•54• Uma conversa tensa.

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Marian Anderson 🌹

Depois de colocar o endereço no GPS do carro, dirigi até o destino. Demorou alguns minutos para chegar, mas consegui encontrar o restaurante.

Ele ficava de frente a praia e sua fachada era bem bonita. Parecia caro.

Saio do carro e caminho para entrar. Consigo ver Saulo sentado em uma das mesas, enquanto me esperava.

Ando até ele e me aproximo.

Mari: Desculpe pelo atraso, senhor! -Digo ao me aproximar.

Saulo: Sente-se! -Pediu apontando para a cadeira a sua frente.

Me sentei e um garçom veio para anotar nossos pedidos. Saulo disse que pagaria, mas eu não estava nada a vontade para pedir algo, bom o suficiente, de me satisfazer, então, pedi um prato fácil de digerir.

Saulo: Bom, precisamos começar a preparar as coisas, pois você se casara com ele em breve. -Falou, depois que o garçom saiu.

Fiquei um pouco confusa sobre, o que exatamente, ele estava falando.

Mari: O que o senhor está pensando? -Pergunto, tentando entender.

Saulo: Seu casamento com Mathew, pode nos trazer muitos frutos, inclusive, a lê café. -Disse coçando o queixo, pensativo.- Você se tornará a herdeira de tudo dele, Marian. Ou seja, teremos ele em nossas mãos!

Engulo seco, começando a entender os pensamentos de Saulo, o que de certa forma, me assustavam.

Mari: Sim... Mas, o senhor não está pensando em... -Digo receosa, o encarando séria- Mata-lo?

Saulo permaneceu em silêncio, olhando fundo e fixamente em meus olhos. Ele não precisava dizer com palavras, mas eu lia em seus olhos a resposta. Sim, Saulo pretende matar Mathew.

Mari: Senhor Saulo... Isso é insano. E-eu...

Saulo: O que? -Me interrompeu- Não me diga que se apaixonou por ele? -Perguntou semicerrando os olhos.

Mari: Me apaixonar? Claro que não. Mas não posso mata-lo...

Saulo: Eu não disse que você o mataria. Mas, obviamente, eu precisaria de você para isso.

Engulo seco, enquanto martelo toda aquela idéia.

Não! Não! E não! Eu nunca participaria disso e, muito menos, permitiria que esse maldito machucasse Mathew. Eu não perderia mais ninguém para ele. Nunca mais!

Saulo: Mas isso, eu ainda estou avaliando. Além, de termos que esperar o casamento acontecer, então, terei tempo de armar um plano. -Disse e pausou, quando o garçom voltou com a comida. Ele nos serviu e, então, saiu novamente- Mas, tenho outra coisa. -Anunciou comendo do polvo- Jonny, aquele desgraçado! -Falou, me fazendo olha-lo nervosa- Ele sumiu!

Então, Jonny leu e entendeu meu recado. Agora é torcer para que Saulo não o encontre e, eu não seja descoberta.

Mari: Mas, não tem nenhum sinal dele? -Tento descobrir qualquer coisa.

Saulo: Não. Pelo que investigamos, ele limpou a conta bancária e fugiu no dia seguinte que descobri. O mesmo dia que fizemos aquela reunião. -Falou fitando meus olhos- Engraçado, que eu não havia contado para ninguém, além de vocês. -Na hora, meu coração começou a errar as batidas. Um silêncio assustador se fez presente entre nós, o que me deixou extremamente desconfortável- Mas eu vou acha-lo e fazer ele me contar tudo! -Seu tom era desafiador e intimidador. Por um momento, achei que ele estava desconfiando de mim.

Se Jonny for localizado eu tô encrencada.

(...)

Caminho de volta ao carro, depois, de sair do restaurante. Enquanto isso, respiro fundo várias vezes para purificar meus pulmões e aliviar a tensão, que estava sustentando desde o começo daquele jantar.

Chego no veículo, entro e fecho a porta. Permaneço parada lá, enquanto penso na conversa com Saulo. Apoio a testa no volante e penso no que devo fazer daqui pra frente.

Definitivamente, colaborar para matar Mathew está fora dos meus planos e farei o possível para evitar que isso aconteça. Porém, se eu não ajudar, Saulo desconfiaria e tudo iria por água a baixo.

Além de tudo, tem a Questão do Jonny.

Mari: Ahhhh Marian, por que você se meteu? -Questiono a mim mesma, enquanto bato a testa contra o volante.- Sua idiota! Idiota!

Xx: Marian? -Ouço uma voz feminina dizer do lado de fora.

Desencosto minha cabeça do volante e encaro a pessoa através do vidro do carro.

Me surpreendo, ao ver que se tratava de Cassandra, uma antiga amiga do orfanato.

Sorrio para ela e saio do veículo.

Mari: Cassy! -Digo a abraçando.- Como você está?

Cassy: Bem. Sabe, fui adotada alguns meses depois que você foi embora! -Disse sorrindo.

Mari: Sério? Que demais! Mas eai? Como está indo?

Cassy: Graças aos meus pais, pude estudar o que tanto queria e, hoje, sou investigadora da polícia. Mas, minha meta é entrar pro FBI.

Mari: Uau! Isso é incrível! -Falei animada.

Cassy: Mas e você, ein? Pelo jeito, está indo melhor ainda. -Falou, me olhando dos pés a cabeça, pro restaurante e para o carro atrás de mim.

Mari: Ah... Eu vou me casar. -Digo mostrando a aliança em meu dedo.

Cassy: Garota! -Falou olhando o anel, admirada.- Ele deve ser um homão!

Mari: Nem te conto!

Cassy: Puts! Estou atrasada. -Avisou encarando seu relógio- Vamos marcar de beber qualquer dia e colocar o papo em dia! Me passa seu número.

Passei meu número e ela marcou no celular. Nos despedimos e Cassy seguiu seu rumo.

Entrei novamente no carro e dei partida, voltando para casa.

INIMIGO DO MEU INIMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora