•32• Lágrimas, sangue e perdendo outro alguém.

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Marian Anderson🌹

Os barulhos de tiros do lado de fora, haviam me deixado extremamente intimidada, nunca havia ouvido nada assim. Eram parecidos com bombas e alguns momentos, se dava para ouvir gritos, provavelmente, de quem era atingido.

Assim que ouvi a voz de Mathew, pude soltar um longo suspiro aliviado. Meu coração estava acelerado e meu corpo tremia, o que me fazia pensar que a qualquer momento eu poderia cair.

Mathew me puxou e abraçou, em fim, poderia me sentir melhor e segura.

Após um tempo em transe, me lembrei de que era Bob quem estava aqui e de que, Saulo havia os mandado.

Mari: Foi Saulo. -Digo rápido, ao me afastar de Mathew- Foi Saulo quem mandou eles...

Mathew me olhou sereno e encarou o chão.

Mat: Já sabemos... -Falou e suspirou frustrado- Mas, como você sabia? -Perguntou franzindo a testa, confuso.

Mari: Um dos caras que estavam aqui, era Bob. Consegui reconhecer a voz.

Mat: Aquele ali? -Perguntou apontando para um lugar fora do salão onde estávamos.

Encaro na direção que ele apontava, vendo um cara caído no chão, completamente ensanguentado. Olhei aquilo horrorizada e depois, meus olhos caíram sobre as mãos de Mathew e seus homens.

Só então fui cair na real, Saulo pode ter vindo para matar e sei que foi para se defender e proteger os seus, mas provavelmente, Mathew também havia matado. Inclusive, o homem jogado ali, pode ter sido morto por ele.

Mari: Na-Não... Era outro... -Respondo nervosa.

Mat: Ele fugiu. Mas não te viu? -Perguntou preocupado e, eu apenas, balancei a cabeça negando.

Mari: Isabella! -Digo ao me lembrar de minha amiga.

Saio correndo do salão e desço as escadas as pressas. Mathew e seus homens, me acompanham, vindo logo atrás.

Ao chegar na boate, vejo a cena que é tão semelhante ao meu passado. Possas de sangue e pessoas caídas sobre elas.

Porém, ali não era minha família, eram outras pessoas, muitas pessoas...

Engoli seco e sinto minha visão um pouco turva, aquilo era um gatilho para mim, me fazia recordar as piores memórias que tinha.

Mat: Marian? Você está bem? -Perguntou me segurando de lado.

Mari: E-Eu... Estou... Preciso achar Isabella... -Falo e começo a procurá-la.

Mat: Ela pode ter ido embora quando tudo começou. Algumas pessoas correram. -Falou.

Mari: Tem razão. Vou ligar para ela. -Digo pegando o celular e apertando em seu contato.

Coloco o telefone no ouvido e um som de toque de celular ecoa pelo local. Meu coração congela, dou uma olhada pelo lugar e começo a caminhar na direção do som.

O toque foi ficando cada vez mais alto a cada passo que dava, sinalizando que provavelmente eu estava próxima.

Sinto um arrepio na espinha e minhas pernas perderem as forças, quando avisto cabelos loiros e curtos espalhados pelo chão, além disso, eles estavam sujos de sangue.

Era Isabella.

Ela estava jogada no chão, de barriga para cima, com seus olhos abertos e um buraco no meio da testa. Um tiro.

Isabella estava morta.

Mari: Isa... Isabella... -A chamo, com dificuldade de acreditar no que via.

Caminho vagarosamente até ela e me jogo no chão ao lado do seu corpo. Encaro melhor a cena, sentindo tudo a minha volta desabar.

Lágrimas começam a cair pelo meu rosto, enquanto agarro o corpo sem vida de minha amiga. Nesse instante, o que fazia era gritar e chorar, pedir para que ela voltasse, para que não estivesse morta.

Olhei para os olhos de Isabella e eles estavam sombrios, não havia nada ali, o brilho deles que eu tanto amava ver quase todos os dias, não estavam ali. Seu olhar era vazio, seu rosto estava azul e ela estava fria.

Mari: Isabella por favor... -Peço aos prantos, abraçando seu corpo.- Não...

Mathew Steven👑

Porra!

Definitivamente, eu estava sem acreditar. Me sentia mal por Marian.

Conseguia sentir sua dor expressada por seu choro e súplicas pela amiga, agora, morta em seus braços. Marian não parava de chamar pelo nome da moça, enquanto, chorava feito uma criança.

Mat: Vocês! -Chamo pelos homens que estavam logo atrás de mim.- Chamem a polícia. -Ordeno e eles obedecem.

Você deve estar se perguntando, como que um mafioso chamaria a polícia em um momento como esse?

Primeiramente, que limpar isso me daria trabalho, houve muitas mortes infelizmente e, com certeza, se eu tentasse arrumar a bagunça sem levantar suspeitas, eu teria mais dor de cabeça. Todas aquelas pessoas possuem famílias, que tentariam procurar por eles e isso poderia chegar até mim, por ser o dono da boate. Então, prefiro entregar a bomba para a polícia. Além disso, tenho meus contatos com eles, nada que uma boa conversa não resolva.

Caminho até Marian a passos suaves, não queria atrapalhar ela, mas precisávamos sair dali, para não bagunçar ainda mais a cena do crime.

Ao me aproximar, toquei seu ombro delicadamente, porém, Marian nem se mexeu. Me abaixei e a fitei, ela tinha o olhar fixo em algum ponto aleatório, sua expressão era extremamente triste e vazia, ela mal piscava.

Encaro o corpo da amiga em seus braços e a cena é devastadora.

Mat: Marian... -A chamo, fazendo ela despertar do transe e me olhar- Precisamos ir. A polícia cuidará de tudo agora.

Ela olhou a amiga mais uma vez e a colocou de volta na mesma posição de antes. Ajudo Marian a se levantar e noto seu corpo, agora, todo sujo de sangue.

Tiro meu palitó e o coloco sobre os ombros dela. Abraço ela de lado e guio para fora do lugar. Ao sairmos, pude finalmente sentir o cheiro do ar fresco, já que lá dentro, o odor era de sangue e morte por toda parte.

As sirenes iluminavam a rua e vários polícias começaram a interditar o lugar.

Mat: Leve ela para o carro! -Peço para um dos meus homens.

Assim ele faz. Enquanto Marian é levada para o carro, caminho até o delegado para conversarmos sobre o ocorrido.

INIMIGO DO MEU INIMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora