•69• Finalmente.

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Mathew Steven 👑

Já se passaram 2 dias. 2 dias sem ter nenhum sinal de minha mulher. 2 dias que não como e nem durmo direito. 2 dias que tenho me sentido inútil e incompetente, eu não sabia o que fazer, estava desesperado... Com medo.

Após acordar cedo, escovo os dentes e visto minhas roupas. Encaro o relógio e já passavam das 8 da manhã. Observo a data em meu celular, me lembrando que hoje, seria o dia em que eu e Marian voltaríamos para casa, mas ao invés disso, tenho medo de que ELA nunca mais volte.

Ouço batidas na porta e caminho até lá para abrir.

--Isso é pro senhor. -Disse um homem, me estendendo um envelope.

Peguei o papel e agradeci ele. Entrei novamente, e abri aquele envelope. Tirei o que parecia uma carta de lá e fitei a escrita estranha. Eram recortes de jornais e estava escrito: "Pousada Millennium. Norte Recife."

Meu coração se acelerou e ali, pude ver de que se tratava de uma pista. Peguei minhas coisas às pressas e corri até os policiais.

(...)

Vários carros da polícia saíram em disparada, um atrás do outro, seguindo rumo a tal pousada.

Eu estava com medo e ansioso, não sabia o que teria lá, e nem o que aconteceria, talvez, fosse um armadilha do Saulo. Eu não sei.

Demorou cerca de 35 minutos para chegarmos. Era um lugar velho, parecia ter sido construído séculos atrás.

A polícia cercou o local, mas o silêncio, era o único que se apresentava para nós naquele momento. Não havia vestígios de nada, nem vozes... Nada.

Delegado: Atenção, Saulo Kim e Cia -Disse ele, com o autofalante- Cercamos o lugar, renda-se e entregue a vítima! -Pediu, mas o silêncio continuou dominando o local.- Vamos invadir!

Os policiais arrombaram a porta e entraram na pousada, que parecia estar completamente abandonada. Porém, o mais estranho, é que não havia ninguém lá. Nem sinal de Saulo, seus capangas, Marian... Nada.

Continuamos a vasculhar, e cada vez mais, a certeza de termos sido enganados, aumentava.

Delegado: Isso me cheira a distração. -Disse ele, olhando ao redor.

Eu também vasculhava tudo, tentando encontrar uma pista que fosse, quando de repente, meus olhos caíram no que parecia ser uma fogueira. Lá, avistei as botas que Marian usava no dia em que desapareceu.

Mat: Ei. Aquilo é dela! -Aviso, correndo até lá, para ver mais de perto.- Sim. Esses pertences são dela.

Quando pensávamos que não, começamos a ouvir um som estranho. Andamos na direção dele até encontrarmos uma porta de madeira, que aparentava ser um porão. Batidas intensas eram desferidas contra aquela porta.

Os policiais se armaram atentos.

Delegado: Para trás! Vamos invadir! -Disse ele, avisando para o que, ou, quem quer que fosse que estivesse ali.

Um. Dois. Três. Quatro, chutes foram desferidos contra a porta, até que ela abrisse.

Um mulher de meia idade, estava encolhida no canto do cômodo, com as mãos na cabeça. Ela parecia amedrontada.

Delegado: Senhora. Somos a polícia. -Disse ele, sem chegar muito perto dela.- Estamos procurando por Saulo Kim. Por acaso, você é alguma vítima dele?

A mulher levantou seu olhar para nós, e parecia não acreditar no que via. Ela aparentava surpresa.

--Ele fugiu... Fugiu e nos trancou aqui para morrer... -Desabou ela, aos prantos.- Venham, ela está aqui.

A seguimos para dentro do local. Era pequeno e cheirava a mofo.

Ao entrarmos, senti meu coração endurecer. Avistei minha mulher sentada no chão, com as costas apoiadas na parede. Ela parecia estar muito mal.

Mat: Marian! -Corri até ela e abracei aliviado.

Apoiei sua cabeça em meu peito e agradecia aos céus por tê-la encontrado. Ela estava muito fraca e tinha calafrios, além disso, estava completamente inconciente.

--Ela precisa de um médico urgente. Foi picada por uma cobra. -Avisou a mulher.

Delegado: Vamos, Mathew!

Pegamos Marian no colo e saímos daquele lugar, rumo ao hospital mais próximo.

Alguns policiais, ficariam ali para fazer uma revistoria para tentar encontrar Saulo ou alguma pista que fosse.

Nesse momento, eu não me importo com mais nada, que não seja, minha mulher e sua saúde. Daquele maldito, eu cuido depois.

Durante o caminho, segurava Marian contra meu peito, e apertava sua mão com a minha. Estava com medo. Muito medo.

A única coisa que conseguia pedir, era para que ela ficasse bem. Eu só queria isso.

(...)

Ao chegarmos, Marian foi levada às pressas para a emergência. Ela teria que tomar o soro e ser medicada.

Médico: Ainda bem que o veneno foi extraído a tempo. O soro vai ajudar a limpar o sangue. Trouxeram a tempo. -Disse o médico.

Mat: Obrigado, doutor!

Médico: Ela vai ficar um tempo inconciente. Por isso, é importante que fique aqui de observação, até que esteja completamente bem.

Agradeci ao médico novamente, e entrei no quarto que ela estava. Me sentei ao seu lado e peguei sua mão esquerda, enquanto, a observava.

Permiti que lágrimas escorressem pelo meu rosto. Estava tão agradecido por tê-la de volta.

Mat: Obrigado por ter aguentado, meu amor... Obrigado por estar aqui agora... -Falava, segurando a mão dela e sentindo minhas lágrimas molharem minhas bochechas.

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No dia seguinte, o delegado havia ido ao hospital para conversar comigo e saber como Marian estava.

Delegado: Como ela está?

Mat: Vai ficar bem. Ainda não acordou, mas o médico disse que algumas pessoas tendem a demorar mais a se recuperar. -Respondo, colocando as mãos no bolso da calça.

Delegado: Que bom. Mas eu vim para te atualizar. -Falou me olhando sério- Parece que Saulo voltou para os Estados Unidos, é difícil que peguemos ele em outro país.

Mat: Eu agradeço tudo que o senhor tem feito até aqui, delegado. Mas eu gostaria de cuidar dele daqui para frente. Deixa comigo. -Falo, fazendo com que ele entenda o recado.

Delegado: Farei vista grossa. -Disse, sorrindo de lado.- A propósito, a mulher que encontramos com sua mulher, o nome dela é Estela. Ela também era refém do Saulo, disse que Marian prometeu ajudá-la a encontrar a filha se ajudasse ela a fugir. Foi Estela quem mandou aquela carta. -Contou, me fazendo entender tudo.

Mat: Quero falar com ela.

Delegado: A colocamos no programa de proteção. Ela estará na delegacia hoje às 15 horas.

Mat: Ok.

INIMIGO DO MEU INIMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora