiu sem que eu a reconhecesse, foi incrível. Depois, seus olhos colados nos meus, analisando cada detalhe... Inesquecível!

Eu lia em seus olhos, o quão caída por mim ela estava aquela noite.

Sorrio me lembrando.

Tiveram os outros momentos, como o jantar, a inauguração do restaurante de Frank, o dia do massacre na boate e vários outros no matadouro.

Max: com licença! -Disse entrando, me tirando dos pensamentos- Trouxe boas notícias. As ações da empresa subiram muito depois do nosso lançamento com a nova linha Latte.

Mat: Que bom... -Respondo indiferente. Confesso, ter ficado mexido com meus pensamentos.

Max: Algo errado? -Perguntou confuso, me olhando com uma sobrancelha erguida.

Mat: Não... Porém, muitos questionamentos. -Digo, encarando os papéis que Max havia trazido sobre as ações- Mas enfim, vou marcar uma reunião com os acionistas, para debater sobre a próxima lavoura, logo logo chega o inverno. -Mudo o assunto.

Não queria falar com Max sobre isso, pelo menos, não agora.

(...)

Estaciono meu carro na garagem e desço do veículo. Vou até a porta de entrada e entro em minha casa, seguindo direto para meu quarto, já que mais tarde, irei para o cassino colocar o plano em prática.

Ouço meu celular apitar, encaro o aparelho e vejo ser uma mensagem de Marian.

✓Marian: Tudo certo pra hoje. Saulo confirmou que irá!

Bloqueio o aparelho e encaro a caixinha aveludada em cima do criado mudo. Pego ela e abro, revelando o lindo anel de noivado, que eu havia comprado para pedir Marian em casamento.

Por mais que tudo seja uma armação para enganar Saulo, eu fazia questão que tudo fosse feito e pensado direito, como se realmente, estivesse apaixonado por ela.

Irei fazer o pedido hoje, no cassino. Precisamos ter certeza de que todos saibam, inclusive, Saulo que estará lá.

Ainda encarando a pequena peça de jóia, penso em como isso consegue mexer comigo. É louco imaginar, que fiz questão de escolher a mais linda jóia da loja, não me importando nenhum pouco com o valor. Além, de imagina-la no dedo da mulher, que em breve, se tornará minha esposa.

Por que estou me sentindo nervoso?

Por que quero tornar desse momento, algo bom e marcante para ela? Mesmo sendo mentira?

Mat: Marian Anderson. -Pronuncio seu nome, enquanto, encaro fixamente o anel.

(...)

Assim que terminei de me vestir, peguei a carteira, chaves do carro e a jóia. Saio do quarto e desço para a garagem.