Mathew Steven 👑
Confesso que ver Saulo tocando Marian daquele jeito, fez meu sangue ferver e, a vontade de atirar naquele filho da puta, era quase inevitável.
Mat: Você está bem? -Pergunto para ela, depois que Saulo saiu da sala.
Mari: Estou... -Disse cruzando os braços- aí, como eu queria que você atirasse nele! Mas, foi melhor ser racional.
Mat: Tem razão. É nessas horas que precisamos controlar nossas emoções. -Disse e eu concordei com a cabeça.
(...)
A noite estava quase encerrando, quando decido subir no palco e pegar o microfone.
É agora.
Mat: Atenção! Atenção! -Falo, fazendo todos no salão me olharem, inclusive Marian, que estava bem pertinho do palco- conheço uma boa parte das pessoas que estão aqui, assim, como também me conhecem. Confesso, que depois da morte de meu pai, meu mundo se fechou para novas pessoas, para novidades. Eu estava certo, de que morreria sozinho, que seguiria o legado da minha família, mas que faria com que ele encerrasse na minha geração. -Pausei por alguns segundos e suspirei- Esses eram os meus planos, mas aí, uma pessoa apareceu. -Digo, pousando meus olhos em Marian.
Eu precisava fazer com que aquilo fosse tão real e verdadeiro, quanto os sentimentos entre nós. As pessoas precisavam acreditar, principalmente, Saulo.
Mat: Marian! -A chamo, estendendo minha mão.
Marian arregalou os olhos e pareceu surpresa, mas pegou em minha mão e subiu no palco.
Mat: Obrigado por me fazer acordar e perceber que eu perderia muito mais, escolhendo ficar só. Eu estava errado, e você me ensinou muito mais do que eu aprenderia, seguindo por um caminho solitário e individual, obrigado por me guiar e iluminar um caminho escuro. -Nesse momento, tiro a caixinha do bolso- Por isso, eu não tenho mais nenhuma dúvida e, apenas, uma certeza. A que quero te ter ao meu lado, me iluminando, me ensinando, me mostrando o certo e o errado, pro resto da minha vida. -Falo, olhando em seus olhos.
Marian parecia muito surpresa com tudo o que eu dizia, sua expressão era de um certo fascínio e admiração.
Será que ela entrou tão bem assim no personagem? Ou Realmente, gostou muito das minhas palavras?
Me ajoelho, ao mesmo tempo que abro a pequena caixinha, revelando a aliança. Marian levou as mãos a boca e a cobriu surpresa.
Mat: Quer casar comigo? -Pergunto, aguardando por uma resposta.
Mari: Sim! -Respondeu sorridente.
Coloquei o anel em seu dedo e ela me abraçou apertado. Por algum motivo, eu estava gostando daquilo.
Mari: Por que não me disse que seria hoje e aqui assim? -Perguntou baixinho em meu ouvido.
Mat: Surpresa! -Respondo no mesmo tom.
Nos beijamos e, todos presentes ali, aplaudiam felizes para nós.
(...)
Marian e eu, entramos em meu carro e dei partida, para que fossemos embora.
Mari: Eu adorei a surpresa -Falou sorrindo.- Mas, você deve ter gastado uma fortuna com isso. -Disse mostrando o anel.
Mat: Estou mimando minha noiva. Não é nenhum sacrifício! -Digo dando de ombros. Marian abriu um sorriso largo e voltou a olhar para frente- O que acha de tomar um vinho?
Mari: Eu gosto da idéia.
Virei a primeira direita e fiz um retorno. Dirigi em direção a minha casa e demorou uns 15 minutos para chegarmos.
Parei o carro e apertei o controle para abrir o portão, entrei e estacionei na garagem. Pude notar Marian encarar tudo ao redor, surpresa com o que via.
Mat: Chegamos! -Digo a ela e abro a porta para sair, ela faz o mesmo e, de boca aberta, varreu os olhos pela garagem.
Mari: Uau! Essa é só a garagem... -Disse me fazendo rir das caras que fazia.
Mat: Vem, vamos entrar! -Falei sorrindo e, a puxando pela cintura.
Entramos na casa e já fui tirando o palitó. O coloquei em cima do sofá e caminhei até a cozinha para pegar o vinho e as taças.
Ao voltar, pude ver Marian mexer no piano que havia na sala, ela parecia admirada e apertava algumas teclas, produzindo o som delas. Coloco o vinho e as taças na mesinha de centro e permaneço em silêncio, enquanto observo ela tocar o instrumento.
Ela estava tão focada e linda. Seus olhos amendoados tinham um certo brilho, ao encarar as teclas de marfim, o lado esquerdo do seus cabelos, estavam presos atrás da orelha, e deixava a lateral do seu rosto a mostra.
De vez em quando, ela sorria com os sons das notas e, aquele sorriso, fazia com que meu coração acelerasse no peito. Era como se uma metralhadora estivesse dentro de mim, atirando para todo o lado. Porém, era apenas o efeito louco e confuso, que Marian Anderson causava em mim.
Mat: Gosta de piano? -Pergunto, depois de acordar da imersão.
Marian me olhou e parecia não ter me notado ali.
Mari: Ah... É, eu gosto. Meu pai me ensinava a tocar. -Respondeu com os olhos baixos.- Nunca mais eu havia visto um desses... Me desencadeia lembranças boas. -Falou e sorriu fraco.
Mat: Eu posso te ensinar. -Digo, me aproximando dela e entregando a taça com vinho.
Me sentei no banco e Marian sentou ao meu lado.
Mari: Que tal, apenas, tocar uma pra mim? -Perguntou sorrindo.
Mat: O que gostaria de ouvir?
Mari: When i look at you. Conhece?
Mat: Essa é clássica! -Digo e me preparo para começar a tocar.
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INIMIGO DO MEU INIMIGO
RomanceUma mulher destemida, que perdeu toda sua família em um trágico assassinato dentro de sua própria casa, quando ainda era uma criança, ressurge com sangue nos olhos, anos depois, para se vingar do responsável. Por coincidência do destino, ela se en...