Marian Anderson🌹
Os barulhos de tiros do lado de fora, haviam me deixado extremamente intimidada, nunca havia ouvido nada assim. Eram parecidos com bombas e alguns momentos, se dava para ouvir gritos, provavelmente, de quem era atingido.
Assim que ouvi a voz de Mathew, pude soltar um longo suspiro aliviado. Meu coração estava acelerado e meu corpo tremia, o que me fazia pensar que a qualquer momento eu poderia cair.
Mathew me puxou e abraçou, em fim, poderia me sentir melhor e segura.
Após um tempo em transe, me lembrei de que era Bob quem estava aqui e de que, Saulo havia os mandado.
Mari: Foi Saulo. -Digo rápido, ao me afastar de Mathew- Foi Saulo quem mandou eles...
Mathew me olhou sereno e encarou o chão.
Mat: Já sabemos... -Falou e suspirou frustrado- Mas, como você sabia? -Perguntou franzindo a testa, confuso.
Mari: Um dos caras que estavam aqui, era Bob. Consegui reconhecer a voz.
Mat: Aquele ali? -Perguntou apontando para um lugar fora do salão onde estávamos.
Encaro na direção que ele apontava, vendo um cara caído no chão, completamente ensanguentado. Olhei aquilo horrorizada e depois, meus olhos caíram sobre as mãos de Mathew e seus homens.
Só então fui cair na real, Saulo pode ter vindo para matar e sei que foi para se defender e proteger os seus, mas provavelmente, Mathew também havia matado. Inclusive, o homem jogado ali, pode ter sido morto por ele.
Mari: Na-Não... Era outro... -Respondo nervosa.
Mat: Ele fugiu. Mas não te viu? -Perguntou preocupado e, eu apenas, balancei a cabeça negando.
Mari: Isabella! -Digo ao me lembrar de minha amiga.
Saio correndo do salão e desço as escadas as pressas. Mathew e seus homens, me acompanham, vindo logo atrás.
Ao chegar na boate, vejo a cena que é tão semelhante ao meu passado. Possas de sangue e pessoas caídas sobre elas.
Porém, ali não era minha família, eram outras pessoas, muitas pessoas...
Engoli seco e sinto minha visão um pouco turva, aquilo era um gatilho para mim, me fazia recordar as piores memórias que tinha.
Mat: Marian? Você está bem? -Perguntou me segurando de lado.
Mari: E-Eu... Estou... Preciso achar Isabella... -Falo e começo a procurá-la.
Mat: Ela pode ter ido embora quando tudo começou. Algumas pessoas correram. -Falou.
Mari: Tem razão. Vou ligar para ela. -Digo pegando o celular e apertando em seu contato.
Coloco o telefone no ouvido e um som de toque de celular ecoa pelo local. Meu coração congela, dou uma olhada pelo lugar e começo a caminhar na direção do som.
O toque foi ficando cada vez mais alto a cada passo que dava, sinalizando que provavelmente eu estava próxima.
Sinto um arrepio na espinha e minhas pernas perderem as forças, quando avisto cabelos loiros e curtos espalhados pelo chão, além disso, eles estavam sujos de sangue.
Era Isabella.
Ela estava jogada no chão, de barriga para cima, com seus olhos abertos e um buraco no meio da testa. Um tiro.
Isabella estava morta.
Mari: Isa... Isabella... -A chamo, com dificuldade de acreditar no que via.
Caminho vagarosamente até ela e me jogo no chão ao lado do seu corpo. Encaro melhor a cena, sentindo tudo a minha volta desabar.
Lágrimas começam a cair pelo meu rosto, enquanto agarro o corpo sem vida de minha amiga. Nesse instante, o que fazia era gritar e chorar, pedir para que ela voltasse, para que não estivesse morta.
Olhei para os olhos de Isabella e eles estavam sombrios, não havia nada ali, o brilho deles que eu tanto amava ver quase todos os dias, não estavam ali. Seu olhar era vazio, seu rosto estava azul e ela estava fria.
Mari: Isabella por favor... -Peço aos prantos, abraçando seu corpo.- Não...
Mathew Steven👑
Porra!
Definitivamente, eu estava sem acreditar. Me sentia mal por Marian.
Conseguia sentir sua dor expressada por seu choro e súplicas pela amiga, agora, morta em seus braços. Marian não parava de chamar pelo nome da moça, enquanto, chorava feito uma criança.
Mat: Vocês! -Chamo pelos homens que estavam logo atrás de mim.- Chamem a polícia. -Ordeno e eles obedecem.
Você deve estar se perguntando, como que um mafioso chamaria a polícia em um momento como esse?
Primeiramente, que limpar isso me daria trabalho, houve muitas mortes infelizmente e, com certeza, se eu tentasse arrumar a bagunça sem levantar suspeitas, eu teria mais dor de cabeça. Todas aquelas pessoas possuem famílias, que tentariam procurar por eles e isso poderia chegar até mim, por ser o dono da boate. Então, prefiro entregar a bomba para a polícia. Além disso, tenho meus contatos com eles, nada que uma boa conversa não resolva.
Caminho até Marian a passos suaves, não queria atrapalhar ela, mas precisávamos sair dali, para não bagunçar ainda mais a cena do crime.
Ao me aproximar, toquei seu ombro delicadamente, porém, Marian nem se mexeu. Me abaixei e a fitei, ela tinha o olhar fixo em algum ponto aleatório, sua expressão era extremamente triste e vazia, ela mal piscava.
Encaro o corpo da amiga em seus braços e a cena é devastadora.
Mat: Marian... -A chamo, fazendo ela despertar do transe e me olhar- Precisamos ir. A polícia cuidará de tudo agora.
Ela olhou a amiga mais uma vez e a colocou de volta na mesma posição de antes. Ajudo Marian a se levantar e noto seu corpo, agora, todo sujo de sangue.
Tiro meu palitó e o coloco sobre os ombros dela. Abraço ela de lado e guio para fora do lugar. Ao sairmos, pude finalmente sentir o cheiro do ar fresco, já que lá dentro, o odor era de sangue e morte por toda parte.
As sirenes iluminavam a rua e vários polícias começaram a interditar o lugar.
Mat: Leve ela para o carro! -Peço para um dos meus homens.
Assim ele faz. Enquanto Marian é levada para o carro, caminho até o delegado para conversarmos sobre o ocorrido.
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INIMIGO DO MEU INIMIGO
RomanceUma mulher destemida, que perdeu toda sua família em um trágico assassinato dentro de sua própria casa, quando ainda era uma criança, ressurge com sangue nos olhos, anos depois, para se vingar do responsável. Por coincidência do destino, ela se en...