•58• Verdades devastadoras.

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Marian Anderson 🌹

Estava sentada na poltrona do escritório de Mathew, quando, ouço meu celular tocar. Encaro o visor, e vejo ser Cassy.

Cassy~ Ei fuzileira! -Falou me fazendo rir.

Mari~ o que tem de novidades para mim? -Pergunto, cruzando as pernas.

Cassy~ Muita coisa. Precisamos nos encontrar, Mari. -Respondeu, com um tom sério de voz, o que me deixou levemente preocupada.

Mari~ Pode ser agora? -Pergunto impaciente.

Cassy~ Quanto mais rápido melhor.

Mary~ Te encontro no café de sempre.

Desligo a chamada, me levanto as pressas e corro em direção a saída.

Vejo a mesa de Sully, na esperança de encontrá-la ali, mas nada.

Pego o elevador e aperto o primeiro andar. Enquanto isso, ligo para Mathew.

Mat~ Oi baby. -Atendeu com uma voz, aparentemente, cansada.

Mari~ Está tudo bem?

Mat~ Um cara se matou na administração. -Disse me fazendo congelar- Ele cortou a própria garganta.

Mari~ Aí meu. Deus. Mas já descobriram por quê? -Pergunto saindo do elevador, assim, que ele chega.

Mat~ Não. Mas, isso está muito estranho, Marian. Ainda está no escritório?

Mari~ Ah não. Estou saindo agora da empresa, te liguei para avisar. Cassy me ligou e pediu para me encontrar. -Respondo entrando no carro.

Mat~ Toma cuidado!

Depois que nos despedimos, desliguei o celular e dei partida no carro. Dirigia em direção ao café que me encontraria com Cassy.

A algumas semanas, quando contei toda a verdade para ela, Cassy ficou obsecada pela história dos meus pais, então, ela decidiu que investigaria para mim, exatamente tudo.

Eu apenas permiti, inclusive, agradeci. Eram minhas chances de conseguir respostas sobre a morte deles, além, de ter tudo em mãos para quando me vingasse de Saulo.

Cheguei ao café em 25 minutos, estacionei o carro, sai e caminhei para entrar no estabelecimento.

Acho Cassy, sentada em uma das mesas e me junto a ela, ansiosa.

Mari: Então? O que tem pra mim? -Pergunto, depois, de me sentar.

Cassy: Vou logo dizer, isso pode ser forte. -Anunciou, com seus olhos fixos aos meus.

Mari: Estou pronta. -Digo firme, devolvendo o olhar.

Cassy puxou alguns papéis da bolsa e me entregou todos eles.

Cassy: Seu pai trabalhava como advogado, isso não é novidade pra ninguém, né?! Mas, ele era muito mais que isso. Ele era advogado de Saulo Kim! -Disse me deixando perplexa.

Jogo minhas costas para trás, que tocam no encosto da cadeira. Eu estava desacreditada.

Mari: Meu pai defendia esse babaca? -Pergunto, encarando os papéis.

Cassy: Pior, Mari! -Lamentou e pegou um pendrive- Ele o ajudava com as sujeiras. Tá tudo aí. -Me entregou o objeto e eu o peguei apreensiva.

Como assim ajudava com as sujeiras?

Cassy: Seu pai era cúmplice do Saulo. Tendo alguém, que saiba sobre a lei, seria fácil desviar dela burlando. Tráfico, desvios de dinheiro, lavagem... Em tudo o seu pai estava presente. -Engulo seco.

Meus olhos não conseguiram desviar do pendrive em minhas mãos, travo o maxilar tentando conter o que sentia por dentro. Não sei ao certo dizer o que, mas uma mistura de, raiva, decepção e tristeza.

Cassy: Saulo se aproveitou de um momento delicado em sua família. -Na hora, meus olhos a fitaram- Seus pais estavam quase desempregados, ficando sem o que comer. Provavelmente, você não irá se lembrar, era muito Nova. -Acrescentou- Seu pai, era exatamente, o que Saulo queria. Um advogado e, alguém, que ele pudesse tirar da merda, para poder ter em suas mãos!

Todas as palavras de Cassy, entravam em meus ouvidos e pareciam devorar meu cérebro. Aquilo era muita coisa para processar. Como assim meu pai trabalhava para aquele homem?

Mari: Então... Está me dizendo, que... -Minha cabeça estava rodando demais para conseguir formar frases, ou pensamentos objetivos.- Está dizendo, que nossa casa, minhas roupas, minha escola, carro e, até, o que eu comia, era fruto desse trabalho? -Questiono, mas Cassy, permaneceu quieta.

Cassy: Mari... Seu pai se arrependeu no final. Ele morreu, por ter sido descoberto, ele ia delatar Saulo. -Contou mudando o assunto- Depois, que Saulo matou a família de um inimigo, seu pai chegou no limite. Reuniu provas, testemunhas e estava decidido a denuncia-lo. Mas Saulo descobriu.

Minha visão estava turva. Era muita coisa, muitas mentiras. Notícias demais para mim.

Mari: Eu... Preciso sair daqui... -Digo me levantando, completamente, sem chão.

Cassy: Mari, não posso te deixar ir nesse estado! Como vai dirigir? -Perguntou, segurando meu braço.

Mari: Não se preocupe comigo... -Tiro meu braço do seu toque, pego minha bolsa e os papéis.

Saio do café, e caminho até meu carro. Entro e encaro a vista, através, do parabrisa. As pessoas caminhavam, outras corriam, crianças seguravam as mãos de seus pais, outras, permaneciam no colo deles.

E pensar que, nesse momento, elas podem estar sendo enganadas, enquanto, eles escondem a verdadeira Face. Eu fui uma delas, e agora, o que eu sou? Quem eram eles?

Minha irmã morreu por culpa deles! Culpa do meu pai!

Caio no choro ao me lembrar dela, pobre criança, teve sua vida ceifada injustamente.

INIMIGO DO MEU INIMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora