•36• Jogando a isca.

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Marian Anderson 🌹

Eu estava disposta a qualquer coisa, para conseguir tudo o que quisesse, nem que para isso eu me tornasse outro alguém.

Voltei a trabalhar e durante a madrugada, me encontraria com o senhor Steven. Esse foi o horário que encontramos para que eu pudesse aprender, já que durante o dia, seria muito arriscado que ficassemos andando juntos pelos locais.

Caminho até a minha mesa e me sento. Começo analisando todos os materiais que tenho acumulados e dou início.

Ouço as portas dos elevadores se abrirem e passos caminharem pelo enorme corredor. Avisto Saulo, acompanhado por Bob e Mika, suas expressões eram rígidas e Saulo aparentava estar furioso, o que me deixou curiosa.

Saulo: Marian, venha até minha sala! -Ordenou. Obedeci e me juntei a eles para entrar.- Toda a plantação foi queimada! -Anunciou quando chegamos na sala.

Meus olhos o olharam surpresa. Queimada?

Bob: Tenho certeza de que foi Mathew, senhor! -Falou e então, pude cair na real.

Com certeza, senhor Steven fez isso por vingança ao que Saulo fez na boate. Achei pouco.

Contenho minha vontade de rir e permaneço calada diante deles.

Saulo: Marian! -Me chamou- Eu irei te demitir! -Disse e arregalei meus olhos não acreditando no que ouvia.

Mari: Po-Por quê, senhor? -Indago nervosa.

Saulo: porque eu tenho um trabalho muito importante para você! -Disse me deixando curiosa.- Eu vou te demitir, mas farei com que você se aproxime dele. Mathew Steven!

Mari: Como?

Saulo: Soube que ele está precisando de uma secretária. Essa é a deixa perfeita. -Falou, enquanto andava pela sala, com umas das mãos no bolso da calça- Mas eu não quero só que fique de olho nele. Seduza ele, faça com que ele fique em suas mãos, manipule, tire, use... Faça de tudo!

Mari: Desculpe a intromissão, senhor. Mas por que quer que eu me aproxime dele? -Me Faço de desentendida e Saulo suspira.

Saulo: Foi ele quem mandou queimar toda a minha plantação de café. -Respondeu.

Mari: Mas, serei demitida. O que eu ganharia em troca? -Pergunto.

Saulo: Irei te pagar muito bem. Vai ganhar o triplo do que ganha como secretária. -Respondeu se sentando em sua cadeira e cruzando as pernas.

Fiquei em silêncio por alguns minutos, precisava analisar a proposta e ver se aquilo me beneficiária muito mais que minha condição financeira, que nem é tão ruim, então não é pelo dinheiro.

Eu precisava ser mais esperta que Saulo e fazer com que minha vingança progredisse num ponto, em que só ele sairia perdendo.

Mari: Posso fazer um pedido de troca? -Pergunto, já com toda a idéia esquematizada na cabeça.

Saulo me olhou por um tempo e pareceu pensar no que responderia.

Saulo: Ok. Você tem direito a um pedido!

Mari: Quero gerenciar um dos seus negócios. -Respondo firme e pude ouvir Mika e Bob rirem, baixinho ao me lado.

Saulo estreitou os olhos e debruçou na mesa, para me encarar melhor.

Saulo: Como assim?

Mari: Qualquer coisa, senhor! Eu sei que o senhor faz muito mais, do que apenas produzir café.

Saulo: Quem é você e o que fez com a doce e ingênua Marian Anderson? -Indagou sorrindo de lado.

Mari: Depois que minha amiga morreu injustamente. Tudo o que eu quero é achar o maldito responsável! -Cuspo o olhando séria. Apesar de estar olhando para o próprio desgraçado, eu precisava de um álibi. Saulo devolveu o olhar, sem dizer nada- Tenho a sensação que conseguirei encontra-lo mais fácil assim!

Saulo: O mercado negro é algo assustador, espero que entenda onde pisa! -Disse me olhando nos olhos, com uma intensidade ainda mais sombria.- Mas aceito teu pedido. Tenho um trabalho perfeito para você!

Mathew Steven 👑

Depois de um longo dia no trabalho, entro no carro e Max dirige rumo ao ginásio abandonado, que usamos para treinar meus homens. Lá eles treinam tiro ao alvo, box, artes marciais e várias outras formas de ficar perfeito para o trabalho.

Chego e a primeira coisa que vejo, é Marian acompanhada por Lerry.

Decidi que eu mesmo iria treina-la, já que ela havia me pedido olhando em meus olhos, que queria ser como eu. Ninguém melhor para ensina-la.

Mat: Está pronta? -Pergunto ao me aproximar.

Mari: Sim! -Respondeu firme.

Entramos no ginásio e observo o lugar, fazia um tempo que não entrava lá.

Mat: Bem vinda, ao matadouro! -Apresento o lugar, a olhando e abrindo os dois braços.

Mari: Matadouro? -Perguntou levantando uma sobrancelha.

Mat: É como apelidamos. Daqui só saem soldados preparados para um guerra. Lerry, Gab, Max. Todos treinaram aqui por anos, até que fossem escolhidos a se juntar a mim. -Digo contando os detalhes para ela- Bom, aqui ficam as armas. Facas, armas de fogo, punhais, arco e flecha... Temos de tudo. -Digo mostrando o enorme arsenal.

As armas estavam expostas e penduradas em uma espécie de mural. Marian deslizou os olhos sobre cada uma e fixou-se em uma específica. Notei que o que chamara sua atenção se tratava de uma pistola calibre 12, com o punho amadeirado e o cano prateado, realmente, era bonita e combinava com Marian.

Os olhos de Marian analisavam a arma detalhadamente, seus dedos passeavam pelo cano curiosamente, querendo sentir a textura dela.

Mat: O relacionamento entre atirador e arma, precisa ser objetivo e convicto. Para usá-la, é seu dever saber porquê e o que fazer. -Explico. Marian me ouvia, enquanto segurava a arma- Em alguns casos, você não escolhe a arma, ela é quem escolhe você! -Falo atraindo o olhar dela para mim.- Fique com essa, mas tome cuidado. Vamos lá ver como você se saí usando ela.

A Chamo. Marian me seguiu até o local de tiro ao alvo e então mostrei a ela onde teria que ficar e, onde estavam os alvos.

Antes, mostrei a ela como uma arma funciona e como ela deveria carregar. Marian encarava e ouvia cada detalhe que eu a mostrava, ela parecia centrada e muito focada no que queria, isso me admirava.

Depois de ser apresentada a arma, permiti que ela desse início aos tiros para treinar a mira. Ela segurou a arma e com uma posição desajeitada, mirou no alvo e atirou, errando feio.

Mat: Você precisa relaxar mais seus braços -Explico me aproximando e tocando nela, mostrando como se fazia- suas mãos não podem tremer, e você precisa tomar cem porcento do controle da situação. -Nossos corpos estavam próximos. Uma de minhas mãos segurava a arma por cima da mãos dela e a outra, estava repousada em sua cintura.

Eu conseguia sentir seu perfume e o cheiro de seus cabelos. Essa proximidade era calorosa e me deixava intimidado.

INIMIGO DO MEU INIMIGOOnde histórias criam vida. Descubra agora