•33• D'Javu e colecionando rancores.

758 40 0
                                    


Marian Anderson🌹

A raiva começa a tomar conta de todo o meu corpo. O sangue em minhas veias ferve tanto, ao ponto de me fazer sentir a temperatura subir. Meu coração dispara no peito e cerro os punhos, tentando conter a ira.

De novo. Novamente aquele desgraçado nojento e mau caráter, tirou algo precioso de mim. Como pode mesmo depois de anos, ele continuar no meu calcanhar e conseguir matar as pessoas que amo? Quem ele pensa que é?

Isso não vai ficar assim.

Mais uma chave se vira em minha cabeça. É como se antes, minha vingança não estivesse tão recarregada, como se não tivesse tanta força. Bom, agora tem.

Encaro Mathew, através da janela do carro. Ele conversava com o delegado e pude observa-lo com outros olhos.

Ele provavelmente é uma pessoa que eu gostaria de ser para facilitar meus objetivos.

Mathew é frio, calculista e muito estruturado. Ele definitivamente, não se importaria e muito menos pensaria duas vezes em puxar o gatilho para atirar contra alguém e, isso, confirmei hoje.

Quero ser assim.

Cansei de ser sensível, de querer pensar duas vezes, de tentar dar oportunidade, uma segunda chance. Sim, eu cogitei dar isso a Saulo.

Quantas vezes não pensei em me permitir perdoa-lo? E se ele se redimir? E se ele se arrepender? Por que não perdoar e seguir em paz?

Talvez, fosse isso que minha família quisesse. Mas não será isso que farei. Não mais.

Definitivamente, irei mata-lo. Eu quero mata-lo. Quero faze-lo pagar por tudo, pagar pelas vidas tiradas injustamente, pagar pela minha vida injustiçada... Por tudo!

Por que pensar duas vezes se devo ou não continuar com minha vingança, se ele nunca pensou duas vezes em matar inocentes?

Por que ele merece segunda chance, se suas vítimas não tiveram nenhuma?

Não serei misericordiosa. Não mais.

Mathew retorna ao carro e adentra o mesmo. Sinto seu olhar sobre mim e então, o olhei de volta.

Mat: Como está? -Perguntou me olhando.

Mari: Estou cansada... -Respondo tentando engolir o choro.

Mat: Eu sinto muito, Marian. Se tem algo que eu possa fazer...

Mari: Quero que me treine. -Digo o interrompendo. Mathew me olhou confuso e esperou que eu explicasse- Por favor, quero ser como vocês. Disposta a matar se for preciso. Não posso ser fraca, Mathew, não nessa situação. Não contra Saulo! Eu irei mata-lo. Eu irei! -Digo, enquanto forçava a mandíbula de raiva.

Mathew Steven👑

Marian estava visivelmente furiosa. Seus olhos eram cheios de ódio e ressentimento, o tom em suas palavras era desafiador e parecia saber o que dizia.

Eu entendo o que ela esteja passando, mais uma vez, Saulo havia tirado uma pessoa que ela amava, mais uma vez, Marian havia perdido. Eu sei o quão frustrante isso pode estar sendo.

Mas não posso permitir que ela aja por impulso.

Mat: Marian, irei levá-la para casa. Nesse momento, você precisa lidar com o luto e tirar um tempo para si. É preciso colocar a cabeça no lugar primeiramente. -Falo, enquanto, ela me ouve atentamente- Não vai ganhar nada agindo dessa maneira.

Mari: Mas você prometeu me ajudar. -Rebate.

Mat: Eu estou te ajudando. O primeiro passo, é ter inteligência emocional e, é por isso, que estou te levando para casa agora. O resto lidaremos depois. -Falei firme e ela, ficou quieta.

Gab, um dos meus homens, deu partida no carro e seguimos rumo ao apartamento de Marian. O caminho foi completamente em silêncio, de vez em quando, olhava ela pelo canto do olho e via o quão mal estava.

Eu percebi que inúmeras vezes engolia o choro e secava rápido algumas lágrimas que caiam em suas bochechas, era inevitável não sentir pena.

Ao chegarmos, Gab abriu a porta para ela e, antes que ela pudesse sair, segurei seu braço e ela me encarou.

Mat: Te mandarei todas as informações possíveis, quando a polícia liberar o corpo para o funeral. E qualquer coisa, pode me ligar. Se cuide! -Peço e ela balançou a cabeça positivamente.

Marian saiu e caminhou a passos lentos até a entrada do prédio, onde foi liberada pelo porteiro, assim, que ele a viu.

Gab voltou para o carro e ligou o veículo, saindo logo em seguida. Encaro as horas em meu relógio e vejo que já passam das 5 da manhã.

Mat: Que noite louca... -Digo, olhando para a janela do carro, observando a cidade que começava a acordar.

O céu já estava mais claro, anunciando que um novo amanhã chegara.

Na medida em que o carro seguia sobre as ruas, eu pensava na maneira como, devolverei o ataque de Saulo.

Isso não vai ficar assim!

INIMIGO DO MEU INIMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora